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Falar para impressionar ou para comunicar?

Por:   •  22/4/2024  •  Resenha  •  443 Palavras (2 Páginas)  •  91 Visualizações

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Bacharelado Interdisciplinar em Saúde

Língua Portuguesa, Poder e Diversidade Cultural

Aluna: Tayane Silva Matos

Professora: Lorena Oliveira

04 de Maio de 2022

Falar para impressionar ou para comunicar?

    Acho que todos nós já ouvimos expressões como “fulano fala tão bonito”, “aquele convence qualquer um com a palavra” ou até mesmo que alguém que fala muito bem fala igual político, de fato há entre as pessoas uma cultura de prestigiar quem fala bem, porém principalmente quem fala segundo as regras da gramática tradicional. Isso fica evidente no poema Pronominais de Oswald de Andrade no trecho: “[…]diz a gramática do professor e do aluno, e do mulato sabido[…]”onde se valoriza a forma de falar, como foi dito, e não o que foi dito na mensagem. Outra observação a ser feita é a quem “pertence” essa gramática (ao professor e ao aluno, ao mulato sabido) seria a uma pequena parte da população privilegiada e escolarizada e não a grande maioria da sociedade brasileira.

    Logo no início do vídeo Linguagem, poder e sociedade, Vívian Rio Stella defende os pontos de vista de Bourdieur e Gnere, segundo Vivian os autores trazem uma perspectiva de que linguagem não é só transmitir informações, e sim ser visto, gerar reconhecimento, alcançar o respeito e influenciar indivíduos. E essas características mesmo sendo melhor identificadas em discursos políticos e religiosos por exemplo, são praticadas por todos os falantes da nossa sociedade, mesmo que de forma inconsciente.

      Vívian também cita Mauricio Mierre e fala sobre as variedades na linguagem, diz que a variedade vale o que vale na sociedade seus falantes, o que reforça a ideia de que a língua é um instrumento de poder que uma pequena parte da sociedade com acesso a escolaridade e nível social mais alto utiliza para excluir a maior parte da população que possui um nível social mais baixo, por classificar como correto e aceitável a variedade utilizada por eles. Outro autor que se refere à gramática tradicional também aborda questões socioculturais: “[…] Ou seja, a forma "correta" tende fortemente a se identificar com o modo como utilizam a língua os falantes de classes sociais privilegiadas, que habitam as regiões mais importantes do país. […]” (MARTELOTTA, M. 2015, p.47)

    Apesar de todas essas constatações acredito que não haja forma correta de se comunicar e sim a mais adequada para cada ocasião, é necessário não só democratizar o acesso à forma culta como também valorizar todas as formas de variações de linguagem da sociedade, deixando os verdadeiros defensores da vida de uma língua, os seus falantes, usufruírem desse sistema com a naturalidade de quem passou a vida falando.

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