COERÇÃO CAPITAL E ESTADOS EUROPEUS
Por: augustounicamp • 14/4/2017 • Resenha • 711 Palavras (3 Páginas) • 1.031 Visualizações
RESENHA
LIVRO: COERÇÃO, CAPITAL E ESTADOS EUROPEUS
AUTOR: Charles Tilly
CAPÍTULOS: 2 E 3
- Entendendo o contexto autor e sua obra.
Do que trata este livro???
Segundo o Editor ”este livro combina vários elementos da pesquisa anterior do autor sobre os estados, a ação coletiva, a urbanização e o desenvolvimento do capitalismo. É considerada até agora sua análise mais sofisticada e abrangente das origens dos estados modernos”. No texto, o autor, pretende responder a uma questão crucial. Como, a partir de condições diferentes, os estados se desenvolveram por caminhos diversos, mas alcançaram a mesma evolução em estados nacionais???? Utilizando-se de dados estatísticos e levantamentos precisos do último milênio, Tilly apresenta análises e respostas para diversas questões envolvendo a formação dos estados nacionais na forma como conhecemos.
- Capítulo 2 – As cidades e os estados europeus.
Neste capítulo, o autor discute em sete tópicos a evolução das cidades e dos estados durante o último milênio, notadamente na Europa, culminando com a atual organização em estados nacionais. Há cerca de 1000 anos a Europa, nas palavras de Tilly, era inexistente. No capítulo são apresentadas estatísticas e levantamentos históricos, a cada 500 anos (a partir de 990 D.C.), com informações, por exemplo, do número total de habitantes da Europa nestes períodos, bem como do número de estados estabelecidos, área ocupada e número médio de habitantes por estado, mostrando de forma estatística o processo de evolução até o formato dos estados nacionais. A seguir discute-se a relação entre os estados e a coerção. Para obterem os recursos necessários para a guerra, os estados exerciam a coerção garantindo a entrega daquilo que era fundamental para seus objetivos. Também discute-se a relação entre as cidades e o capital, mostrando a concentração de capital nas cidades que tinham maior vocação para o comércio. Em seguida, Tilly trata da interação cidades e estados, analisando de forma também estatística, através de dados concretos, e a cada período de 500 anos, como as cidades independentes foram dando lugar a estados. O autor apresenta, ainda, na forma gráfica, uma análise da relação entre as cidades e os estados em função da interação da coerção e do capital, estabelecendo curvas que identificam diferentes níveis de coerção e de capital, ou em outras palavras identificam diferentes caminhos, para cada objeto (cidade ou estado) analisados. E, no último tópico do capítulo, o autor discute diferentes formas alternativas de estado, analisando diversas regiões como Portugal, A República Holandesa, Prússia, França, Grã-Bretanha, entre outras.
- Capítulo 3 – Como a guerra fez os estados e vice-versa.
Neste capítulo, o autor discute, também em sete tópicos, as estatísticas de guerras e mortes violentas nos últimos séculos. Em determinado momento, na Europa, os estados passaram a limitar a posse de armas letais em poder da população, bem como desarticularam as estruturas de defesa e exércitos particulares, concentrando, assim, em si mesmos um enorme poder de coerção. Ressalta Tilly que “ a criação de forças armadas pelos governantes criou estruturas de estado duradouras”. O autor se questiona, “porque ocorreram as guerras???”, e imediatamente conclui que é porque a “coerção funciona”, e “todo aquele que controlava meios substanciais de coerção tentava garantir uma área segura dentro da qual poderia desfrutar dos lucros da coerção”. Em sua análise, Tilly argumenta que as guerras impulsionaram os estados e apresenta dados que levam a conclusão que “durante todo o milênio em estudo, a guerra foi a atividade predominante dos estados europeus”. Segundo Tilly, as guerras influenciaram a formação da rede de estados nacionais na europa. Ainda, neste capítulo, através de diversos exemplos práticos, Tilly analisa as decisões dos governantes entre as possibilidades de apreensão, fabricação, ou compra da coerção ao longo da história. Neste último caso, ressalta que a preparação ou as atividades de guerra foram responsáveis pela maior parte do endividamento dos estados, e as estratégias para pagamento destas dívidas foram bastante diferentes de um estado para outro. No último tópico deste capítulo, Tilly análisa “os grandes impérios, e as guerras que se travavam no mar, complementando as guerras terrestres”.
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