Bourdieu o Senso Prático Capítulo 1 e 2 Resumo
Por: mattvir • 22/11/2018 • Resenha • 1.326 Palavras (6 Páginas) • 387 Visualizações
Nos capítulos “A terra e as estratégias matrimoniais” e “Os usos sociais do parentesco”, podemos perceber que a sociologia de Bourdieu determina interesses entre sociedade da educação e da família mediante os conceitos de habitus e de estratégia. O habitus é o componente que tem a função de unir os diferentes tipos de estratégias que são familiares, biológicas, culturais e etc. Ele determina família conforme estratégias familiares ou matrimoniais. A estratégia ocorre a partir da técnica, do senso prático. Através do que essas pessoas fazem, é preciso acreditar que eles obedecem a um sentido do jogo, conforme o esporte. As estratégias matrimoniais têm em vista realizar um bom casamento, ou seja, potencializar os lucros e reduzir os custos econômicos e simbólicos do casamento como um acordo de um tipo particular. Para estudar a questão do casamento, Lévi-Strauss aplica o conceito de regra, ao mesmo tempo que Bourdieu prefere o conceito de estratégia. Bourdieu diz que, o casamento de cada um de seus filhos, mais velho ou mais novo, rapaz ou moça, posiciona para qualquer família um problema característico que ela não pode solucionar a não ser tirando proveito de todas as possibilidades oferecidas pela tradição sucessória ou matrimonial para certificar a perpetuação do patrimônio. A mãe como senhora da casa, podia usar todos os meios em seu poder para impedir um casamento “de cima para baixo”, ela era a primeira a se contestar sobre casamento de seu filho com uma mulher de uma condição demasiado alta. O casamento “de baixo para cima” ameaça a autoridade que o grupo reconhece aos membros masculinos, tanto na vida social quanto no trabalho e nos assuntos domésticos. Para assegurar autoridade sobre o lar, o noivo deve posicionar o pé sobre o vestido de casamento da noiva, se capaz no momento da benção nupcial, enquanto que a noiva deveria dobrar a dedo de maneira a evitar que o noivo pudesse colocar completamente a aliança de casamento. Bourdieu diz que as estratégias matrimoniais pretendem sempre, pelo menos nas famílias mais favorecidas, fazer um "bom casamento" e não somente um casamento, isto é, potencializar nos benefícios econômicos e simbólicos relacionados ao começo de uma nova relação, elas são comandadas em cada caso pelo valor do patrimônio material e simbólico que pode ser entregue na transação e pelo modo de transmissão que define os sistemas de interesses próprios aos diferentes pretendentes á propriedade do patrimônio ao lhes atribuir direitos diferentes sobre o patrimônio conforme seu sexo e sua ordem de nascimento. As estratégias são guiadas pela quantia do patrimônio material e simbólico que pode ser implicada na transferência e pelo modo de transferência do patrimônio. Entendido que a parte do patrimônio especialmente herdado e a recompensa paga no momento do casamento são uma única coisa, é o valor da propriedade que controla o montante do adot (fazer uma adoção, dotar) este controla por sua vez as ambições matrimoniais de seu possuidor da mesma forma que o montante do adot imposto pela família do futuro cônjuge depende da importância de seus bens. Cada filho mais novo ou filha mais nova tem direito a uma parte do patrimônio, o adot (doação) que, uma vez que geralmente é concedido no momento do casamento, quase sempre em espécie, com a intenção de evitar a decadência da propriedade e sob a forma e uma parcela de terra. A estratégia é o produto do senso prático enquanto sentido do jogo, de um jogo social particular historicamente definido, que se conquista desde a infância pela participação nas atividades sociais. Logo, as estratégias matrimoniais estão relacionadas as hipóteses gerais das estratégias sociais, de modo que elas personalizam e colocam em prática a educação. Estudar família enquanto estratégia não é defini-la simplesmente como parentesco.
A estratégia é tradicionalmente estabelecida desde a infância, através da participação dos agentes nas inúmeras atividades do mundo social. O pensamento estabelecido desde a infância aos valores tradicionais ao costume de divisão de tarefas e dos poderes entre os irmãos, e o apego ao patrimônio familial, à casa, à terra, à família e principalmente aos filhos mais velhos, podem levar inúmeros mais novos a aceitar essa vida que, segundo a fórmula funcionalista de Le Play, "oferece a quietude do celibato com as alegrias da família". Os agentes das estratégias matrimoniais elaboram vivências de família ou casamento, que tem o objetivo de garantir a sobrevivência pessoal ou grupal, e para fixa uma série de trocas simbólicas ou de patrimônio econômico, mantendo-os na estrutura das relações de classes. Dessa forma, realizam isto de um jeito diferenciado, sempre por participação do habitus, atuando tanto conscientemente, como inconscientemente. A chegada ao mundo de uma menina nunca é vista com entusiasmo ("quando nasce uma menina em uma casa, diz o provérbio, cai uma viga mestra") porque ela representa uma carta ruim, ainda que, circulando de baixo para cima, ignorando os problemas sociais que se impõem o menino, e ela pode, casar-se acima de sua condição que é herdeira, ou seja, filha única (caso bem raro, uma vez que sempre se espera ter um "herdeiro). Pelas considerações conceituais do habitus de Bourdieu, deduz que na relação mulher/família existem interesses a partir das estratégias, que variam segundo tempo e lugar, de modo que há uma produção e uma reprodução de objetivos, escolhas, decisões nas quais misturam o ontem e o hoje. Em outras palavras, a mulher, independentemente do tempo e do lugar, tanto pode ser dona de casa, responsável pelos cuidados domésticos, como atribuir as outras obrigações para além da casa.
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