Levi Strauss desconcetando-se do funcionalismo
Por: trovadores • 6/5/2019 • Resenha • 436 Palavras (2 Páginas) • 117 Visualizações
Neste livro, Lévi-Strauss se desconecta do funcionalismo, estabelecendo os princípios básicos àquilo que entende como sendo o pensamento selvagem. Este livro é composto por capítulos que exigem uma tematização específica, desembocando em debates particulares. O livro, contudo, tem no capítulo lido a mais generalidade do debate do livro.
O título do capítulo, ‘A ciência do concreto’, é importante. Isto, pois, ele condensa uma quantidade de informações relevantes. O autor fala neste capítulo de formas de pensamento que não são idênticas àquela que o pensamento ocidental trata como pensamento científico. Quando o autor lida com formas distintas daquelas científicas e que enfrentaram, durante muito tempo, sendo classificadas como ilógicas ou pré-lógicas. O pensamento mágico é pré-lógico uma vez que ela não respeita os três princípios aristotélicos. Durkheim, contudo, entende que os pensamentos dos povos ditos primitivos têm lógica, uma vez que a lógica destes grupos repousaria sobre as formas de representação coletiva. Lévi-Strauss mostra uma ruptura que atribui a estes pensamentos razões exteriores. Lévi-Strauss entende que seria necessário entender o pensamento em si. A racionalidade do ocidente moderno é a mesma que todo o ser humano tem e já teve na história. Assim, Lévi-Strauss entende que devem ser superadas as lógicas externas ao pensamento, sendo elas a necessidade biológica e social, p. ex.
O ponto de partida de Lévi-Strauss é assumir o que chamamos de mito é o que se convenciona por chamar ciência em sentido amplo. Isto é, a ciência seria um modo de conhecer. A questão ao autor seria a de entender o porquê de duas formas de ciência serem produzidas pela mesma união de capacidades físicas do ser humano. No mundo da argumentação científica, das leis, das deduções e da abstração há uma ciência. No mundo concreto, contudo, há outra, igualmente. Estes pontos serão a chave do pensamento selvagem; pensamento científico em relação àquilo que ele chama como espírito humano ou a razão humana. O pensamento do selvagem seria o pensamento nu, à maneira como veio ao mundo, sem sê-lo subjugado a uma ciência que tem a função de sustentar qualquer pretensão. É o pensamento despretensioso. Em oposição ao pensamento selvagem, haveria o pensamento domesticado. É o conjunto de razões que são o produto do pensamento, podendo ser aplicadas sobre ele, limitando-se as possibilidades.
O pensamento selvagem não é aquele que varia em relação a um pensamento hegemônico, como se a razão à maneira como entendemos, fosse a razão pura. Lévi-Strauss entende que a relação deve ser no sentido de a razão humano na sua forma humana é a razão exercida livremente. O pensamento domesticado que é uma razão encaixotada; o pensamento selvagem é aquele livre.
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