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A Mulher na Pré-História

Por:   •  22/4/2021  •  Ensaio  •  1.304 Palavras (6 Páginas)  •  208 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ___

CURSO DE ___ – UNIDADE DE ___

_MATÉRIA_

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Docente: Prof.ª____

Discente: ___

A MULHER PRÉ-HISTÓRICA

Análise do filme A Guerra do Fogo a partir de noções de gênero e trabalho

 

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RESUMO

        O objeto desde trabalho é uma análise crítica a partir do filme A Guerra do Fogo e a forma que as mulheres foram injustamente representadas ao percurso do tempo até a contemporaneidade e suas consequências atuais, especialmente aqui abordadas, no mercado de trabalho formal. Para além da própria mensagem passada pelo filme, é observado sua construção narrativa e a maneira que aborda os personagens, comparando com os estudos históricos atuais sobre respectiva época e o como foram feitos ao longo dos anos e ideologias morais, definindo funções e recheando preconceitos.

Palavras-chave: mulheres, fogo, representação, divindade, Vênus, mercado de trabalho e segregação.

INTRODUÇÃO

        O filme A Guerra do Fogo, de 1940, dirigido por Jean-Jacques Annaud, se passa na pré-história e acompanha três indivíduos que fazem parte de um grupo de hominídeos que ainda não possuem domínio do fogo. O tema central é a diferente fase de evolução de dois grupos, um é o que os três personagens principais fazem parte e o outro é uma tribo mais evoluída, que já sabe utilizar o fogo, além de possuírem uma comunicação mais elaborada, diferente do primeiro que ainda se limitavam a grunhidos.

Essa diferença de evolução faz com que estes grupos entrem em guerra, aqueles que não possuem o manuseio do fogo sequestram uma mulher da tribo que possui para que ela revele o segredo sobre aquela ação. Os três indivíduos tratam a mulher sequestrada da mesma forma que primatas, com a tomada de consciência do grupo isso vai melhorando e a mulher cria um tipo de ligação com um dos indivíduos, a partir dessa ligação ela ensina a toda tribo como fazer fogo. Ao final do filme a mulher muda a posição da prática sexual, como uma forma de expressão de vontade e, assim, o filme acaba com o que viria a ser uma composição familiar.  

FUNDAMENTAÇÃO

        A análise aqui apresentada não pode deixar de observar a própria composição da obra cinematográfica que ainda é voltada a concepção do “homem das cavernas”, o retrato da mulher foi aquela submissa perante os homens caçadores, quando, segundo o historiador Gordon Childe, eram parceiras. A aptidão da mulher para realizar as mesmas tarefas que os homens somente é mostrada quando aquela que foi sequestrada ensina a tribo que cultuava o fogo como cria-lo, ou seja, na tribo mais evoluída elas tinham mais autonomia.

        Ao trabalhar o conteúdo apresentado pelo filme A Guerra do Fogo com as relações de trabalho na sociedade moderna é fundamental entender esse preconceito perpetuado por cientistas e historiadores que firmaram uma concepção simplista da forma que o ser humano agia na época.

        Entender essa estrutura e a forma como estes ideais foram propagados não quer dizer que o que as mulheres faziam neste período era completamente igual ao que o homem fazia, até porque, existia uma associação direta da fertilidade com a divindade. Com a consciência dessa relação formam-se sociedades matricêntricas, ou seja, voltadas a divindades femininas grávidas. As representações físicas dessa adoração são encontradas em todos os aspectos dos registros rupestres, desde esculturas, como a famosa Vênus de Willendorf, de aproximadamente 28 mil anos de idade até as próprias pinturas nas cavernas como na caverna de El Castillo, na Espanha, algumas das pinturas, especificamente os estêncis de mãos, foram feitos provavelmente por mulheres e estão entre as pinturas rupestres mais antigas do mundo, datando de pelo menos 41.000 anos atrás.

No filme, essa adoração é mostrada quando um dos três personagens principais é compelido a fazer sexo com uma mulher escolhida pela tribo e todos assistem, além disso, a forma física da mulher escolhida também faz a alusão ao considerado fértil e é de acordo com as reproduções da mulher da época.

As numerosas Vênus paleolíticas, interpretadas como símbolos de fertilidade e da função reprodutora da mulher, por analogia à deusa romana do amor e beleza e o próprio uso do termo “Vênus” tem sido objeto de muitas críticas, pois ele dá a essas figuras um significado que os indivíduos pré-históricos não lhes deram necessariamente. Voltando a questão de a mulher dessa época ser representada com valores modernos, submissa ao homem, necessariamente afetuosa, entre outros estereótipos de gênero.

         De deusas a completas submissas, a evolução histórica da mulher como indivíduo social é constantemente apagada e mal interpretada, gerando consequências que perpetuam até hoje. Por exemplo, a própria entrada das mulheres no mercado de trabalho formal.

As participações das mulheres nas atividades de sobrevivência foram por anos desconsideradas, atribuindo a estas um papel doméstico que mesmo com milhares de anos de diferença e evolução ainda é a primeira coisa a se considerar, focando apenas na manutenção da estrutura patriarcal.

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