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A Alienação Econômica

Por:   •  3/1/2018  •  Ensaio  •  1.521 Palavras (7 Páginas)  •  693 Visualizações

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Alienação Econômica.

A alienação econômica é quando os trabalhadores não se reconhecem como produtores e nem se reconhecem nos objetos produzidos por seu trabalho. Vivemos em uma sociedade capitalizada e injusta. Trabalhadores são sinônimos de mercadorias, pois como tais vendem suas forças e seu trabalho, e ainda recebem um preço; o salário. Mesmo com toda essa injustiça, os próprios não percebem o quão foram reduzidos e coisificados pelos mais ricos e poderosos. É o dinheiro e poder falando mais alto.

Esses trabalhadores produzem as mercadorias que facilmente encontramos em qualquer lugar, como shoppings, supermercados, feiras, entre outros. Esses produtos estão ali, pelo simples fato de terem sido colocados lá, e quando observamos e compramos dificilmente paramos para pensar como aquilo foi feito e até mesmo como chegou até a loja, assim como os trabalhadores esses produtos também recebem um preço. Os que produzem tal produto sabem que, por serem e mal remunerados, nunca conseguirão adquirir aquilo que está exposto e que ele mesmo produziu, pois o preço é muito maior do que o seu próprio preço enquanto trabalhador, isto é, o seu salário apesar disso não passa por sua cabeça que foi através de seu esforço e suor que aquilo chegou até ali, eles não se reconhecem como peças  fundamentais par a produção manutenção  do capitalismo em geral, e apesar dessa injustiça toda, o trabalhador pode cheio de orgulho, mostrar aos outros as coisas que fabrica, ou, se comerciário, que ele vende aceitando não possui-lás como se isso fosse muito justo ou natural.

A alienação econômica é dupla e na primeira forma de alienação econômica , o trabalhador está separado de seu trabalho- este é alguma coisa que tem preço; um outro e já na segunda forma , as mercadorias não permitem que o trabalhador se reconheça nelas, estão separadas dele, são um outro que não o trabalhador

Exemplo de alienação econômica.

Como exemplo de alienação econômica temos o famoso filme de Charles Chaplin “Tempos modernos”:

Em “Tempos modernos” de 1936, o diretor mostra com maestria os efeitos que o desenvolvimento capitalista e seu processo de industrialização trouxeram à classe trabalhadora. Como diz o texto de introdução do filme, “’Tempos modernos’ é uma história sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade”6.

No filme, o vagabundo Carlitos, ironicamente, encontra-se na condição de operário. É ao auge do predomínio do padrão de acumulação taylorista-fordista, em que os trabalhadores tem suas habilidades substituídas por um trabalho rotineiro e alienado. É o predomínio da esteira rolante de Ford, do cronômetro de Taylor8, do operário-massa.

A inadequação de Carlitos com o trabalho alienado perpassa o tempo todo do filme. Na condição de operário ele tenta se adaptar, se esforça para inserir-se naquele novo mundo de produção em massa, máquinas gigantescas, exploração do trabalho, mas também de greves e de organização sindical. Esta inadequação fica presente logo no início do filme, quando um bando de ovelhas brancas é mostrado e apenas uma delas tem a cor preta, certamente esta representa o próprio Carlitos. A cena do bando de ovelhas é misturada com a cena dos operários entrando na fábrica, como se fossem animais indo para o abate, só que, na verdade, vão para a produção na fábrica.

Como operário da fábrica, Carlitos se depara com a esteira de produção fordista que aumenta o ritmo de produção a todo instante, tornando a relação homem-máquina extremamente conflituosa, até o ponto em que o próprio Carlitos é engolido pela máquina, saindo de lá em uma condição de insanidade, momento em que ele abandona a condição de quase um autômato (repetindo um gesto mecânico mesmo quando não está trabalhando, fruto da alienação do trabalho) para uma situação de confronto direto em que ele sabota a produção, insurge-se contra o patrão e é internado como louco.

A contradição capital-trabalho está presente de forma clara no filme. O patrão fica numa sala armando quebra-cabeças e lendo jornal, ao mesmo tempo em que de um monitor controla todos os movimentos dos operários e dita o ritmo de produção a ser executado9.

Em outras passagens, a inadequação de Carlitos com o trabalho alienado fica presente nas tantas tentativas de trabalhar que o personagem enfrenta. Quando arranja trabalho no caís após sair do hospício, consegue em um simples gesto lançar um navio ao mar. Quando o personagem vira vigia na loja de departamentos, além, de não conseguir impedir um assalto, consome produtos da loja, leva a amiga para o interior da loja, e dorme no serviço. Trabalhando como auxiliar de mecânico, Carlitos demonstra a todo instante sua inadequação com a simples tarefa de ajudar o mecânico chefe, fazendo com que este seja também engolido pela máquina. Quando assume o papel de garçom, também é nítida a sua incapacidade de servir uma mesa.

Na verdade, Carlitos só consegue mostrar sua identificação com atividades nada alienantes e que fogem ao domínio da máquina sobre o trabalho. Quando ele está na loja de departamentos e mostra uma grande habilidade em patinar, e quando está no restaurante trabalhando como garçom e que improvisa um número musical cômico. Neste momento percebe-se que em ao menos em uma atividade ele é bom, em um tipo de trabalho que requeira criatividade e não uma mera execução de tarefas formulada por terceiros. Só então, ele é aplaudido por todos e inclusive, parabenizado pelo patrão10.

A voz de Carlitos é ouvida pela primeira vez no cinema quando ele canta. Chaplin opunha-se ao cinema falado, achando que este não duraria muito tempo. Na verdade, seu temor era com seu próprio personagem, adequado muito mais ao gestual do que a fala. Somente depois de 10 anos de existência, é que em “Tempos modernos”, Chaplin faria sua primeira experiência com o cinema falado, ou no seu caso, “semi-falado”. Ouve-se o ruído das máquinas, o som mecânico da “máquina de comer”, do alto-falante em que o patrão dirige-se aos funcionários, mas em nenhum momento um personagem fala, que não seja através de uma máquina11.

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