Comunidade Quilombola

‘’Comunidade Quilombola de Monte Alegre’’

Os Quilombos em sua maioria foram formados entre os séculos XVIII e XIX por escravos fugidos de suas senzalas e outros poucos libertos por seus senhores. Essas comunidades além de servirem como refugio para os negros, eram também uma forma de resgate das suas culturas e tradições.

A Comunidade Quilombola de Monte Alegre teve seu início em final do século XIX, no ano da Abolição, seus fundadores foram escravos das fazendas Boa Esperança, Barra de Mutum e Monte Alegre, situadas próximas onde a comunidade foi formada.

Monte Alegre fica a 37 km do centro de Cachoeiro, passando pela ES 482 no trecho que liga Cachoeiro á Alegre, entrando no trevo de Burarama à direita da Fazenda Experimental do Incaper, seguindo cerca de 5km por uma estrada de chão.

As primeiras famílias quilombolas a adquirirem terras em Monte Alegre foram Verediano,Ventura e Oliveira, com o passar do tempo muitas outras famílias afrodescendentes se mudaram para a comunidade, muitos ainda prevaleceram com os sobrenomes Verediano, Ventura e Adão. A população da comunidade hoje é estimada em 550 habitantes.

Tradicionalmente, a principal renda dos quilombolas de Monte Alegre ainda é extraída de serviços prestados á produtores rurais, ligados a agricultura e pecuária, algumas atividades desenvolvidas na própria comunidade e de doações que recebem da prefeitura.

Das atividades realizadas na comunidade podemos destacar o Ecoturismo que inclui passeios pela mata e uma aula sobre o ecossistema local, a apresentação de danças afro-brasileiras como o caxambú, a capoeira, o maculelê, entre outras, também a confecção de produtos artesanais de culinária e decoração e ainda uma gastronomia típica com direito a angú de banana verde, feijoada, abobora com carne seca.

A comunidade visando outras alternativas de renda deu início a um trabalho em parceria com o Incaper e a Escola Agrotécnica de Alegre. Esse trabalho consiste em diversificar a agricultura do plantio de café.

Outras parcerias também são formadas na área da educação, com doação de bolças escolares para faculdades, uma boa forma de inclusão para a nova geração.

Mas ainda há muito a ser feito, até os dias de hoje muitas comunidades quilombolas não tiveram a titulação de suas terras, como prevê os artigos 215 e 216 da Constituição Brasileira de 1988.

Para manterem suas lembranças vivas na memória os quilombolas contam com a ajuda dos seus líderes , que passam para as crianças e jovens suas histórias antigas. Pois não há registro de literatura disponível em relação a cultura quilombola brasileira.

O Quilombo é a preservação da identidade de um povo. Povo esse que debaixo das chibatas de seus senhores sonhavam com o dia que seriam livres e mais ainda respeitados por sua raça, crença e cultura.