Etnologia Brasileira
Por: Jessica Alvarenga • 26/9/2015 • Dissertação • 2.213 Palavras (9 Páginas) • 296 Visualizações
Sociodiversidade indígena no Brasil Contemporâneo
Constituição Federal de 1988 – estabelece os direitos indígenas, pelo menos formalmente.
Uberlândia não há uma aldeia indígena.
Ponto de partida – desconstruir a categoria genérica “índio”. A noção de índio no singular acaba ocorrendo sendo construído pela sociedade (cultura não é resultado do consenso, mas sim o resultado de um processo dialético de luta e conflito entorno dos valores morais que regem a sociedade). Há no Brasil o interesse em retratar a noção de “índio” como uma origem comum.
Construção do mito das três raças/etnia (branco/índio/negros) – anula as diferenças internas com as chamadas três raças – havendo diversidade nos povos branco, indígenas e negros. [mito da democracia racial].
Índios e jesuítas são combatidos na união entre Portugal e Espanha, devido sua autonomia econômica e política.
“Descoberta” – necessidade de desconstrução, pois passa a noção de que este lugar não era conhecido pelos homens. Houve na verdade uma invasão territorial.
Civilização Manauara – bem desenvolvida ao longo do rio amazonas – visitar o museu ?
Incas – fragmentação devido a disputa de poder pelas guerras de sucessão política.
Estimativas da população quando da chegada dos portugueses – 3 milhões a 5 milhões de índios.
Genocídio – redução drástica da população em um curto espaço de tempo. Ocorre essencialmente por três frentes: guerra biológica, guerras coloniais, missões de evangelização.
Guerra biológica – independia do contato direto com europeus. O contato ocorria por meio da troca com outras tribos que tinham contato com os brancos, na aquisição de mercadorias. Há casos de sociedades inteiras que foram dizimadas pela guerra biológica.
Guerras coloniais – aliança de tribos com os colonizadores para resolver os conflitos internos. Assim, o índio não pode ser percebido como mera vítima. Anteriormente a relação de guerras entre os povos indígenas não era para dizimar, mas depois da arma de fogo este contexto altera-se.
Missões de evangelização – em um contexto no qual os colonizadores eram aventureiros ou criminosos, as missões tiveram um papel importante.
Na mitologia indígena acreditava-se que os deuses viriam pelo mar, assim com a chegada dos portugueses acreditava-se que eram deuses e, por isso, foram acolhidos por algumas tribos e as mulheres eram ofertadas.
Em um segundo momento, ao longo da colonização passa a vir famílias que pretendem se fixar, dando início a um processo de colonização mais denso, principalmente, com a vinda da família real. Vinda decorrente da pressão de Napoleão Bonaparte.
Hoje a colonização continua, com a expansão das fronteiras agrícolas, principalmente na região norte.
“Crise do objeto” – possibilidade do desaparecimento de diversos povos indígenas. Havendo uma renovação teórica do objeto de estudo da antropologia – alteridade, antropologia urbana, antropologia do direito, antropologia da política. Fazendo com que a antropologia deixasse de ser uma antropologia dos índios.
Hoje a população indígena vem nos últimos anos crescendo. 890 mil índios, 235 etnias, 234 línguas. Por isso, a categoria “índio” é genérica. Diversidade sociocultural e linguística.
(Na internet tem o senso indígena de 2010) – 63% vive na área rural e 36% é uma população urbana.
A maioria das etnias são pequenas sociedades, a grande maioria de 100 a 1000. Algumas dessas sociedades estão a beira da instituição.
Diversidade linguísticas
No século XVI, havia no Brasil mais de mil e duzentas línguas indígenas – colonizadores deram destaque ao Tupinambá, que deu origem a duas línguas gerais: língua geral paulista + nheengatu.
Divisão Tupi x Tapuia
Van Martins: Tupi, Jê, Karib e Aruak
Semelhanças Linguística – mesma origem – semelhança cultural.
Sistemas Regionais de Integração
Troca de mulheres como também troca de conhecimentos.
Alto e Médio Rio Negro – exogamia linguística. A mulher deve ser de outra etnia e falar outra língua. Sociedades patrilinear, e a mãe fala outra língua.
Parque indígena do Xingu – muitas tribos.
Organização social – Sempre no plural
Divisão em Metades, Clãs e Linhagens
- Barôro = metades matrilineares (exogamia)
- Tukuna = metades patrilineares (exogamia)
- Terena = metades endogâmicas
- Em muitas sociedades indígenas, as metades estão dividas em unidades menores, denominadas CLÃS;
- Participação na vida social e cerimonial;
- Cerimônias de nomeação.
[endogamia – casa dentro; exogâmica – casa fora].
Matrilineares – linhagem materna, transferida pelos homens da linhagem materna. Sempre tem a intermediação dos homens. Matrilinear é diferente de matriarcado.
Organização Política
Centro são as aldeias. Cotidiano o grau máximo de autonomia política é as aldeias. Maioria das casas são feitas de palhas e palmeiras. E os formatos são diferentes.
Chefia indígena
Não existe Estado, são sociedade sem Estado. Ou seja, monopólio. O chefe age como mediador de conflito. Age como porta voz da tradição. Autoridade nunca é permanente ou absoluta. Controle maior da sociedade sobre as lideranças jurídicas. Aldeia como soberana.
(Menção a Pierre Clastres – sociedade contra o Estado). Todo chefe indígena tem uma rede de apoiadores, ligada à relação de parentesco. Por isso, a importância de ter muitos filhos.
Texto:
Debate sobre Levi-Strauss e estruturalista
Dualismo
- Ponto de partida: tribos do Brasil Central e Oriental possuem organização social marcada por uma diversidade de sistemas de metade = divisão social da sociedade em agrupamentos divididos por metades com funções sociais específicas;
[Necessidade de partir de uma problemática já colocada pela literatura. Os trabalhos etnográficos que já haviam sido feitos antes de Levi-Strauss já tinham esta características dualistas. Havendo uma série de agrupamentos que se distribuem em metades. Debate que também existe na mitologia, parentesco e casamento].
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