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ADULTÉRIO FEMININO: A VISÃO DAS MULHERES DA ZONA URBANA DE SOBRAL ACERCA DA INFIDELIDADE

Por:   •  14/6/2017  •  Artigo  •  1.967 Palavras (8 Páginas)  •  450 Visualizações

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MARIA EDVÂNIA OLIVEIRA ALVES

ADULTÉRIO FEMININO: A VISÃO DAS MULHERES DA ZONA URBANA DE SOBRAL ACERCA DA INFIDELIDADE

E.E.E.P. LYSIA PIMENTEL GOMES SAMPAIO SALES

LINHA DE PESQUISA: DINÂMICAS E PRÁTICAS SOCIAIS

ORIENTAÇÃO: PROFESSOR JOSÉ RICARDO MARQUES BRAGA

SOBRAL/CEARÁ

2015

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ________________________________________________

JUSTIFICATIVA_______________________________________________

OBJETIVO GERAL_____________________________________________

OBJETIVOS ESPECÍFICOS_____________________________________

PROBLEMATIZAÇÃO TEÓRICA________________________________

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS__________________________

CRONOGRAMA________________________________________________

REFERÊNCIAS________________________________________________


INTRODUÇÃO

Este texto configura-se como projeto de investigação social acerca do público feminino da zona urbana da cidade de Sobral, Ceará, que mantém relacionamentos amorosos fora do casamento ou da relação conjugal para satisfazer seus desejos e fantasias sexuais, em busca de realização pessoal, sexual e/ou afetiva. Essa temática encontra-se destacada no cenário social contemporâneo. Segundo algumas estimativas, cerca de metade das pessoas tem casos. Antigamente, os homens lideravam este ranking. Atualmente, as mulheres estão se equiparando nas estatísticas. Maior acesso ao trabalho, autonomia financeira, independência da opinião familiar e até a disseminação de comportamentos pela internet contribuem para isso.

Aparentemente, o amor se desvaloriza e, em seu lugar, são estabelecidas relações fugazes e cultivados prazeres efêmeros, desprovidos de laços afetivos. No entanto, a contemporaneidade não abala os valores básicos e a dor provocada pela infidelidade se mantém viva perante avanços tecnológicos e socioculturais. A representação do amor como a melhor possibilidade de realização pessoal parece ter sido mantida. A questão é que a maioria das pessoas entra nos relacionamentos com falsas expectativas, sobretudo a respeito do que querem que a outra pessoa lhes faça (Rodrigues, 2005). Ao mesmo tempo, a infidelidade se banalizou. Daí a suspeita de infidelidade estar presente na vida de quase todos os casais, independentemente da natureza da relação e do grau de intimidade (Almeida, 2007).

Em uma reportagem da Revista Domingo do Jornal do Brasil, de 16 de Julho de 2006, discutiram-se as diferenças entre fidelidade e lealdade. Na reportagem, a psicanalista e sexóloga S. Cherman é citada, defendendo a posição de que fidelidade não é sinônimo de lealdade e que apesar de nascermos para sermos polígamos, a sociedade nos impõe a monogamia. Na sua experiência clínica, 90% das mulheres declararam ter fantasias sexuais com outros homens que não seus maridos. Ela afirma, com este dado, que ninguém é fiel, pois no momento em que se fantasia com outrem, já se está sendo infiel. Nas suas palavras, “lealdade é ser fiel ao próprio sentimento, mesmo que isto provoque conflitos”. Considerando as diversas formas de encarar a infidelidade, este projeto visa analisar o discurso feminino sobre a infidelidade, buscando compreender a forma como as mulheres do grupo pesquisado lidam com a traição dentro do contexto atual de relacionamentos afetivos.

JUSTIFICATIVA

O interesse pela temática proposta deu-se através da minha vivência do contexto social que estou inserida, ao presenciar e discutir casos de adultério dentro do ambiente familiar e do ambiente de amizades, pressuposto da análise feita da pesquisa “Mudanças nos papéis de gênero, sexualidade e conjugalidade nas camadas médias urbanas do Rio de Janeiro”, coordenada pela antropóloga Mirian Goldenberg, na qual um dado me chamou atenção: em um total de 166 mulheres pertencentes à camada média urbana carioca, 54,3% (90) haviam sido infiéis. Há alguns anos atrás seria inconcebível que uma mulher confessasse sua infidelidade em função da pressão social que sofreriam.

Ao associar estes dados ao cenário social de Sobral, pude deferir que o público urbano feminino está cada vez mais independente em relação à sexualidade e conjugalidade, provocando mudanças notáveis na representação dos papéis de gênero dentro da sociedade contemporânea.

O que mais me chamava atenção ao abordar algumas amigas e parenta era a naturalidade com que encaravam a infidelidade e desvalorização da relação monogâmica presente em seus discursos. Diante disso, ficava a me interrogar o que motivava essas mulheres a manterem relações extraconjugais, que razões as levavam a colocar em risco seus casamentos ou namoros e que sentido elas atribuíam para a infidelidade em suas diversas interpretações social.

Buscarei mediante este projeto analisar a infidelidade feminina a partir da utilização da visão do senso comum “[...] quer dizer, com representações partilhadas por todos” (BOURDIEU, 2010, p. 34), procurando compreender as mudanças e permanências nas representações de gênero e nos ideais de conjugalidade da população feminina urbana de Sobral. Com isso acredito poder contribuir para um melhor entendimento dos relacionamentos atuais.

OBJETIVO GERAL

Analisar e compreender o discurso feminino sobre a infidelidade e as representações de gênero nele contidas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Compreender o sentido atribuído pelas mulheres da infidelidade, bem como analisar a motivação para a realização do adultério;
  • Compreender como essas mulheres, dentro do contexto social vigente, se percebem e como são percebidas;
  • Analisar a importância/interferência da mídia e dos fatores externos no comportamento feminino dentro dos relacionamentos;
  • Analisar os impactos da infidelidade feminina na representação contemporânea dos papéis socias, da sexualidade e da conjugalidade.

PROBLEMATIZAÇÃO TEÓRICA

        Fisher (1995) realizou um extenso estudo sobre o amor romântico, o divórcio, o recasamento, o adultério, dentre outros temas e o registrou em seu livro “Anatomia do Amor: a história natural da monogamia, do adultério e do divórcio”. Em sua obra fica claro que os costumes culturais influenciam a definição que se tem do adultério e da atitude de determinada pessoa diante dele. Com a descrição dos costumes de diferentes povos com relação ao adultério, a afirmação fica mais clara ainda. No islamismo, por exemplo, as mulheres acusadas de adultério são punidas com a morte, enquanto para o homem é permitido manter casos extraconjugais, desde que seja com mulheres solteiras. Já no ocidente, a mulher possui maior independência e a cultura local atual encontra-se cada vez mais desprendida de crenças que condenam o adultério e a infidelidade conjugal.

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