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A Luta Antimanicomial

Por:   •  22/3/2016  •  Dissertação  •  315 Palavras (2 Páginas)  •  319 Visualizações

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Na época, os movimentos culturais dos anos 60 influenciavam aqueles que buscavam novas formas de pensar e lidar com os distúrbios mentais. A psiquiatria dispunha de drogas cada vez mais eficientes para uma abordagem médica e estava longe de apresentar alternativas ao modelo d exclusão social, mas do seu interior surgiam propostas que contestavam sua essência.

O questionamento de instituições como a família, a escola e o trabalho batiam de frente com a estrutura manicomial vigente, que no Brasil legitimava os horrores da psiquiatria asilar e dava suporte aos interesses escusos da indústria da loucura.

Nas aulas de anatomia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, o hospício ressurgia através dos cadáveres usados para dissecação. Antes eram mortos vivos para a sociedade, já que lhes eram negados direitos básicos à cidadania. Após a morte biológica, eles não tinham direito nem a uma cova rasa. Tornavam-se importante fonte de estudo, além de alimentar o comércio paralelo desenvolvido com seus corpos. A loucura se tornava fonte de “vida”.

Barbacena, que almejava ser a capital de Minas Gerais, em compensação pela perda de ser a capital, recebeu a construção do hospício mais importante do Estado. Para a sede, foi escolhida a fazenda de Joaquim Silvério dos Reis, prêmio que recebeu por sua delação dos Inconfidentes. Aquelas terras viraram um presente de grego para a democracia.

Inicialmente o Hospital Colônia, com a função de curar doentes mentais, passou a receber pessoas de todas as partes do Estado. Depois se tornou um depósito de doentes mentais, um verdadeiro campo de concentração. Segregação, exclusão, maus tratos, tratamentos inadequados para o tratamento de doentes, superlotação... Ficou mais conhecido como Colônia Zoológica de Barbacena.

O hospital chegou a abrigar uma população de cerca de cinco mil pacientes. As condições precárias só pioraram no período de ditadura, quando quaisquer manifestações em defesa dos direitos humanos eram consideradas atos de subversão punidos com tortura, prisões e mortes.

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