A Importância do Controle Interno em uma Cooperativa Agrícola

A Importância do Controle Interno em uma Cooperativa Agrícola de Sorriso (MT)

Caroline Camera

Orientador: Prof. Mst. Aldo Nuss

RESUMO

Os grandes avanços na área agrícola, principalmente no estado de Mato Grosso, fizeram com que os produtores rurais começassem a buscar diferentes formas de gestão e controle, tanto na área Financeira quanto na área Contábil. Com o pensamento voltado às melhorias no faturamento e a diminuição dos gastos com tributos, os empresários agropecuários, através da junção de forças e com os mesmos objetivos socioeconômicos, utilizam as sociedades cooperativas para alcançar esses benefícios. Essa modalidade de sociedade consiste na coletividade de pessoas que possuam reciprocidade lucrativa comum, ligadas ao sistema cooperativo. Em uma cooperativa, talvez mais que em empresas mercantis, o controle deve ser minucioso e o atos 100% de acordo com o estabelecido em estatuto e as ações tomadas durante o exercício devem todas estar de acordo com o discutido em Assembléias e descrito nas Atas das Reuniões, além de obedecer à legislação própria e responder a fiscalizações que ocorrem por conta do considerável número de cooperativas que vem abrindo as portas. A cooperativa em estudo tem barganhado mercado nos últimos anos, e, deve entender que com o crescimento do negócio, novas ferramentas devem ser utilizadas para que o controle seja mantido de forma a manter e até mesmo melhorar as consequencias das tomadas de decisões.

Palavras-chave: Cooperativismo Agrícola, Controle Interno, Controladoria.

1

1 INTRODUÇÃO

Com as mudanças que ocorrem na economia mundial, principalmente no ramo de agronegócios, muitos são os métodos de gestão que surgiram e que vem sendo aperfeiçoados no decorrer dos últimos anos.

Por esse motivo, as sociedades cooperativas agrícolas apareceram com o intuito de auxiliar e proporcionar a gestão da produção de seus cooperados, colaborando assim com a economia dos gastos e maximização das receitas.

Analisar as fragilidades e potencialidades de uma cooperativa agrícola é o principal objetivo a ser alcançado com o desenvolver desta explanação científica.

De forma mais específica, será relatada a necessidade ou não de um departamento de controladoria em uma cooperativa agrícola de Sorriso (MT).

Além disso, o presente artigo tem por finalidade ampliar o referencial teórico disponível sobre o tema cooperativismo e proporciona as Cooperativas agrícolas da Região um material de apoio para a administração. A autora tem a possibilidade de aprofundar seus conhecimentos no que se refere a controle interno, controladoria e sistema de informações. Metodologia, como conceito prático, trata das maneiras de como uma pesquisa ou um projeto será realizado ou abordado. Busca orientar e detalhar todas as ações desenvolvidas durante a compilação das informações e com isso obter os resultados finais coerentes e verídicos. “A metodologia deve ser entendida como um elemento facilitador da produção de conhecimento, uma ferramenta capaz de auxiliar o entendimento do processo de busca de respostas e o adequado posicionamento das perguntas importantes sobre o que se ignora” CHAROUX (2006, p. 22).

A pesquisa exploratória traz consigo um problema e hipóteses. É o caso deste artigo que aponta um problema que gira em torno da necessidade ou não da controladoria em uma cooperativa agrícola e lança como hipótese a importância deste departamento para controlar os processos de forma mais rígida, para auxiliar a tomada de decisões. Para isso, foi desenvolvido o referencial teórico do trabalho que é resultado de pesquisas bibliográficas em livros e meios eletrônicos de fontes confiáveis, a fim de fortificar os conceitos do assunto. Por meio do referencial bibliográfico, será possível nortear cientificamente todas as informações citadas no decorrer deste artigo, bem como torná-lo confiável e cristalino.

Através do estudo de caso, será possível levantar dados que demonstrem as principais necessidades da cooperativa agrícola quanto ao controle interno.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceitos, Objetivos e Usuários da Contabilidade

“A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa”, levando em consideração que a mesma não foi desenvolvida exclusivamente para atender as exigências do governo (MARION, 2009, p. 28).

O controle do patrimônio, a apuração de resultados e o fornecimento de informações aos stakeholders são as principais finalidades da ciência social contábil (NEVES; VICECONTI, 2006). Além disso, ela visa captar, registrar, acumular, resumir e interpretar o patrimônio, finanças e economia de pessoas jurídicas e físicas (IUDÍCIBUS, 1998).

Como visto, o objeto da contabilidade é o patrimônio dos indivíduos ou entidades contábeis (RIBEIRO, 2009) e seu controle é realizado por meio da coleta, armazenagem e interpretação das informações obtidas através dos fatos ocorridos na mutação do patrimônio (PADOVEZE, 2004).

2

Quanto aos objetivos, o fornecimento de um conjunto de informações aos usuários, independente da sua natureza, se torna o principal deles (IUDÍCIBUS, 2010).

Também pode ser compreendido como objetivo primário desta ciência, a compilação de dados e cálculos apresentados através de resultados específicos, vinculados a um balanço que relaciona o atual período da demonstração com os futuros. Nesse contexto dá-se ênfase a coleta de dados (HENDRIKSEN, 2010).

A contabilidade é uma prática que pode ser executada para indivíduos que necessitam controlar seus negócios, independente da qualificação jurídica. Neste caso, serão registradas “todas as movimentações possíveis de mensuração monetária”, resumindo esses dados em relatórios objetivos e transparentes. Por sua vez, os documentos elaborados poderão ser entregues aos interessados em conhecer a real situação econômico-financeira da empresa ou pessoa física (MARION, 2009).

É possível afirmar que é a contabilidade que fornece as informações, a partir de relatórios, sobre a situação da cooperativa, tanto para cooperados quanto para instituições fiscalizadoras e demais usuários da contabilidade.

Diz MARION (2004, p. 27) que “os usuários são as pessoas que se utilizam da contabilidade, que se interessam pela sua situação da empresa e buscam na contabilidade