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A Representação Social Do Trabalho: Uma Contribuição Para O Estudo Da Motivação

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Por:   •  9/4/2014  •  5.943 Palavras (24 Páginas)  •  566 Visualizações

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A Representação Social do Trabalho: Uma Contribuição para o Estudo da Motivação.

Resumo: A criação de condições que favoreçam a motivação para o trabalho representa um desafio para os gestores contemporâneos. A importância dos investimentos nessa área cresceu nas últimas décadas, diante das características assumidas pelas organizações contemporâneas e dos requisitos de desempenho profissional delas resultantes: criatividade, iniciativa, resolutividade e capacidade de adaptação, dentre outros. Dificilmente uma pessoa desmotivada poderia desempenhar bem suas funções dentro desses parâmetros. A despeito de sua importância, o estudo da motivação tem se revelado um complexo desafio, conseqüência da complexidade do próprio fenômeno. Na tentativa de melhor compreender os estímulos que favorecem a motivação para o trabalho, a pesquisa relatada no presente artigo buscou suporte na Teoria das Representações Sociais. Partindo da técnica de evocação de palavras, foi mapeado o Núcleo Central da Representação estudada. A pesquisa aqui relatada demonstra como essa teoria pode ser utilizada, explicando cada etapa de sua aplicação e os procedimentos utilizados para obtenção e tratamento dos dados. A aplicação dessa Teoria revelou-se bastante promissora no estudo do tema em foco, demonstrando ser uma efetiva opção para o desenvolvimento de estudos na área de Gestão de Pessoas.

1. Introdução

O trabalho pode representar, em muitas situações, uma atividade bastante penosa, que as pessoas cumprem apenas para sobreviver, sem nela obter nenhuma satisfação. Terkel, citado por MOTTA (1986, p. 117), começa o seu livro Working com a seguinte afirmação: "Este livro, sendo sobre trabalho é, por sua natureza, sobre violência, tanto ao espírito como ao corpo. É tanto sobre úlceras como sobre acidentes (...) É sobretudo (ou abaixo de tudo) sobre humilhações diárias". O que nos revela essa afirmação é que muitas pessoas sentem-se desestimuladas com o trabalho que desenvolvem e parecem buscar no mesmo somente seu sustento financeiro, sua subsistência.

A reversão desse quadro, de desmotivação profissional, reveste-se atualmente de grande importância. Vivemos um momento ímpar na história da humanidade. Nunca nossa civilização passou por mudanças tão profundas em tão curto espaço de tempo. Nos últimos anos, ingressamos em uma nova era, fruto da revolução da informação. As relações sociais estão sendo completamente modificadas, em seus mais variados aspectos (político, cultural, financeiro, social etc). O advento da sociedade pós-industrial representa uma verdadeira ruptura nos valores que mantínhamos até algumas décadas atrás (TOFFLER, 1985).

Dentre as diversas mudanças trazidas pela adoção do modelo pós-industrial de gestão, merecem destaque, no que tange aos impactos trazidos para as qualidades requeridas dos trabalhadores, os seguintes (DRUCKER, 1989; HESSELBEIN, GOLDSMITH, e BECKHARD, 1997; TACHIZAWA, FERREIRA E FORTUNA, 2004; TOFFLER, 1985; VERGARA, 2000):

• Adaptação - Temos observado a ocorrência de mudanças em ritmo cada vez mais intenso, tornando rapidamente obsoletos não apenas produtos e tecnologias como estratégias e modelos de gestão. A capacidade de adaptação representa um fator fundamental para a sobrevivência das organizações.

• Decisões complexas - Num ambiente em que predominava a estabilidade, os processos decisórios gerenciais eram relativamente simples. Bastava ao dirigente aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo de sua carreira, lançar mão de sua experiência, para resolver a maior parte dos problemas. Hoje, com as constantes mudanças observadas dentro e fora das organizações e as indefinições delas decorrentes, o processo decisório ficou bastante mais complexo.

• Visão holística - Ao invés da abordagem fragmentada das pessoas e fenômenos organizacionais que durante décadas dominou a teoria administrativa e outros ramos da ciência, a visão holística privilegia um enfoque global das pessoas e dos fenômenos sociais. Redescobrindo valores como ética, prazer, alegria, comunhão e sua aplicação no dia-a-dia pessoal e profissional, o movimento holístico busca o resgate do equilíbrio interno do ser humano e sua harmonia com os semelhantes e a natureza.

• Gestão participativa - A participação representa uma das mais eficazes estratégias para comprometer os empregados com as metas organizacionais e reduzir as resistências aos processos de mudança que constantemente precisam ser implementados. Além disso, sabe-se que ninguém melhor para conhecer os detalhes de cada operação produtiva e os aspectos que precisam ser considerados nos processos de tomada de decisão do que aqueles que estão diretamente envolvidos na execução, que estão “com a mão na massa”, como se diz popularmente.

• Valorização da iniciativa e do espírito empreendedor - A dissociação entre o pensar e o executar que caracteriza a abordagem clássica da Administração está totalmente inadequada aos requisitos das organizações contemporâneas. No modelo superindustrial é essencial que todos os membros da organização pensem, criem, descubram novas soluções para os problemas e empreendam esforços contínuos pela elevação da eficiência, eficácia e efetividade. As qualidades do empreendedor, antes relacionadas apenas aos que se tornam empresários, são vistas agora como desejáveis também para os funcionários, no que tornou-se conhecido como intrapreneur ou empreendedor interno.

• Nova visão da qualidade – Ao invés de se limitarem à realização de testes de qualidade a posteriori, as organizações estão agora adotando uma filosofia de controle de qualidade integrado aos processos e junto fornecedores/clientes.

A análise das tendências da gestão contemporânea aqui listadas revela a necessidade de que sejam revistas antigas práticas de gestão de pessoas. No modelo de gestão típico da era industrial, era possível fazer com que um trabalhador mantivesse uma elevada produtividade mesmo que não estivesse muito motivado para o seu trabalho. Sendo a maior parte das tarefas de natureza simples e repetitiva, bastava que os operários fossem adestrados e rigorosamente supervisionados. Na era pós-industrial, no entanto, somente serão de fato produtivos os trabalhadores que estiverem se sentindo motivados. Caso contrário, como poderão ser adaptativos, tomar decisões complexas, adotar uma visão holística, envolver-se em processos participativos, ter iniciativa e espírito empreendedor e manter um compromisso efetivo com a qualidade?

As pesquisas sobre motivação para o trabalho podem auxiliar na busca de

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