O Livro “Corrosão do caráter” de Richard Sennett
Por: André Felipe M • 10/5/2020 • Resenha • 1.281 Palavras (6 Páginas) • 352 Visualizações
O livro “Corrosão do caráter”, de Richard Sennett, aborda em seus quatro primeiros capítulos as mudanças relacionais entre a sociedade, o trabalho e o tempo. No texto que segue será exposto um pequeno resumo das ideias e objetivos do autor nos capítulos 1 a 4.
No capítulo 1 , Richard relata sua interação com diferentes gerações de uma família de imigrantes, detalhando o seu contato com um pai e um filho, que vivem em contextos sociais divergentes em muitos aspectos. Nesse período do texto, o autor usa a história dessa família como guisa de ilustração para suas reflexões, ao mostrar o contexto de estabilidade, tradicionalismo e confiança informal em que Enrico, um homem respeitado em seu meio social, vivenciou, em contraste com as incertezas, relações pouco duradouras e dificuldade de visualização a longo prazo que o filho Rico vive.
Richard mostra as condições de tempo no novo capitalismo e a antítese entre o caráter e a experiência que resultam no estado de “deriva” dos indivíduos, ou seja, estar andando, porém em rumo incerto ou não desejado, nessa argumentação Sennett retorna ao exemplo de Rico, um homem com uma carreira “bem sucedida” , com diversos códigos de conduta e posicionamentos, porém que em diversos momentos vê seus valores confrontados por suas experiências pessoais.
O capítulo 2 do texto pode ser resumido como um pequeno ensaio sobre a rotina, em que o autor traz para a discussão figuras como Adam Smith e Diderot. Sennett apresenta o pensamento de Smith, dizendo que para o pensador como a rotina sendo algo autodestrutiva e desmotivante para o trabalhador, já para Diderot a rotina no trabalho se assemelha a qualquer outro aprendizado por repetição. As principais argumentações deste capítulo estão centradas no manejo do tempo e na separação vida social e trabalho ao decorrer dos períodos históricos e a aplicação de Smith e Diderot. Nesse sentido, Sennett mostra diferentes modelos sociais de trabalho, como, artesãos, uma antiga fábrica de papel, o modelo fordista e o exemplo da fábrica de alfinetes de Smith, para embasar a sua tese das diferenças nas rotinas, e como as estratégias de dominação das rotinas moldam de diferentes formas o espaço, as relações sociais e a organização temporal dos indivíduos.
O objetivo discursivo do autor nesse capítulo pode ser demonstrado em uma de suas falas com rico, em que ele diz que é preciso que ele entenda a época que vive, pois somente entendendo o sistema em quem vivemos e preservando o caráter é possível compreender que o trabalho é parte da vida e não ela por completo. Assim, conseguindo manter uma certa separação entre vida pessoal e trabalho.
O capítulo denominado de “Flexível” se inicia com a compreensão da origem da palavra que nomeia o texto, em resumo, a palavra tem origem no movimento dos galhos ao vento e é o ato de sofrer forças sem quebrar. A sequência do texto consiste em uma profunda análise da busca de flexibilização vivenciado no capitalismo moderno. Para abordar o assunto o texto apresenta filósofos e seus pensamentos sobre o ser humano e a flexibilidade como forma de introdução a temática. Em seguida nomeia os pilares da moderna forma de flexibilidade, sendo esses a reinvenção descontínua das instituições, especialização flexível da produção e concentração de poder sem centralização.
Reinvenção descontínua das instituições é tratada pelo autor como um conjunto pré estabelecido de mudanças , com determinados resultados para o senso de tempo. Nesse sentido, a principal elemento do processo de rompimento com o passado e reinvenção é a reengenharia, que nas maiorias dos casos leva a um caos. Porém as práticas de reengenharia ainda são usadas e e incentivadas, uma vez que para empresa vale mais qualquer tipo de mudança do que a estagnação, outro motivo dessas mudanças e descontinuidade dos padrões de consumo que exige reconstituições da produção.
Em termos gerais a especialização flexível é o ato de colocar uma quantidade grande de produtos variados,em um curto período de tempo, no mercado. Assim, antagonizando com o padrão de produção fordista. Neste novo processo produtivo é fundamental a interferência do mundo externo nas instituições. O modelo de produção baseado na especialização flexível está presente no regime de Reno, também chamado de capitalismo de estado, quanto no regime anglo-americano, ou neoliberal, modelos que divergem a principalmente na atuação do estado, gerando dois caminhos, um em que o mercado é mais veloz, contratando mais, porém mais impetuoso e desigual, e outro modelo em que o Estado atua como rédea para alterações vorazes do mercado, buscando condições melhores de emprego e menos desigualdade, porém tendo como consequência menores taxas de emprego.
Por último, foi tratado nesse
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