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Factores Que Determinam O Aumento Do Preço

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Por:   •  27/12/2014  •  Relatório de pesquisa  •  5.429 Palavras (22 Páginas)  •  168 Visualizações

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Factores que determinam a evolução dos preços

1. O que a política monetária pode ou não fazer

Como é que a política monetária pode influenciar o que pagamos por bens e serviços, ou seja, como influi no

nível de preços? Esta questão incide sobre o que os economistas designam como “o mecanismo de transmissão

da política monetária”, isto é, o processo através do qual as medidas do banco central (tais como alterações das

taxas de juro directoras) são transmitidas à economia, repercutindo-se, em última instância, nos preços. Este

processo é extremamente complexo e varia com o tempo, sendo algo diferente nas várias economias. A política

monetária actua sobre a economia do seguinte modo: o banco central é o único emitente da chamada “base

monetária”, que consiste nas notas e moedas em circulação e nos depósitos detidos pelos bancos junto do

respectivo banco central (reservas bancárias). Por outras palavras, o banco central é o fornecedor monopolista da

base monetária. Em virtude deste monopólio, o banco central pode influenciar as condições no mercado

monetário e orientar as taxas de juro de curto prazo.

Quais são as principais características do mecanismo de transmissão da política monetária? No curto prazo, uma

alteração das taxas de juro pelo banco central acciona uma série de mecanismos. Porquê? Sobretudo porque essa

alteração tem um impacto nas decisões de despesa e poupança das famílias e empresas. Por exemplo, taxas de

juro mais elevadas tornam menos atractivo para as famílias e empresas recorrer a empréstimos a fim de financiar

o consumo ou investimento. Passa, ao invés, a ser mais atractivo poupar em vez de gastar. Além disso, variações

nas taxas de juro podem também afectar a oferta de crédito. Após um ou dois anos, estes desenvolvimentos

influenciam a evolução de variáveis económicas reais, tais como o produto.

A sequência de reacções a uma alteração da taxa de juro envolve uma série de diferentes mecanismos e medidas

tomadas por vários agentes económicos em distintas fases. Além disso, a dimensão e magnitude dos diversos

efeitos podem variar em função do estado da economia. Em resultado, a política monetária leva normalmente

bastante tempo a afectar os preços. No entanto, entre os economistas, é amplamente aceite que, no longo prazo,

isto é, uma vez ocorridos todos os ajustamentos na economia, uma alteração na quantidade de moeda cedida

pelo banco central apenas se reflectirá numa variação do nível geral de preços e não provocará alterações

permanentes em variáveis reais, como, por exemplo, o produto real ou o desemprego. Uma alteração permanente

na quantidade de moeda em circulação induzida pelo banco central é, em última instância, equivalente a uma

alteração na unidade de conta (e, por conseguinte, no nível geral de preços), que deixa todas as outras variáveis

estáveis, do mesmo modo que mudar a unidade-padrão utilizada para medir distâncias (por exemplo, uma

mudança de quilómetros para milhas) não altera, em si, a distância entre dois locais.

Este princípio geral, conhecido como “a neutralidade da moeda no longo prazo”, encontra-se subjacente a

todas as teorias macroeconómicas convencionais. Uma política monetária que mantém a estabilidade de preços

de forma credível tem um impacto significativo no bem-estar e na actividade real. Para além deste impacto

positivo da estabilidade de preços, o rendimento real ou o nível de emprego da economia são, no longo prazo,

essencialmente movidos por factores reais (do lado da oferta1), pelo que uma política monetária expansionista

não pode contribuir para a sua melhoria. As principais determinantes a longo prazo do emprego e do rendimento

real são a tecnologia, o crescimento da população e todos os aspectos do enquadramento institucional da

economia (nomeadamente, direitos de propriedade, política fiscal, políticas sociais e outros regulamentos que

ditam a flexibilidade dos mercados e os incentivos à oferta de trabalho e de capital e ao investimento em recursos

humanos).

A inflação é, em última análise, um fenómeno monetário. Como confirmado por vários estudos empíricos, períodos

prolongados de inflação elevada estão tipicamente associados a um crescimento monetário elevado (ver o gráfico

1 Factores do lado da oferta são factores que impulsionam a oferta de bens e serviços numa economia, designadamente a quantidade e qualidade do

capital e do trabalho, bem como o progresso tecnológico e as políticas estruturais.

Consulta o glossário

www.generationeuro.eu/glossary/pt

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a seguir). Embora outros factores (tais como variações na procura agregada, alterações tecnológicas ou choques

de preços das matérias-primas) possam influir na evolução dos preços em horizontes mais curtos, os seus efeitos

podem ser contrabalançados, ao longo do tempo, por um certo grau de ajustamento da política monetária. Neste

sentido, as tendências a mais longo prazo dos preços ou da inflação

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