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DIMENSÕES DA CIDADE: TEMPO E ESCALAS NA COMPOSIÇÃO

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Por:   •  28/11/2013  •  Seminário  •  1.498 Palavras (6 Páginas)  •  243 Visualizações

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DIMENSÕES DO URBANO: TEMPOS E ESCALAS EM COMPOSIÇÃO

O projeto “Juventude e criminalidade urbana no Rio de Janeiro: representações e intervenções sobre um ‘problema’” tem como objetivo compreender como jovens habitantes da periferia engajam-se na produção de imagens sobre seus locais de moradia e sobre si mesmo, em organizações sociais atuantes nas suas localidades, e como essas novas representações se distanciam ou se aproximam das representações hegemônicas, particularmente as expostas nos jornais e nos blogs que discutem o tema. Neste sentido, procura-se compreender sobre que representações da favela e de seus moradores a discussão sobre a Segurança Publica no Rio de Janeiro esta sendo construída. A partir deste ponto, busca-se argumentar nesta comunicação que, ainda que esses espaços configurem uma área importante de atuação, o formato se atuação através de “projetos sociais” impões uma seria de limitações a ação coletiva dos moradores da favela, em função das regras para se ter sucesso dentro do “mercado de projetos sociais”.

Desde seu surgimento na paisagem carioca, as favelas foram “problematizadas” por jornalistas, médicos e engenheiros que a viam como uma doença que precisava ser combatida. A partir dos anos 1930, a favela passa a ser vista como um problema a ser administrado, e quando as ciências-sociais constituíram-se no país, elas se tornaram objeto de suas investigações. Desta forma, a historia das favelas cariocas esta fortemente relacionada como um problema, que também passaram a ser vistas como territorio de violência a partir dos anos 90, julgando os moradores como cumplices desta violência e por viverem sob as “leis do trafico” e não sob as “leis do pais”.

Ainda que a violência permaneça como referencia na imagem das favelas, nesta década e na passada, abriu-se espaço para outras imagens e outros produtores de representação, como os próprios moradores, que passaram a ter sua produção cultural publicizada e o contexto que tornou possível para estes atores/artistas o acesso a divulgação de seu trabalho é influenciado pelas discussões sobre a cidade do Rio de Janeiro e o problema da violência urbana . Neste cenário, as organizações não governamentais destacaram-se como atores centrais do processo de visibilidade a produção cultural das favelas que instigaram a curiosidade dos moradores do “asfalto” a conhecer estes locais, em um misto de fascínio e medo.

A produção cultural das favelas passa a ser valorizada e desejada por alguns setores da sociedade, e para os artistas e os moradores da favela, a possibilidade de mostrar a cultura local foi vista como oportunidade de mostrar “o lado positivo” da favela. A partir deste contexto, percebe-se que estes ocupam um espaço importante na produção artística nacional, como por exemplo os grupos artísticos Nós do Morro, AffroReggae, etc. Neste sentido, discute-se como algumas dessas ONGs, geralmente fundadas ou gerenciadas por moradores de favelas, buscam ocupar um local no espaço publico como representantes dos moradores da favela.

Para tanto, vale ressaltar o caso de uma ONG localizada no Morro do Pereirão cujo o trabalho sustenta-se na produção audiovisual de jovens moradores do local: Projeto Morrinho. Visando ampliar a analise desse trabalho, é valido contrasta-lo com o trabalho da Central Única das Favelas (CUFA), que também trabalha em territórios de favelas e que se destaca na produção do campo audiovisual.

O Projeto Morrinho é uma maquete ficcional que representa diversas favelas do Rio de Janeiro, na qual os jovens participantes do projeto desenvolvem performances realistas sobre otrafico de drogas. Cada participante é o “chefe” de uma “favela”, responsável pela construção e manutenção das casas e pela a ação de seus habitantes. O objetivo, segundo um de seus participantes, era mostrar a realidade, retratando o trafico, moto-taxi, baile funk e etc., olhando tanto o bem e o mal da favela. Três anos depois do inicio do projeto, dois realizadores de filmes de publicidade foram conhecer o local e os meninos do Morrinho, interessados a fazer um filme documentário sobre a iniciativa. Como os participantes gostam de reforçar, o projeto nasceu do encontro entre os “meninos da favela” e “os homens do asfalto”, interessados na mesma “brincadeira” e a partir de então se torna possível a transformação da maquete em instalação artística e em ONG. A ONG criada pelos jovens do projeto e os cineastas faz diversas atividades, entre elas a exposição da maquete em eventos artísticos, realização de seus próprios filmes e sobre encomenda, turismo sustentável e Morrinho Social, que possui um projeto de capacitação profissional na área de audiovisual.

Apesar do sucesso do prejeto, o Projeto Morrinho é uma iniciativa modesta comparada a grandes ONGs, como a Central Única das Favelas. Esta foi inaugurada na Cidade de Deus e com atuação nacional, com cursos e oficinas de DJ, Break, Graffiti, Escolinha de Basquete de Rua, Skate, Audiovisual, Gastronomia e etc. O principal destaque da organização é o cantor MVBill, e além dele, parte do sucesso da iniciativa se da pelo apoio de diversos artistas, intelectuais e profissionais do mundo artístico, que atuam como professores nos cursos, atraindo alunos e ajudando a divulgar o projeto. O contraponto com o caso do Morrinho é interessante neste aspecto, pois na publicação de comemoração dos dez anos da entidade, Celso Athayde descreve como o encontro que realizava com jovens de periferia ligados ao rap em sua loja localizada em Madureira se transformou na ação concreta de organizar um curso de audiovisual para moradores de favelas a partir da participação do diretor de cinema Cacá Diegues em um desses encontros, falando

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