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Elementos básicos na relação do Poder

Por:   •  2/3/2017  •  Dissertação  •  945 Palavras (4 Páginas)  •  258 Visualizações

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Disciplina: Ciência Política

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Atividade: AA1 – Atividade Avaliativa 1

Com base no módulo de Ciência Política do Doutor Ricardo Corrêa Coelho, constata-se quatro elementos básicos na relação de poder. “O sujeito” que é a pessoa que exerce o poder; “o objeto” que é sobre o qual o poder é exercido; “o meio” que é o recurso utilizado para que o poder seja exercido sobre o objeto. Por último, “o fim” que é o motivo pelo qual o poder é exercido pelo sujeito sobre o objeto.

Há basicamente duas compreensões na relação poder. Uma mais moderna que se preocupa com os meios para o exercício do poder e uma tipologia mais clássica que se preocupa com a finalidade do exercício do poder.

O formulador da tipologia clássica foi o filósofo grego Aristóteles, século IV antes de Cristo. Para ele era importante saber qual o interesse no exercício do poder, em favor de quem o poder estava sendo exercido. Em síntese, a sua finalidade.

Dos quatros elementos, O Pensador grego se deteve apenas no " interesse do objeto", no “interesse do sujeito” e no “interesse do sujeito e do objeto”.Na formulação de tipologia clássica de poder Aristóteles compreende a formulação de um poder dentro de casa, “poder paterno”, que é o interesse do pai pelo bem do filho(o objeto); o interesse do Senhor sobre o escravo, no interesse do senhor que é o sujeito. Temos aí o poder despótico. Por último o poder político que é exercido considerando o interesse de quem governa concomitante aos interesses do governado. No interesse de ambos, sujeito e objeto.

Aristóteles compreendia a complexidade do exercício do poder político. Muito embora a sua compreensão fosse de que esse poder deveria ser exercido em favor dos governantes e governados. Aceitava que muitos governantes exerceriam o poder político em seu próprio interesse como acontece no poder despótico.

Avançando na tipologia de forma de poder, Aristóteles definiu formas de governo,  onde mantém a mesma linha de finalidade com o mesmo questionamento: Qual o interesse dos governantes em exercer poder sobre governados?

Na sua tipologia das formas de governo, Aristóteles alinhou uma nova variável, que é o “número de governantes”, a sua formulação teórica e manteve as categorias divididas em três. Como já ressaltado, o que importava para o pensador era entender sobre quem o interesse do poder do governante seria exercido e muito pouco no número de governantes. Face que, o governo pode ser exercido por um único indivíduo, por poucos, ou por muitos. O que vai definir se é um bom governo ou um mau governo, é se está tendo a orientação de satisfazer os interesses de todos ou somente aos seus interesses como governo. O que importa é a finalidade, o propósito:

 – governo de um só indivíduo com um bom propósito, se for o rei, temos a monarquia. Governo de um só com maus propósitos temos uma tirania;

 – governo de poucos com bons propósitos, se for os melhores, como exemplo temos a Aristocracia. No entanto, se o governo for de uma minoria que exerce o poder pensando nos seus interesses o que se tem é uma Oligarquia.

 – governo de muitos, de uma maioria, que se interagem participando do processo político com interesse no bem de todos, temos a politeia. Caso seja um governo de maioria que exercem o poder não observando os interesses da minoria, temos a democracia.

Coelho faz questão de ressaltar que o sentido de democracia nos dias atuais é bem diferente do sentido de democracia no tempo de Aristóteles. Democracia era o tipo de governo onde a maioria exercia tirania sobre a minoria.

Há ainda a tipologia que ao invés do elemento “fim”, Esta tipologia moderna das formas de poder está preocupada de compreender “os meios” pelos quais o poder é exercido. " Precisamos ter em mente que o poder não se detém mas se exerce"(COELHO, p.17, 2010). Compreender esses “meios” é de suma importância para o entendimento dessa tipologia moderna de forma de poder.

"Baseado em Weber, O Pensador italiano Roberto Norberto Bobbio formulou a tipologia moderna das formas de poder, construída a partir dos meios pelos quais o poder é exercido (COELHO, p.18, 2010).

 Norberto Bobbio definiu o poder como sendo econômico, ideológico e político. Se uma pessoa faz uso de suas posses de sua capacidade econômica, se aproveitando de um momento de dificuldade deu uma outra para induzi-la no seu comportamento, exercerá um poder econômico sobre esta. O poder ideológico se fundamenta quando uma pessoa calçada de sua condição de autoridade influencia a quem está sob seu julgo, para que tenha atitudes e comportamentos de acordo com as suas ideias. Já o poder político se fundamenta na capacidade coercitiva, legal do uso da força para que se cumpra o que está determinado.

 Não é compreensível desassociar Poder político do Estado. Para Coelho “o uso da ameaça é, portanto, o meio pelo qual o poder político se exerce. Mas se essa é a condição necessária para o seu exercício, ela não é condição suficiente para qualificar o poder exercido pela força como poder político”(p.22). Para que se tenha uma relação estado e poder político, se faz necessário as “noções fundamentais de legitimidade e monopólio”(COELHO, p.22) e a aquiescência dos que são governados, da possibilidade do uso da força por parte dos governantes.

Portanto, o que se tem na tipologia moderna das formas de poder é um estado que exerce o seu poder político através da força física e quando o exercita, o faz com exclusividade na forma da lei.

2. Referências bibliográficas:

COELHO, Ricardo Corrêa. Ciência Política, vol. 1 – Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC; CAPES: UAB, 2010

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