FICHAMENTO - O QUE É SOCIOLOGIA
Por: andreiamar • 28/9/2015 • Trabalho acadêmico • 2.208 Palavras (9 Páginas) • 562 Visualizações
UNITINS
O QUE É SOCIOLOGIA
Martins, Carlos Benedito, 1948 – O que é sociologia / Carlos Benedito Martins – 38. ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros passos).
CAPÍTULO PRIMEIRO: O SURGIMENTO
A sociologia é uma ciência que nasce num cenário que assiste à queda da sociedade feudal e a materialização de uma nova civilização: a capitalista. E com uma narrativa inédita, onde o homem confronta-se com problemas inéditos, a Sociologia é concebida, consequentemente, através da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenhavam em compreender as novas condições de existência que estavam nesta nova sociedade formada.
A revolução industrial, neste contexto, não ficou atrelada apenas à introdução de máquinas a vapor e dos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos, mais do que isso, ela marcou o triunfo da indústria capitalista. Onde o empresário, uma nova figura para sociedade, foi aos poucos se tornando possuidor das máquinas, das terras e das ferramentas, passando a transformar grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos.
O início da história da industrialização – juntamente com o rápido aumento da urbanização - foi marcada por um aumento assustador da pobreza, prostituição, suicídio, alcoolismo, infanticídio, criminalidade, violência e surtos de epidemias de tifo e cólera, entre outros problemas sociais que apesar de já existirem, ficou cada vez mais perturbador na vida urbana. Os patrões não mostravam empenho em melhorar as condições de trabalho, mas de aumentar cada vez mais os seus lucros, não importando o meio para que isso fosse alcançado.
Uma nova classe – o proletariado - surgiu na revolução industrial. Esta formada por trabalhadores da indústria, que insatisfeitos com seu trabalho promoveram manifestações e formaram os sindicatos, agora os “pobres” deixaram de se confrontar com “ricos”, mas uma classe específica, a classe operária.
Com os novos eventos que estavam acontecendo, a Sociologia logo tinha o seu material de estudo: os novos problemas enfrentados pela sociedade. Assim, os pensadores debatiam as novas condições no cotidiano da nova sociedade, não se preocupando em produzir um mero conhecimento, mas procuravam extrair orientações para ação, tanto para manter, como para modificar a sociedade de seu tempo. Assim, desenvolve-se a Sociologia, ciência que passa a analisar a sociedade de uma maneira racional, verificando seus problemas através do emprego da razão sistemática.
O pensamento filosófico do século XVII contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico, fazendo com que a Teologia deixasse de ser a norteadora do pensamento. Os pensamentos agora alçavam novos rumos, com uma nova atitude intelectual diante dos fenômenos da natureza e da cultura. Nesse meio, também foi deixado a idéia de análise individual, passando a observar detalhadamente os grupos sociais. Revelando que é a indução e não a dedução que nos revela a natureza do mundo e a importância da observação enquanto instrumento de obtenção de conhecimento.
Os iluministas ao analisarem todos os aspectos da sociedade e estudar as instituições de sua época, evidenciaram que elas eram irracionais e injustas, que atentavam contra a natureza dos indivíduos, impedindo a liberdade do homem. Eles eram desfavoráveis a qualquer vínculo que o homem possuísse com instituições ou tradições, pois defendiam, que já que o homem é individuo dotado de razão, tinha necessidade natural de liberdade. Assim, não poderia aceitar o mundo como uma constante imposta pelo sagrado, mas a liberação dos laços sociais tradicionais.
A revolução francesa foi muito importante para o surgimento da Sociologia, posto que, neste meio de pensamentos revolucionários destacaram-se grandes nomes, como Comte e Durkheim. Nas mãos destes pensadores estava a responsabilidade de fazer com que houvesse - após os conflitos revolucionários - o estabelecimento da ordem nessa nova sociedade.
Neste mesmo contexto, a Sociologia buscava desconectar-se de outras ciências e tornar-se realmente uma nova e legítima Ciência, criando seu próprio objeto de estudo. A sociologia sempre teve explicações com intenções práticas, um desejo de interferir no rumo desta civilização.
CAPÍTULO SEGUNDO: A FORMAÇÃO
Atualmente poucas pessoas colocam em dúvida os resultados alcançados pela Sociologia, mas nem sempre assim. Ela foi muito questionada e definida como uma ciência de muitos métodos e poucos resultados. Não foi ela de início uma ciência de entendimento geral, por questões oposicionistas de ideias entre os sociólogos, pois havia uma conexão diferenciada na formação dos mesmos sem distintas classes sociais.
O trabalho do sociólogo está em constante mudança, pois a Sociologia é umas das ciências que mais sofre transformações, já que está fortemente relacionada com o momento em que as análises sociais são desenvolvidas. Todo momento histórico, de certa forma, intervém na concepção do sociólogo. Apesar de muito questionados sobre seus pensamentos sociais, os conservadores, julgo “profetas do passado”, são ótimas fontes de inspiração para formulação de novos conceitos da realidade social. Preocupados com a ordem e a estabilidade, com a coesão social, os conservadores ressaltavam a importância da tradição e dos valores morais para a conservação da vida social. Um dos pensadores considerados conservadores a favor da ordem de paz foi Saint- Simon, que acreditava que a solução seria o progresso econômico, de maneira que eliminaria os conflitos da sociedade desordenada. Ele percebia novas forças atuantes na sociedade, capazes de propiciar uma nova coesão social.
Comte, um oposto à filosofia do iluminismo, descrevia a sociedade européia como vivendo situação de caos. Ele acreditava que o pensamento dos iluministas, em uma sociedade industrial, provocaria em algum momento uma desunião na sociedade. Para este estudioso só haveria uma maneira de acabar com a desordem encontrada a sociedade européia: criar um conjunto de crenças comuns a todos os homens.
Durkheim acreditava que a ordem social não deveria ser analisada só quando há desordem, mas em todo momento deveria ser um objeto de estudo. Para ele, a divisão do trabalho deveria provocar relações de cooperação e solidariedade e a Sociologia deveria se ocupar com os fatos sociais que se apresentavam aos indivíduos como exteriores e coercitivos. A função da Sociologia para ele seria a de detectar e buscar soluções para os problemas sociais, restaurando assim, a “normalidade social”. Afirmava fortemente que os valores morais seriam forte arma para neutralizar problemas econômicos, e que a ciência deveria direcionar os indivíduos para formação da conduta dos participantes da sociedade.
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