Mulheres Chefes De Família
Casos: Mulheres Chefes De Família. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: orminda • 14/10/2013 • 9.131 Palavras (37 Páginas) • 455 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Ao longo do aprendizado no curso de Serviço Social a família sempre foi enfatizada e observada como um objeto de reflexão durante as aulas, e realmente a instituição família trás para a academia muitos motivos para debates. A Família, num contexto geral tem passado por transformações que podemos considerar que variam diante do momento histórico da própria sociedade. Como destaca Hintz (2001), que a instituição família tem passado por grandes alterações diante da conjuntura sócio - cultural e pelo fato de ser uma instituição flexível, ao considerar a evolução da família é necessário observar alguns fatores que contribuem para essa evolução como: vida privada, os papéis familiares, a demografia e o parentesco seja de que configuração ela é e sempre será família, um lugar de proteção, de socialização e de estabelecimento de vínculos.
Segundo Szymanski (2002, p.10) “Nossa consideração da composição familiar, portanto, estará subordinada à questão do modo dos membros familiares serem uns com os outros em um mundo em transformações”. É necessário compreender as transformações que esta ocorrendo sem rotular qual o tipo de família é adequada, pois de qualquer forma ou situação mesmo diante dessas mudanças a família continua sendo base para o ser humano, não importa qual sua formação, modelo e valores, a cada geração ela se torna cada vez mais sólida e resistente ao tempo, superando as dificuldades.
Sawaia (2011, p. 40), afirma que: “família é o conceito que aparece e desaparece das teorias sociais e humanas, ora enaltecida, ora demonizada. É acusada como gênese de todos os males, especialmente da repressão e da servidão, ou exaltada como provedora do corpo e da alma”. Entendemos conforme a autora que a família é uma instituição que expressa pensamentos, atitudes e ações consideradas pela sociedade como boas e ruins, corretas ou não de seus membros.
Nesse sentido as transformações históricas na família influência no comportamento de seus indivíduos. Para Szymanski (2002, p. 12) “as trocas afetivas na família que as pessoas carregam a vida toda, definido direções no modo se ser com os outros efetivamente e no modo de agir com as pessoas”.
Todas as etapas que a família viveu ao longo da historia, trouxe consequências para as próximas gerações tanto estrutural como no comportamento, as marcas e moldes que vivemos hoje tem influencias do século passado. Confirmando diz Vitale (2002, p.45), “As mudanças sociais construídas em especial, ao longo da segunda metade do último século, têm redefinido progressivamente os laços familiares.” Essa construção não é apenas social, mas esta atrelada ao econômico e político e influencia no modo de vida das pessoas percebemos isso ao observar os diversos tipos de famílias existentes e as relações sociais estabelecidas por elas quando falamos dessas relações enfatizamos os lugares frequentados, as relações interpessoais e seus contatos sociais. Nesse mesmo ponto de vista confirma Szymanski (2002, p.17), “As mudanças que ocorrem no mundo afetam a dinâmica familiar como um todo e, de forma particular, cada família conforme sua composição, histórica e pertencimento social”.
Com essa modernização, novos valores culturais foram surgindo, novas prioridades, os direitos individuais preconizados, considerando os diversos modelos de famílias que surgem.
Pretende-se sugerir, assim, uma abordagem de família como algo que se define por uma história que se conta aos indivíduos, ao longo do tempo, desde que nascem, por palavras gestos atitudes ou silêncios, e que será por eles reproduzida e resignificada, à sua maneira, dados os seus distintos lugares e momento na família. Dentro dos referenciais sociais e culturais de nossa época e de nossa sociedade, cada família terá uma versão de sua história, a qual dá significado à experiência vivida.(SARTI, 2010, p.26).
A partir dessa declaração percebemos uma flexibilidade e uma preocupação em definir o que é família, os profissionais ligados aos trabalhos realizados com famílias, preferem definir a família conforme sua configuração e valorizar o histórico, buscando assim não padronizar a família perfeita a ser reproduzida, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) expressa uma ideia interessante sobre a concepção de família.
É preponderante retomar que as novas afeições da família estão intrínseca e dialeticamente condicionadas às transformações societárias contemporâneas, ou seja, as transformações econômicas e sociais, de hábitos e costumes e ao avanço da ciência e da tecnologia. O novo cenário tem remetido a discussão do que seja a família, uma vez que as três dimensões clássicas de sua definição (sexualidade, procriação e convivência) já não têm o mesmo grau de imbricamento que se acreditava outrora. Nessa perspectiva, podemos dizer que estamos diante de uma família quando encontramos um conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos, afetivos e, ou de solidariedade. (PNAS, 2005, p.41).
Diante dessa reflexão iremos nos atentar para a família cuja principal provedora é a mulher considerando a ausência da presença masculina na casa. Mulheres que vivem sozinhas com seus filhos. Como expressa Carvalho (1998, p. 77), “a denominação chefia familiar feminina é em si reveladora, pois é empregada tão-somente quando o homem adulto não esta presente”.
A percepção da mulher como provedora do lar, em uma primeira abordagem parece ser um assunto da contemporaneidade, devido a inúmeros fatores que a família atual tem vivenciado, mas esse arranjo familiar não é tão recente assim. Como diz Pacheco (2005) que no inicio do século XX com a urbanização os homens deixavam e até mesmo abandonavam suas famílias em busca de emprego em outras cidades, e as constantes guerras contribuíram para o aumento de mulheres responsáveis pelo sustento da casa.
Sobre esse aspecto afirma Fonseca (2011), “lembramos que censos do século XX revelam, em certas cidades, uma proporção surpreendente de mulheres chefes de família – até 40% quanto aquelas que viviam em casal”.
Nesse sentido observamos que essa organização familiar, não é recente no Brasil, o que percebemos ao longo do tempo é a mudança na história da formação dessas famílias, ou seja, simplesmente as diferenças estão nos fatores que levaram essas mulheres se tornarem as únicas responsáveis pelo sustento, proteção e educação da família.
Crescem a cada ano as famílias chefiadas por mulheres principalmente em grandes centros urbanos. Mas podemos
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