Ação social x Consciência coletiva

Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Ciências Sociais

Departamento de Sociologia

Sociologia I

Docente: Carlos Eduardo Rebello

Discente: Felipe Fabrício

Apresente um caso onde a ação social se dê por necessidade, comparando esta com uma ação produzida pela “consciência coletiva” ou pelo espírito.

A partir da obra “ O Suicídio” de Émile Durkheim discutida em sala, irei apresentar o caso do momento da escolha de um curso de graduação, onde o estudante que ingressa em uma faculdade, tem um objetivo fim, e por isso, se inscreve em determinado curso a sua escolha para buscar racionalmente o seu objetivo final, que é se graduar. A escolha do curso de História, por exemplo, pelo estudante, à primeira vista pode ser encarado como um fenômeno individual, mas a constatação da regularidade em que indivíduos variados da sociedade se inscrevem no curso de História ou qualquer outro, ao longo do tempo, o torna um tipo de fenômeno social, ou seja, mais propriamente uma ação social.

Durkheim analisa em sua obra que os fatos sociais têm existência própria e independem daquilo que pensa e o que faz cada indivíduo em particular, portanto, podemos ver que a coercitividade que é uma das características que caracterizam os fatos sociais, atua sobre o indivíduo e se faz presente no exemplo, agindo coercitivamente sob estudante a fazer uma escolha. Portanto, essa coercitividade pode ser entendida como uma força do consciente coletivo que exerce sobre o indivíduo (no caso, o estudante), o obrigando através da sociedade a se conformar em ter que fazer sua escolha para um curso de graduação.

Émile Durkheim em sua perspectiva, avalia que a existência de uma sociedade e sua coesão social que assegura a sua continuidade só se torna possível quando os indivíduos se adaptam aos processos de socialização, isto é, quando são capazes de assimilar hábitos ou costumes que definem a sua maneira de ser e agir característicos do grupo social a qual pertencem. Portanto, a consciência coletiva estabelece variadas crenças, acordos e sentimentos comuns entre os membros de uma mesma sociedade, formando assim, um sistema determinado com vida própria.

Essa “consciência coletiva” age coagindo e constrangendo os indivíduos pertencentes a sociedade a se comportarem e as fazerem escolhas de acordo com a regras de conduta prevalecentes. A consciência coletiva habita as mentes individualmente e serve para orientar a conduta social de cada um dos membros da sociedade. Ela está acima e é externa aos indivíduos, portanto, com base nesse objetivo explicitado, Durkheim demarca para o fato de que os fenômenos individuais devem ser explicados a partir da coletividade e não a partir do indivíduo, no caso o ato do estudante em fazer sua escolha, e sim no fato de inúmeros membros da sociedade já terem feito ou fazerem a escolha do curso de História.