Exclusão Social e sua influência na criminalidade brasileira.

Diversas pesquisas, referentes a criminalidade, violência e até política, evidenciam a

deficiência no Sistema de justiça criminal brasileiro: enquanto o crime aprimora-se

qualitativamente, as leis e normas sociais operam de forma arcaica.

Esse aumento discrepante na diferença entre a “evolução” criminal e a aplicação

legislativa se torna evidente quando analisado nas classes sociais: onde cidadãos mais

pobres, tendem a “infringir a lei com mais frequência” do que cidadãos de alta classe e,

por isso, são punidos e condenados mais vezes. Mas, será mesmo a pobreza a resultante

da criminalidade? E a desigualdade social, qual o seu papel nesse contexto?

“A lei é para todos. A punição para os pobres.”

Quantas vezes vimos nos noticiários casos sobre investigação de crimes cometidos

contra ricos e contra pobres? Não são raros os casos de assassinatos efetuados por

policiais em favelas que ficam impunes, simplesmente por estarem relacionados a mortes

de pobres. No entanto, quando alguém influente ou apenas rico é

assassinado/sequestrado são empregados todos os esforços a fim de investigar,

esclarecer o crime e punir os culpados.

Pelo Estado e pela Constituição, ricos e pobres devem ter igualdade de condições em

todos os aspectos. Esse igualitarismo é falso, e isso pode ser constatado em diversas

situações, como nas blitz de trânsito onde juízes usam de seu poder para não serem

punidos, e onde policiais honestos que tentam fazer seu trabalho acabam prejudicados

por fazer valer a lei.

O que acontece é que no Brasil a lei da influência é mais forte do que a justiça. Ricos

que vão presos conseguem rapidamente um habeas corpus, o que permite uma soltura

quase imediata. Isso acontece porque eles pagam bons e caros advogados, que são

influentes.

Concluímos assim, que o maior equívoco certamente é achar que criminalidade é algo

“de pobre”, já que os “crimes de ricos” estão presentes na sociedade: manipulação do

mercado de capitais, lavagem de dinheiro, sonegação de impostos... enfim, os crimes

econômicos.

Não somos iguais, nem aos olhos da lei. O Brasil é um país que vive a sociedade de

classes, repleta de desigualdades e de dominação dos pobres. As injustiças estão em

todas as esferas do Brasil.