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A Cidade Como Construção Social na Modernidade

Por:   •  7/9/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.182 Palavras (5 Páginas)  •  373 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA

INSTITUTO DE HUMANIDADES, ARTES E CIÊNCIAS – IHAC

TEORIAS DA CIDADE E DO URBANO – HACB21

BRENDA CALDAS DOS SANTOS

A Cidade Como Construção Social na Modernidade

Salvador,

2016

Ao começar a falar da cidade, precisamos levar em consideração que elas, tal como conhecemos, são uma criação humana. Um espaço que está sempre em construção, que são fontes inesgotáveis de reflexões, debates e ideias. A literatura fala da cidade, a poesia, o cinema, a música, toda produção artística de modo geral produz reflexões e interpretações sobre elas.  “Há uma ordem do tempo que é a das periodizações, que nos permite pensar na existência de gerações urbanas, em cidades que se sucederam ao longo da História, e que foram construídas segundo diferentes maneiras, diferentes materiais e também segundo diferentes ideologias.” (SANTOS, Milton)

Justamente por ser um tema bastante discutido, a cidade também se constitui num mistério a ser desvendado pelos pós-modernos. “As cidades são artigos que nos parecem tão familiares, há tanto tempo presentes na história e tão implantados na face do planeta que, se distraímos, esquecemos que, um dia, não existiram.” (TOLEDO, De Roberto Pompeu.)

As cidades são os centros da civilização e da sociedade civil. Desde sempre, as cidades foram focos de inovação, de cultura, de invenção. A diversidade e a intensidade dos contactos humanos, a mistura dos povos e a ruptura dos laços ancestrais com a terra provocaram transformações sociais e aceleraram o declínio dos valores e lealdades tradicionais. Foi através da cidade, centro de negócio e de trânsito, que as ideias vindas de fora se disseminaram noutras sociedades. O exercício de profissões urbanas fez nascer novas relações sociais baseadas na especialização e na troca. O bom funcionamento de uma economia de mercado é quase inimaginável sem cidade, sem lugar central. (POLÈSE, 1998,p.106).

No momento em que o mundo torna-se quase totalmente urbano, as diferenças entre o local e o global; em que se questionam os valores identitários únicos, em decorrência das defesas pela diferença e singularidades ficam cada vez mais acentuadas. Esses questionamentos resultaram em crise do conceito de nação e de identidade nacional. As relações sociais se diversificam e nota-se uma tentativa de inserção no espaço, onde o social se mistura com o estético. As cidades são uma construção social. É preciso, portanto, conhecer o processo histórico de formação e transformação das cidades para tentar compreendê-las, em sua complexidade.

Embora ainda seja bastante complexo, o espaço urbano torna-se um lugar privilegiado de troca material e simbólica do habitante, onde se percebe a distribuição desigual desse elemento simbólico, o que reforça as contradições e desigualdades internas. Tais contradições resultam também nos avanços tecnológicos e das mudanças sócio-culturais trazidas pelos meios de comunicação de massa e pela globalização econômica. Dessa forma, culturas diversas se destroem e novos padrões de comportamento, valores e consumo vão sendo inseridos na sociedade. Esta é também a opinião de Hobsbawm, quando afirma que:

A destruição do passado [...] é um dos fenômenos mais lúgubres do século XX. Quase todos os jovens de hoje crescem numa espécie de presente contínuo, sem qualquer relação orgânica com o passado público da época em que vivem. Por isso, os historiadores, cujo ofício é lembrar os que os outros esquecem, tornam-se mais importantes que nunca no fim do segundo milênio. (HOBSBAWM, 1995, p.13.).

De acordo com esse pensamento de Hobsbawm, esta parece ser a lógica de uma modernidade que, de certa forma, busca negar o passado para que se pensasse na construção do futuro, só que um futuro de mudança. Nesse aspecto, as mudanças ocorrem principalmente no que se refere ao indivíduo. A modernidade traz um novo indivíduo, um indivíduo inquieto diante das novidades do mundo, das transformações pelas quais seu ambiente passa e as contradições que lhe possibilitam várias interpretações.

A cidade é o palco de atores os mais diversos: homens, firmas, instituições, que nela trabalham conjuntamente. Alguns movimentam-se segundo tempos rápidos, outros, segundo tempos lentos, de tal maneira que a materialidade que possa parecer como tendo uma única indicação, na realidade não a tem, porque essa materialidade é atravessada por esses atores, por essa gente, segundo os tempos, que são lentos ou rápidos. (SANTOS, 1989, p. 22.)

Segundo Harvey, a cidade é “visivelmente, uma coisa complicada”. Parte da dificuldade em lidar com a cidade decorre de sua complexidade inerente, mas também devido a uma falha em conceituar corretamente a situação. “Todos parecem viver em seus mundos conceituais fechados”. Ainda Segundo o autor, uma teoria geral sobre a cidade “deve relacionar de algum modo os processos sociais à forma espacial que ela assume integrando aqueles que possuem.”

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