ASPECTOS E CONSEQUENCIAS DO CONSUMO DE CARNE NO BRASIL

ASPECTOS E CONSEQUENCIAS DO CONSUMO DE CARNE NO BRASIL

        Promulgada em 1988, A Constituição Federal do Brasil no artigo 225 garante ao poder público a proteção da fauna e da flora, vedadas, na forma de lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, ou submetem os animais a crueldade, e ainda o controle da produção de substancias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e ao meio ambiente. Conquanto, o consumo de carne no Brasil e suas consequências transparecem que esses deveres constitucionais não são postos em prática pelas esferas governamentais. Nesse sentido, convém analisarmos as principais consequências de tal postura negligente para nossa sociedade.

        O contínuo e crescente consumo de carne vêm causando impacto devastador no meio ambiente, e é apontado como a principal causa da extinção de espécies, morte de zonas oceânicas, poluição da água e destruição de habitats. De acordo com o documentário Cowspiracy, produzido por Leonardo DiCaprio em 2012, a agropecuária é responsável por 91% do desmatamento da Amazônia, onde, são extintas mais de 137 espécies de plantas, animais e insetos, por dia, devido a destruição da floresta. O desaparecimento da flora coloca em risco projetos de pesquisa com plantas que possuem curas para vírus, infecções, AIDS e também câncer, onde vinte e cinco por cento dos ingredientes ativos nas drogas de combate à doença vêm de organismos encontrados apenas na floresta tropical.

        Em termos de saúde, a carne ainda é responsável por grande parte dos casos de câncer, diabetes, e doenças cardiovasculares na população brasileira. A ONU classifica as carnes processadas, como bacon, presunto e salsichas como tipo 1 de cancerígenos, junto com o tabaco e o amianto, o jornal americano de nutrição clínica aponta que apenas uma porção de carne processada por dia aumenta em 51% os riscos de obtenção de diabetes. Em termos de ação imediata, o consumo da carne animal no organismo resulta em inflamação das artérias. Esses dados ressaltam que parte da economia federal investida na saúde pública poderia ser poupada e aplicada em investimentos em áreas como educação e desenvolvimento do país.

        Infere-se, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um país melhor. Dessa maneira, urge que a administração pública fiscalizem o cumprimento de leis ambientais e criem políticas de diminuição do consumo da carne, por meio da educação pública, incluindo matérias de conscientização do problema nas grades curriculares, e ainda da promoção de campanhas, como a Segunda sem Carne, onde um dia baseado na dieta sem carne animal poupa até 4170 litros de água, 20 quilos de grãos, 3 metros quadrados de floresta tropical, 10 quilos de CO2 na atmosfera e também a vida de um animal.