A EDUCAÇÃO DO CAMPO DO POVOADO BANANALZINHO: REFLEXÕES E NOVAS PERSPECTIVAS
Por: RAYDIAS • 19/11/2016 • Artigo • 4.140 Palavras (17 Páginas) • 309 Visualizações
Raimunda Dias da Silva
A EDUCAÇÃO DO CAMPO DO POVOADO BANANALZINHO: REFLEXÕES E NOVAS PERSPECTIVAS
COELHO NETO/MA
2011
A EDUCAÇÃO DO CAMPO DO POVOADO BANANALZINHO: REFLEXÕES E NOVAS PERSPECTIVAS
Raimunda Dias da Silva ¹
“Falar, por exemplo, em democracia e silenciar o povo é uma farsa.”
Paulo Freire
RESUMO
Este artigo pretende abordar a problemática da educação do campo no Brasil, bem como, apontar práticas pedagógicas que estão sendo utilizadas para contemplar o homem do campo, sem a descaracterização de suas raízes. Como base para a elaboração deste documento, a Escola Municipal Manoel Felipe de Oliveira, situada no Povoado Bananalzinho, por essa apresentar características favoráveis para o nosso estudo. A intenção não está apenas em constatar e analisar as práticas pedagógicas vivenciadas nesta escola, mas proporcionar reflexões que possam gerar a abertura de novos rumos para melhorar as práticas pedagógicas no campo e que esses rumos possam ser direcionados e fundamentados dentro das propostas e diretrizes que amparam a educação do campo no Brasil.
PALAVRAS-CHAVE: Educação do Campo, Pedagogia, Práticas Pedagógicas.
ABSTRACT:
Este artículo tiene como objetivo abordar el problema de la educación rural en Brasil, así como señalar las prácticas pedagógicas que se están utilizando para admirar al hombre del campo, sin distorsión de sus raíces. Como base para la preparación de este documento, el Distrito Escolar Felipe Manoel de Oliveira, que se encuentra en la aldea de Bananalzinho que muestran características favorables para nuestro estudio.La intención es no sólo para observar y analizar las prácticas de enseñanza con experiencia en esta escuela, sino para aportar ideas que pueden generar la apertura de nuevos caminos para mejorar las prácticas de enseñanza en el campo y que estos cursos pueden ser dirigidas y basadas en las propuestas y directrices que dar apoyo a la educación rural en Brasil
PALABRAS CLAVE: Educación Rural, Pedagogía, Prácticas Pedagógicas
1-Aluna da Universidade Estadual do Maranhão, do Curso de Especialização em Educação do Campo. Este artigo científico foi apresentado como trabalho de conclusão de curso/2011.
1- INTRODUÇÃO
Sabe-se que a educação oferecida ao campo brasileiro, ao longo do tempo, foi marcada por descasos e se limitava meramente à transmissão de conhecimentos prontos, sem nenhuma ligação aos sujeitos do campo. A metodologia usada no campo era a cópia da metodologia aplicada nas escolas urbanas. Segundo Leite (1999), a falta de interesse do Estado em promover uma política educacional adequada ao homem do campo, contribuiu para a descaracterização da sociedade campesina, uma vez que privilegia o povo urbano, mediante um processo de homogeneização espacial e social que subordina o pólo rural.
Mediante um olhar para as próprias leis que amparam a educação verificamos o descaso aos direitos do homem do campo, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), Lei nº. 4.024/61, a educação campesina e a escola no campo estiveram omissa. Já a LDB nº. 5.692/71 refere-se às peculiaridades regionais, onde o enfoque é particular, localizado, isto é, para atendimento da economia.
Apenas em meados do século XX, a educação campesina passa a ser tratada pelas políticas públicas vigentes. Como exemplo, A LDB, Lei nº. 9.394/96, no art. 28 incisos I, observa-se certa preocupação sobre o oferecimento da educação nas escolas rurais, prevendo a adaptação dos conteúdos e metodologias às reais necessidades e interesses dos educandos das escolas do campo.
As conquistas nas políticas públicas são intensificadas pelo caminhar dos movimentos sociais que trazem para o debate brasileiro a necessidade de se ver o campo como potencializador de cidadania. Os próprios movimentos apresentam em seus debates práticas de como deve ser a educação dos povos do campo.
Embora seja constante a luta por políticas públicas direcionadas as Educações do Campo, ainda têm muitas pedras no caminho, principalmente no que refere as práticas pedagógicas direcionadas aos sujeitos do campo. Há ainda uma resistência grande em nosso sistema de ensino que continua tentando universalizar o currículo escolar sem observar as peculiaridades de cada comunidade campesina. O que se observa é uma grande dificuldade em construir uma proposta realmente significativa e fazer com que essa proposta gere os resultados almejados. Fica a sensação que ainda falta uma entrega total no projeto por uma educação do campo, educadores, educadoras, políticas públicas, sociedade, movimentos sociais, enfim todos, engajados neste propósito.
Quando se analisa a nossa região, mas especificamente o município de Coelho Neto, percebe-se a carência nas escolas do campo de práticas pedagógicas voltadas para os sujeitos do campo, a parte pedagógica ainda se encontra atrelada ao currículo da cidade, ou seja, ainda não observamos mudanças reais no que se refere às práticas específicas para os sujeitos do campo.
O Planejamento Pedagógico é realizado junto com os educadores da zona urbana, no mesmo momento, o que se configura como um desrespeito às peculiaridades da comunidade campesina. Embora o discurso seja de trazer a prática para a realidade dos sujeitos do campo, as ações que representam esses ideais, ainda são escassas e continuarão sendo enquanto não se elaborar a Proposta Pedagógica para Educação do Campo de nossa cidade, somente ela poderá apontar novos rumos para nossa comunidade campesina.
Analisando não apenas a cidade de Coelho Neto, mas no contexto brasileiro, é urgente a elaboração de verdadeiras e atuantes práticas pedagógicas contextualizadas no campo. Precisamos de propostas que busque verdadeiramente contemplar a diversidade do campo em todos os seus aspectos: sociais, culturais, políticos, econômicos, de gêneros, geração etnia. (Art. 5º da RESOLUÇÃO CNE/CEB 1, DE 3 DE ABRIL DE 2002).
2 - CAMINHOS DA PESQUISA
O objeto de estudo para a pesquisa foi a Escola Municipal Manoel Felipe de Oliveira, situada no Povoado Bananalzinho. A escola foi fundada no ano de 1999 para atender inicialmente aos alunos do fundamental I, anos depois a escola passou por reformas e passou a atender educandos do fundamental II. A escola atende cerca de 300 (trezentos) alunos, funcionando nos turno matutino e vespertino. Importante citar que a escola funciona em dois prédios, queixa bastante citada pelos educadores do ensino fundamental II, que durante o turno da tarde fazem esse deslocamento durante a troca de horários. Conta com o seguinte quadro de funcionários: 01 gestor, 01 coordenador pedagógico, 02 vigias, 04 auxiliares gerais e 16 professores. Considerada uma escola de boa localização e de fácil acesso devido às condições da estrada, que passou por reparos nos últimos meses.
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