Fichamento CARNEIRO, Henrique. Guerra Dos Trinta Anos. História Das Guerras. Ed. Contexto, São Paulo, 2006.
Trabalho Escolar: Fichamento CARNEIRO, Henrique. Guerra Dos Trinta Anos. História Das Guerras. Ed. Contexto, São Paulo, 2006.. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: mattcond • 24/4/2014 • 2.108 Palavras (9 Páginas) • 1.826 Visualizações
-O autor começa explicitando as perdas notórias da Europa Central na Guerra dos Trinta Anos. O autor cita como exemplo a Alemanha onde houve perda maciça de população, gado e colheita e que em alguns locais nem mesmo a Segunda Guerra Mundial viria a superar em número e proporção de mortos os destroços da Guerra dos Trinta Anos.
-Posteriormente atenta para o papel do século XVII na historiografia tendo ficado comprimido entre as glórias de seu antecessor, o século XVI no âmbito das conquistas marítimas dos europeus e o seu sucessor o século XVIII, o famoso século das luzes e das revoluções burguesas. O século XVII ficou marcado pelo dilaceração de milhões na Guerra dos Trinta anos e pela intolerância religiosa no âmbito do fortalecimento da inquisição apesar de ser também o século de Newton e da opulência de Luís XIV, por exemplo.
-Mas foi também um século de mudanças nas relações internacionais. A entrada da França católica ao lado dos protestantes e o fim da guerra sob o égide de Vestfália marcaram o início da priorização da razão de Estado em detrimento de razões religiosas e encerrando as guerras entre nações por motivos religiosos no continente europeu.
-A Guerra dos Trinta Anos não foi apenas uma guerra entre nações, mas uma guerra civil alemã. Além da distinção entre protestantes e católicos entre os próprios principados da Alemanha ainda não unificada, existiam principados que desejavam autonomia do Sacro Império e os legalistas que queriam não só permanecer sob o julgo do Sacro Imperador como queria a verdadeira unificação deste como unidade política. Dessa maneira, boa parte das batalhas foi travada no centro da Europa.
-Desta forma foram lançados dois blocos formados em sua maioria de um lado por católicos do outro por protestantes. O lado dos católicos contava em alguns momentos com luteranos da Saxônia e calvinistas de Brandemburgo enquanto o protestante contava com o apoio da França. Estes defendiam a razão de Estado acima dos interesses religiosos. Além disso, os blocos depois foram aflorando-se em rivalidades bilaterais entre as potências europeias.
-O principal objetivo da França era neutralizar o poderio espanhol e impedir os Habsburgo de instaurar uma “monarquia universal”.
-A guerra consagrou a Suécia e a França como grandes vencedoras em meio ao bloco aliado aos protestantes e a Espanha ,rebaixada a potência de segunda categoria, juntamente com a Áustria ,que presenciou a diminuição drástica dos poderes do Sacro Imperador, foram as grandes perdedoras desse conflito. O projeto de contrarreforma foi então inteiramente apagado.
-A guerra concentrou na verdade uma grande gama de choque de interesses da Europa inteira sob questões de controle, território, religião de várias áreas, contou com insurreições urbanas e rurais das mais diversas e boa parte dessas tensões se extravasavam na Alemanha.
-A Espanha se mergulhou em insurreições de suas partes dominadas como Nápoles, os Países Baixos, a Catalunha e Portugal, mergulhou em uma crise sem fim e foi retirada do jogo político dos países centrais da Europa ainda teve que presenciar o crescimento forte de sua “província rebelde” que eventualmente conseguiu a independência: a Holanda. Esta tornou-se uma grande potência naval e só seria destronada como maior potência naval da Europa pelos ingleses algum tempo depois.
-A Paz de Augsburgo(1530) estabeleceu o princípio de cuius regio, eius religio (cada rei com sua religião). Isso daria aos governantes locais o direito de escolher se eram católicos ou protestantes e dava ao príncipe de cada principado o jus reformandi, ou seja, o direito de reforma se a religião escolhida não fosse a do príncipe. Porém o príncipe só poderia escolher ser protestante se fosse de vertente luterana pois os calvinistas permaneciam proibidos. Também a “reserva eclesiástica” a partir de 1552 que impedia que propriedades fossem secularizadas pois muitos bispos locais apropriavam-se de Augsburgo para enriquecimento próprio.
-A aliança dos protestantes formava uma clara aliança anti-hegemônica e no caso da Holanda ,por exemplo, vinha com propósitos capitalistas sob a égide do mercantilismo e contra a condenação do lucro exercida pelos Habsburgo.
-O Sacro Império era como a unidade temporal católica enquanto Roma era a unidade espiritual apesar de os dois grupos terem suas desavenças e disputarem controle. Fernando II fervoroso católico Sacro Imperador teve papel importante na deflagração da Guerra dos Trinta Anos. Entrou na guerra para estabelecer sua unidade territorial e e religiosa.
-A Espanha que obteve seu auge no século XVI após a Guerra dos Trinta Anos no século XVII observou sua franca decadência devido aos gastos militares da guerra, derrotas constantes e todas as consequências que esta causou. A Espanha sentou à mesa de Vestfália em clara desvantagem e teve de reconhecer a independência da Holanda a qual lutava contra. O rebaixamento da Espanha a potência de segunda categoria a tirou pra sempre da política central Europeia e deu abertura para o que seria o século de ouro da França e de sua antiga província rebelde: a Holanda.
-A República das Províncias Unidas que antes era um domínio espanhol entrou na guerra com poderio militar treinado na academia de Maurício de Nassau e saiu como vitoriosa ao lado do bloco dos protestantes. A guerra no caso da Holanda não vinha como um princípio religioso, mas para acabar com o domínio espanhol sob si. Ao fim desta, os Países Baixos emergiram como grande potência naval e mercantil do mundo. O direito internacional de Vestfália foi muito inspirado por Hugo Grotius holandês que afirmava que a Holanda emergira como nação através de “Marte e Mercúrio” ,ou seja, guerra e comércio. Ao conquistar sua independência o novo Estado se via diante de uma questão séria que era sua proximidade à França, um Estado poderoso que poderia invadi-la. O provérbio holandês Gallus amicus non vicinus (França é amiga e não vizinha) elucidava esse medo e a solução foi a criação de um “Estado tampão” o que posteriormente viria a ser a Bélgica.
-A França conquistou grande opulência após a guerra que começou durante o reinado de Luís XIII e acabou em Luís XIV. A França já vinha enfrentando a Espanha e a Áustria coligadas desde o século anterior quando Francisco I perdeu o trono imperial. A França objetivava o fim da hegemonia dos Habsburgo porque estes iam contra seus interesses. Os franceses não entraram inicialmente na guerra, ficavam tentando formar um terceiro polo além de católicos e protestantes,
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