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Fetichismo da Mercadoria na Sociedade Consumista

Por:   •  3/12/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.596 Palavras (7 Páginas)  •  879 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Instituto de Ciências Sociais

Departamento de Sociologia

Disciplina: Teoria Sociológica

Fetichismo da Mercadoria na Sociedade Consumista

Aluna:

Isabelle de Carvalho Campêlo

Brasília – 2015

                                                 


RESUMO

Usando o conceito de “Fetiche de Mercadoria” inserido por Marx, no primeiro volume de seu livro “O Capital”, o trabalho tem como objetivo destacar o quanto essa definição influi no alto consumismo mundial. Para isso, está estruturado em quatro partes e da seguinte forma: Primeiro, uma breve introdução a respeito da importância da noção de valor das mercadorias. Segundo, a visão dada por Marx, sobre o que seria “fetiche da mercadoria”. Terceiro, visão atual do extremo consumismo e adoração que as pessoas tem a respeito de seu dinheiro. E, quarto, as conclusões finais a respeito do consumismo, processo de idiotização e capitalismo.

 Palavras-chaves: fetiche; consumismo; capitalismo; valor.


                                                     

                                                       INTRODUÇÃO

Mesmo sendo um conceito escrito por Marx a 148 anos atrás, podemos dizer que o conceito “Fetiche de Mercadoria” está mais atual do que na época em que foi escrito. A supervalorização que a mídia dá a esses a mercadoria, a venda da “ilusão de felicidade instantânea”, a promoção da ascensão social e a satisfação de desejos imediatos, são alguns fatores que ilustram o porquê da ideia de fetiche ainda ser tão predominante na nossa sociedade.

Logicamente, sabemos que, em uma sociedade capitalista, a principal forma de reprodução da sua organização é o consumo. No entanto, vemos como a mídia e o capital impõe de modo violento sobre a sociedade a lógica consumista, em detrimento da lógica pró- social, ao pregar esse tipo de filosofia, o capitalismo acaba afetando todos os níveis sociais e a interação existente entre eles. Torna-se claro então, a importância de se compreender esse conceito Marxista e desenvolver projetos para diminuir o alto valor do materialismo.


1 . O Caráter Fetichista da Mercadoria Segundo Marx

Marx utilizou o termo “Fetiche da Mercadoria”, com o objetivo de explicar como as relações humanas existentes no modo de produção capitalista. Para ele, o caráter mítico da mercadoria, não provém do seu valor de uso, mas sim, na sua própria transformação em mercadoria. Visto que, quando o trabalho é transformado em um objeto palpável, a mercadoria reflete as características sociais do trabalho do homem como características diretas do próprio produto do trabalho, refletindo assim as relações sociais do trabalhador com o seu produto final, e com o exterior desse produto, entre objetos.

O produto final do trabalho se torna mítico, pois age como uma forma de ilusão, que mascara o verdadeiro processo de produção, desconsiderando assim o trabalho concreto, e levando em conta somente o trabalho abstrato, dando assim uma falsa aparência  de igualdade e camuflando a desigualdade. Esse conceito deixa claro que na sociedade capitalista, as relações sociais ocorrem através das coisas, isso faz com que a mercadoria seja expandida e o capitalismo se fortaleça, com essa universalização de produção a interação humana é remetida a relação de trocas.

Ainda para o autor, o “fetiche da mercadoria” está relacionado principalmente ao poder transcendente que os produtos exercem sobre as pessoas, incluindo quem produz e quem compra. O consumidor vê na mercadoria a satisfação dos seus desejos, a cura para seus problemas e, principalmente, um meio de ascensão social, coisificando assim as relações existentes na sociedade.

Nota-se então a importância do entendimento desse conceito no modo vigente de produção, já que esse conceito é um dos pilares da reprodução do sistema. A afirmação de Marx, em seu livro o capital, torna-se muito mais verdadeira diante dessa compreensão:

“A mercadoria é, antes de tudo, um objeto exterior, uma coisa que, pelas suas propriedades, satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie. Que essas necessidades tenham a sua origem no estômago ou na fantasia, a sua natureza em nada altera a questão”. (MARX, O CAPITAL,1867)

.2. O Fetichismo da Mercadoria nos Dias Atuais

Na atualidade, podemos observar como esse conceito de Marx não está ultrapassado.  A  necessidade de consumo é tão exorbitante, que as pessoas se sentem motivadas a comprar cada vez mais produtos devido ao crescimento tecnológico proporcionado pelo capitalismo. A liberdade com relação a mercadoria é tão restrita que chega a estabelecer a entrada ou não entrada de pessoas em certos círculos sociais.Outro fator a destacar, é que, quando Marx estabeleceu essa ideia, não existiam tantos meios de comunicação devido a já conhecida globalização.

A grande mídia hoje propaga a ideia de felicidade instantânea e realização imediatas de desejos ao se comprar certo tipo de produto, pregam que dependendo do que se compra o individuo constrói sua identidade na sociedade. Iludidas, as pessoas tendem a acreditar que o consumismo é a melhor solução para os seus problemas, acabam assim, contraindo dívidas e se tornando escravos de suas compras. Vivemos em uma época em que a sociedade difunde que vale muito mais a pena “ter” do que “ser”, nos remetendo assim, as ideias de Marx, visto que a mercadoria adquire um valor real para todos os indivíduos, assumindo papel de “ídolo”.

Desde pequenos somos incentivados a estudar para arrumarmos um emprego bom, para enfim, termos satisfação pessoal através de bens materiais, essa ideia está intrínseca ao conceito de “classe social”, todos almejamos chegar ao padrão de vida divulgado em novelas, filmes e comerciais. Entrar nesse seleto grupo envolve comprar aparelhos da última geração, usar roupas e acessórios de marcas e  investir em procedimentos estéticos. Sendo favoráveis as reflexões marxistas, o consumidor ao comprar um objeto, na verdade esta em busca de comprar uma ideia, pois deposita todos os seus sonhos, necessidades e desejos vindos do capitalismo naquele objeto.

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