Friedman Capitalismo e Liberdade
Por: Diana Tondolo • 8/2/2021 • Resenha • 5.912 Palavras (24 Páginas) • 235 Visualizações
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QUADRO-RESUMO*
Cabeçalho | UFSM/PALMEIRA DAS MISSÕES/Ciências Econômicas/Economia Política A |
Obra | Atualmente ao se falar de economia e política as pessoas acabam por ver ambas como algo distinto e sem nenhuma relação uma com a outra, acham que pode haver um socialismo democrático. Friedman defende que o socialismo democrático, é algo impossível, pois se você não tem uma liberdade econômica, você nunca terá uma economia política plena. Ou seja, liberalismo econômico político são uma coisa só. Uma organização Econômica faz-se necessário devido seu papel duplo sendo eles a liberdade Econômica que seria um fim para si própria e a mesma leva a liberdade política por consequência. Ao analisar esses dois papéis da organização econômica, dá-se destaque ao seu primeiro papel da liberdade econômica, pois questões materiais da vida e busca por valores é visto de modo preconceituoso por alguns pensadores em sua maioria, que não veem a importância da mesma à obtenção da liberdade econômica Muitos pensadores liberais como Alexis de Toqueville (século XIX) tem medo que a busca pela igualdade acabe esmagando a liberdade, e Friedman por sua vez ao analisar e defender a liberdade ao máximo, com o máximo de igualdade possível sem acabar com a liberdade, para que consiga a máxima eficiência possível. Sendo um liberal, Friedman defende a liberdade a todo custo, ou seja, a liberdade deve coexistir para com a igualdade e outras coisas, pois essas coisas devem garantir a liberdade que é a finalidade da filosofia liberal. Em seu livro ele dá o exemplo dos cidadãos da Grã-Bretanha, que pós Segunda Guerra mundial (1939-1945), tiveram negação a permissão de férias nos Estados Unidos, em consequência de um controle cambial, sendo assim eram privados da sua liberdade essencial. Algo semelhante aconteceu com cidadãos dos EUA, porém com motivo de vista política. Milton Friedman também dá o exemplo em seu livro, sobre a privação da liberdade individual, quanto a questão da previdência, na qual os indivíduos são obrigados a reservar uma porcentagem do seu salário/renda, para à compra inerente de um determinado serviço de aposentadoria. Para Friedman cada ser humano tem sua liberdade de escolha, seja para obtenção do contrato de aposentadoria do governo, aposentadoria privada ou quaisquer fins que deseja investir seu dinheiro, pois para ele com a liberdade também carregasse a responsabilidade, cada um é livre desde que assuma as responsabilidades de seus atos. (anotação 1 pg. 2) A liberdade econômica é extremamente importante para a liberdade total, vendo o exemplo sobre os cidadãos dos Estados Unidos que tiveram sua liberdade essencial violada pela não obtenção de escolha da profissão que desejam seguir, bem como, a violação de livre mercado ao impedimento de trocas de mercadorias entre um homem americano e um suíço, vê-se a relação entre política e livre mercado. (anotação 2 pg. 2) Acompanhando a história o capitalismo surge como como condição necessária para a liberdade política, porém o mesmo é ineficiência sozinho. Exemplo disso seriam os países como Espanha, e Alemanha que têm liberdade econômica, porém não obtém liberdade política, assim como tem países que é o oposto. A relação entre liberdade política e econômica é complexa, ao analisar esses exemplos dá-se a impressão que o governo é algo externo aos homens, que são coisas diferentes, mas Friedman defende que o governo existe para servir aos homens, pois o mesmo é constituído por tais, e deve ser um meio de preservar as liberdades humanas. Nesse momento vem bem a calhar a frase que do pensador Thomas Paine, que diz: “O governo existe pelo mesmo motivo que existem as roupas. Se os homens fossem completamente bons e vivessem num país de clima agradável, não precisariam de roupas. Nós usamos roupas porque não somos inocentes.” Thomas Paine Nesse sentido Friedman assume a mesma ideia afirmando que se os homens fossem bons, não seria necessário governo, mas como não são, a polícia, os governos acabam por ser um bem necessário, para garantir a liberdade do ser humano. Porém o excesso de governo, ao tentar preservar essa liberdade também pode e acaba por ferir essa liberdade. (anotações da pg. 4 e 5) Ao falarmos sobre isto, entra a questão de limites do governo, onde Friedman diz que o governo só deve atuar onde o mercado não puder atuar, ou seja, o governo deve preservar o ser humano de ataques externos, preservar o indivíduo do ataque do outro, em modo geral atuar na parte da defesa, de leis, e fazer com que as regras e leis sejam cumpridas. Este seria o modo do mesmo garantir economia e liberdade, sem interferir na economia Analisando a problemática básica de organização social, vemos que os indivíduos estão interligados através da divisão do trabalho, e trabalham envolvidas para obtenção do seu pão de cada dia seu sustendo. Mas então qual seria o problema, visto que a divisão do trabalho é algo bom? O problema estaria na coordenação dessas atividades econômicas afim de garantir a interdependência e a liberdade individual dos indivíduos. Visto isso tem-se duas formas de coordenar essas atividades econômicas, quais sejam:
Sobre o papel das empresas e o dinheiro da economia, seja no modelo simples, quanto no mais complexo, a cooperação é voluntária e individual, desde que: (i) as empresas sejam privadas; (ii) os indivíduos sejam livres. Neste sentido de voluntariedade, e manutenção de lei e ordem, o governo estabelece como mediador a garantir que contratos que as pessoas fazem como de trabalho por exemplo sejam cumpridos, que o consumidor não seja reprimido pelo vendedor devido a existência de outros vendedores para negociar. Estabelecendo de certo modo o livre mercado, e assegurando o direito de liberdade e voluntariedade do indivíduo, para que não haja coerção. Também Friedman defende a autonomia o livre comércio, pois as intervenções estatais segundo ele agravam a pobreza, exemplo atual dos agricultores, que o governo ajuda os agricultores, e a sociedade acaba pagando duas vezes, pois paga ao estado através de impostos para dar esse dinheiro ao agricultor, e após paga-se novamente para obter o alimento. Todavia, a existência de um livre mercado não significa que não há necessidade de um governo. Como visto anteriormente, o governo existe para assegurar que as regras do jogo, as leis, sejam estritamente cumpridas. (anotações pg. 12) Ao dizer que o mercado aufere liberdade econômica, tem-se que notar que ele também interfere na liberdade política, de modo que, a liberdade política necessariamente só existe sem a repressão, por parte de um presidente, ditador, ou outrem, ou seja, a dispersão do poder. Garantindo assim a economia, controle e defesa do poder político. (anotações pg. 8 e 9) Nesse sentido, Friedman diz o seguinte: “Uma das características de uma sociedade livre é certamente a liberdade dos indivíduos de desejar e propor abertamente uma mudança radical na estrutura da sociedade - desde que tal empresa se adstrinja à persuasão e não inclua a força ou outra forma de coerção. Constitui uma indicação da liberdade política de uma sociedade capitalista que seus membros possam abertamente propor e trabalhar pelo socialismo. Do mesmo modo, a liberdade política numa sociedade socialista exige que seus membros possam propor a introdução do capitalismo. Como poderia a liberdade de propor o capitalismo ser preservada e protegida numa sociedade socialista?” (FRIEDMAN, pg. 9) Pensando sobre, o homem só propõe alguma coisa que os possa beneficiar, e numa sociedade socialista seria um problema, visto que todos os empregos estão nas mãos da autoridade política, seria necessária abnegação. Se essa decisão fosse adotada e o capitalismo possa ter algum significado, os proponentes devem estar em condições de financiar essa causa. Friedman nesse momento discorre sobre os incentivos que o governo deveria propor aos empresários a obter fundos para lançamento de uma ideia, convencer e incentivar as pequenas doações de funcionários de níveis mais baixos. De forma geral, a economia deve ser algo separado da política, de modo que, se tiver grupos poderosos que não são políticos, há um balanceamento de poder, para Friedman a separação entre economia e política, isto é, o estado interferir o mínimo possível na economia, é essencial para garantia das liberdades dos indivíduos, conforme o exemplo acima do vendedor ter vários consumidores, o consumidor ter vários vendedores, é algo que amplia as nossas opções de compra, as nossas possibilidades a nossa liberdade, pois se existisse somente uma pessoa vendendo determinado produto por exemplo, seriamos dependentes, ela poderia aumentar o preço o quanto fosse e nada pudera as pessoas fazer sobre isto. Se a economia e a política estivessem na mão de políticos, e esses controlassem ambas, seria muito poder, e daria abertura a corrupção. Já se estivessem separadas seria mais difícil o governo se sobrepor, haver sonegação de impostos por exemplo e corrupção. Deste modo nota-se que Friedman recorre a ideia de descentralização, trazendo pros dias atuais, as questões políticas e econômicas devem ser tratadas de forma mais municipal, sem deixar muita coisa ou decisões para o grande poder do governo em Brasília, sendo assim as pessoas das cidades teriam mais controle, mais fiscalização, e se estivessem descontentes com sua cidade poderiam se mudar para outra, trazendo desta forma competição entre cidades, e a competição segundo Friedman é algo positivo. (anotações pg. 13) |
Síntese | Ao decorrer da história foi criado uma visão de divisão entre economia e política, isto é, que ambas não tivessem correlações. Neste sentido Milton Friedman, demonstra como a liberdade econômica impacta na liberdade política, de que forma as tomadas de decisões políticas podem garantir ou tirar as liberdades do ser humano, e relação de livre mercado e descentralização do poder, como isso influi no todo da liberdade do indivíduo e liberalismo político econômico. |
Anotações | “O cidadão dos Estados Unidos que é obrigado por lei a reservar cerca de dez por cento de sua renda à compra de um determinado contrato de aposentadoria, administrado pelo governo, está sendo privado de uma parte correspondente de sua liberdade pessoal. Como essa privação pode ser poderosa e assemelhar-se à privação de liberdade religiosa, que todos considerariam como "civil" ou "política" em vez de "econômica", está dramaticamente ilustrado num episódio que envolveu um grupo de agricultores da seita Amish. Baseado em determinados princípios, esse grupo considerou os programas federais compulsórios de aposentadoria uma infração à sua liberdade individual e recusou-se a pagar as contribuições e a receber os benefícios. Em consequência, parte de seu rebanho foi vendido em leilão a fim de cobrir o pagamento das taxas de seguro social. É verdade que o número de cidadãos que consideram o seguro compulsório para a velhice como um ataque à sua liberdade pessoal deve ser pequeno, mas quem acredita em liberdade não se perde nesse tipo de contas.” (pg. 2) “Um cidadão dos Estados Unidos que, em virtude de leis vigentes em diversos estados, não tem a liberdade de dedicar-se à profissão que deseja, a não ser que obtenha uma licença conveniente, está, do mesmo modo, privado de uma parte essencial de sua liberdade. E o mesmo acontece com o homem que gostaria de trocar parte de suas mercadorias com um suíço por, digamos, um relógio, mas não pode fazê-lo devido à existência de uma cota. E o mesmo acontece com aquele sujeito da Califórnia que foi mandado para a cadeia por vender AlkaSeltzer a um preço inferior ao estabelecido pelo fabricante, sob as chamadas leis do "mercado livre". E o mesmo acontece com o fazendeiro que não pode cultivar a quantidade de cereais que deseja. É evidente que a liberdade econômica, nela própria e por si própria, é uma parte extremamente importante da liberdade total.” (pg. 2) “Os acontecimentos posteriores à Segunda Guerra Mundial revelaram, ainda, uma relação diferente entre a liberdade econômica e a política. O planejamento econômico coletivista interferia de fato com a liberdade individual. Contudo, em alguns países pelo menos, o resultado não foi a eliminação da liberdade política, mas o abandono da política econômica. Outra vez a Inglaterra deu o exemplo mais notável. O ponto crítico foi sem dúvida o "controle das ocupações" que o Partido Trabalhista achou necessário impor de modo a poder desenvolver sua política econômica. Posta em vigência e realmente aplicada, a lei envolveria a distribuição centralizada dos indivíduos para determinadas ocupações. Tal fato entrava em conflito tão agudo com a liberdade pessoal que a lei só foi usada em número pequeno de casos e depois revogada após curto período de vigência. A revogação motivou mudanças amplas na política econômica, marcada por uma diminuição de ênfase nos "planos" e "programas" centralizados, pela eliminação de inúmeros controles e por uma importância crescente do mercado privado. Uma alteração semelhante na política ocorreu em outros países democráticos.” (pg. 4) “O liberal concebe os homens como seres imperfeitos. Considera o problema da organização social tanto um problema negativo de impedir pessoas "más" de fazerem coisas más como o de permitir a pessoas "boas" fazerem coisas boas. E. é óbvio, pessoas "boas" e "más" podem ser as mesmas pessoas, dependendo de quem as julgar.” (pg. 5) “O problema básico da organização social consiste em descobrir como coordenar as atividades econômicas de um grande número de pessoas, Mesmo em sociedades relativamente atrasadas, são necessárias a divisão do trabalho e a especialização de funções para fazer uso efetivo dos recursos disponíveis. Em sociedades adiantadas, a necessidade de coordenação, para usar de maneira totalmente conveniente as oportunidades oferecidas pela ciência e tecnologia modernas, é muito maior. Literalmente, milhões de pessoas estão envolvidas em fornecer diariamente um ao outro o pão necessário - além dos automóveis. O desafio para o que acredita na liberdade consiste em conciliar essa ampla interdependência com a liberdade individual.” (pg. 5) “O vendedor é protegido da coerção do consumidor devido à existência de outros consumidores a quem pode vender. O empregado é protegido da coerção do empregador devido aos outros empregadores para quem pode trabalhar, e assim por diante. E o mercado faz isto, impessoalmente, e sem nenhuma autoridade centralizada.” (pg. 7) “É a essa característica que nos referimos quando dissemos que o mercado garante liberdade econômica. Mas tal característica também tem implicações que vão além das estritamente econômicas. Liberdade política significa ausência de coerção sobre um homem por parte de seus semelhantes. A ameaça fundamental à liberdade consiste no poder de coagir, esteja ele nas mãos de um monarca, de um ditador, de uma oligarquia ou de uma maioria momentânea. A preservação da liberdade requer a maior eliminação possível de tal concentração de poder e a dispersão e distribuição de todo o poder que não puder ser eliminado - um sistema de controle e equilíbrio. Removendo a organização da atividade econômica do controle da autoridade política, o mercado elimina essa fonte de poder coercitivo. Permite, assim, que a força econômica se constitua num controle do poder político, então num reforço.” (pg. 8) “Uma das características de uma sociedade livre é certamente a liberdade dos indivíduos de desejar e propor abertamente uma mudança radical na estrutura da sociedade - desde que tal empresa se adstrinja à persuasão e não inclua a força ou outra forma de coerção. Constitui uma indicação da liberdade política de uma sociedade capitalista que seus membros possam abertamente propor e trabalhar pelo socialismo. Do mesmo modo, a liberdade política numa sociedade socialista exige que seus membros possam propor a introdução do capitalismo. Como poderia a liberdade de propor o capitalismo ser preservada e protegida numa sociedade socialista?” (pg. 9) “Uma pessoa pode acreditar, como eu acredito, que o comunismo destruirá todas as nossas liberdades; uma pessoa pode opor-se a ele tão firmemente quanto possível e, no entanto, ao mesmo tempo, também acreditar que numa sociedade livre é intolerável que um homem seja impedido de dizer e fazer acordos voluntários com outros, acordos esses mutuamente atraentes, porque acredita no comunismo, ou está tratando de promovê-lo. Sua liberdade inclui sua liberdade de tentar promover o comunismo. E a liberdade também inclui, é claro, a liberdade de outros de não negociarem tais circunstâncias. A lista negra de Hollywood foi um ato contra a liberdade porque foi um acordo conspiratório que usou meios coercitivos para impedir trocas voluntárias. Não funcionou, justamente porque o mercado tornou caro demais para as pessoas preservarem a lista negra. A ênfase comercial, o fato de que as pessoas que dirigem empresas têm um incentivo para ganhar tanto dinheiro quanto possível, protegeu a liberdade dos indivíduos da lista negra, fornecendo-lhes uma forma alternativa de emprego e dando às pessoas um incentivo para empregá-las.” (pg. 12) “Se Hollywood e a indústria cinematográfica fossem empresas estatais ou se na Inglaterra se tratasse de emprego na British Broadcasting Corporation, é difícil crer que os Dez de Hollywood ou seus equivalentes tivessem encontrado emprego. Da mesma forma, é difícil crer que, naquelas circunstâncias, proponentes poderosos do individualismo e da empresa privada - ou mesmo proponentes poderosos de qualquer ponto de vista contrário ao status quo - pudessem encontrar emprego.” (pg. 12) “Como sugere esse exemplo, os grupos de nossa sociedade que têm mais razões para preservar e fortalecer o capitalismo competitivo são os minoritários - que podem mais facilmente tornar o objeto de desconfiança e hostilidade da maioria: os negros, os judeus, os estrangeiros, para mencionar somente os mais óbvios. Entretanto, e paradoxalmente, os inimigos do mercado livre os socialistas e os comunistas - foram recrutados numa proporção bem grande nesses próprios grupos. Em vez de reconhecer que a existência do mercado os protegeu das atitudes de seus compatriotas, eles erradamente atribuem a discriminação ao mercado.” (pg. 13) |
Temas para discussão | Thomas Paine e sua colaboração para a economia. |
Autor(a) | Diana Tondolo/201912774 |
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