A Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Kant introduz a obra analisando a velha filosofia grega, segundo essa filosofia a ciência se divide em três âmbitos: a física, a ética e a lógica. Todo conhecimento racional ou é material, ou é formal; a Lógica é uma filosofia formal, que se ocupa da compreensão, da razão e das regras universais do em pensar em geral, sem distinção dos objetos, o conhecimento formal é apenas racional, não possui parte prática; já a física e a ética abrangem o conhecimento material, pois consideram o objeto e as leis as quais estão submetidos. (KANT, 1785. posição 252)

O autor também aborda as filosofias natural, moral e pura, esta última quando formal é chamada de lógica, mas quando se limita a determinados objetos do entendimento, é a metafísica. A filosofia natural estaria submetida as leis da natureza, enquanto a moral seria regida pela "hipótese". Assim, surge uma dupla metafísica, uma Metafísica dos Costumes e uma Metafísica da Natureza, a primeira delas possui parte empírica e racional bem definida, e é representada pela física; a metafísica dos costumes é representada pela ética que possui uma parte empírica embasada na antropologia prática e uma parte racional que diz respeito a moral. Para Kant a razão prática é a que não se preocupa em entender as leis naturais, mas sim as leis racionais, afirmar que o homem tem vontade é o mesmo que dizer que ele tem autonomia para representar uma lei e agir de acordo com ela. (KANT, 1785. posição 261-270) A separação entre o ser e dever ser é abordada por Kant no intuito de distinguir o pensamento racional e empírico e as leis morais se diferenciam de todo pensamento empírico. A filosofia moral é tida como pura pois não possui base empírica e não explora o conhecimento humano, em contrapartida, fornece ao indivíduo enquanto ser racional as leis a priori, assim a metafísica dos costumes tem como objetivo investigar a origem dos princípios que residem a priori da razão humana. (KANT, 1785. posição 279-296)

O objetivo da obra é encontrar um princípio de moralidade que seja fundamentado nos costumes e ação moral. Kant abrange dois extremos, primeiramente, analisar o conhecimento comum e encontrar o princípio desse conhecimento, e por fim, analisar esse princípio e suas fontes afim de entender a razão pura. (KANT, 1785. posição 329-338)

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