O Compliance e Comunicação

1. Introdução

A lei anticorrupção empresarial lei 12.846/13, que está em vigor desde 29 de janeiro de 2014, veio para trazer mudanças no modo de agir de colaboradores e gestores no dia a dia corporativo. O Governo Federal passou a atingir a empresa e os empregadores, que agora responderão pelos abusos cometidos pelos seus funcionários e prestadores de serviços.

                Esta nova lei direcionou a atenção das empresas ao conhecimento de abusos cometidos pelos empregados e sua responsabilidade se tornou objetiva e direta em relação a esses atos. Em outras palavras, a responsabilidade objetiva, em simples exegese, é quando a empresa responde a todos os atos de seus colaboradores, independente de comprovação de culpa.

Nesse âmbito, fica evidente a importância e a necessidade da criação e efetiva implementação de um código de ética. E nos questionamos neste trabalho sobre o papel do profissional comunicador neste processo dentro da empresa.

O código de ética/conduta faz parte de uma política que chamamos de Compliance. O termo compliance tem origem no verbo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução interna, um comando ou um pedido, ou seja, estar em “compliance” é estar em conformidade com leis e regulamentos internos e externos. Portanto, manter a empresa em conformidade significa atender aos normativos dos órgãos reguladores, de acordo com as atividades desenvolvidas pela sua empresa, bem como dos regulamentos internos, principalmente aqueles inerentes ao seu controle.

Para execução de um bom programa de Compliance, deve-se incluir: Estrutura definida a partir de um mapeamento dos riscos, o código de conduta (foco desta monografia), treinamentos, equipe com capacidade e independência para monitoramento, comprometimento da alta administração, avaliações de eficácia (critérios de métricas definidos), adequações evolutivas, canal de denúncias e punições em caso de descumprimento.

O comunicador, neste caso o Relações Públicas, possui um papel estratégico dentro de uma organização, pois tem conhecimento de todos os canais de comunicação e sua fluição em todos os setores e níveis. O profissional também tem a expertise principalmente, de toda a cultura organizacional da companhia.

O uso de técnicas e procedimentos para fixação das normas empresariais (código de ética/conduta) é um grande desafio, pois todo o compliance deve estar de acordo com o clima e cultura da organização. Só assim existe a maior garantia de uma boa implementação, adesão e seguimento por parte dos colaboradores.

Neste sentido, a presente monografia possui como principal viés o estudo do papel do profissional de Relações Públicas na disseminação do código de ética empresarial nas organizações.

 

1.1  Problema

 

O profissional de Relações Públicas possui o know how de toda a fruição da comunicação nos diversos setores e públicos de uma empresa e sobre sua cultura organizacional.

Deste modo, a problematização gira em torno da questão: quais as estratégias que o Relações Públicas deve utilizar para disseminação do código de ética da empresa?

 

1.2  Proposição

Cada vez mais as organizações valorizam o conhecimento e o poder de influência do profissional de Relações Públicas e suas técnicas de comunicação sobre os públicos nos diversos setores da empresa. Este profissional merece lugar estratégico na implementação do compliance, e com ele o código de conduta, pois além do conhecimento da cultura organizacional, o profissional detém instrumentos e subsídios para este conjunto de leis prospere.

No sentido da ética organizacional, se faz importantíssimo a necessidade de um profissional de relações públicas e de comunicação em seu gerenciamento. O profissional de relações públicas trabalha diretamente com a comunicação organizacional. Seu trabalho é desenvolto para conciliar interesses das organizações com seus stakeholders, construir relacionamentos e também construir a reputação da empresa, alinhando com seu código de ética.

O profissional de relações públicas irá planejar a comunicação e disseminação dos preceitos éticos presentes nesse código para toda a sua empresa e seus públicos, inclusive os colaboradores. A comunicação sensibilizará a alta administração da necessidade do implemento da ética em todas as ações da empresa e ajudará na sua construção transmitindo conhecimentos sobre a cultura organizacional da empresa.

1.3 Justificativa

        Este trabalho tem como principal justificativa conhecer como o trabalho do profissional de Relações Públicas pode ser um formador de opinião. Vamos estudar seu papel na criação de uma política de Compliance e sua influência na disseminação dessa política e do código de ética/conduta para os colaboradores da organização, alinhados a canais de comunicação e estratégias de aproximação.

        Vamos concretizar a realidade de que é indispensável a atuação deste profissional, pois ele detém conhecimento acerca da cultura organizacional da empresa e subsídios para que a nova política prospere.

 

2  OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Estudar o papel do profissional de Relações Públicas e suas principais estratégias e meios de comunicação e ferramentas usadas pelo profissional para disseminação do código de ética e certificação da adesão da política de compliance na organização.

 

2.2 Objetivos Específicos

• Descobrir a contribuição do profissional na criação da política de Compliance;
• Entender a necessidade do profissional de Relações Públicas estar sempre em contato com a alta gestão da empresa;

•  Analisar as principais estratégias adotadas para disseminação do compliance;
• Compreender como o profissional de Relações Públicas contribui para adesão do compliance;
• Analisar o caso de implementação na Sandoz.

 

3.REFERENCIAL TEÓRICO

A política de Compliance é uma das formas das empresas atuarem no mercado de forma que suas diretrizes de conduta, princípios básicos guiem a organização em sua forma de agir com os seus públicos de interesse, inclusive os colaboradores. Um dos aspectos considerados relevantes para o Código de Ética é a declaração dos valores e crenças da organização para a implantação e elaboração do código, atrelado a uma cultura ética de Compliance.