O “O Mal-Estar da Civilização” (1930) Freud
Por: Jabuticaba Mineira • 29/8/2019 • Resenha • 903 Palavras (4 Páginas) • 266 Visualizações
1. Resenha
Em o “O Mal-Estar da Civilização” (1930) Freud inicia o primeiro capitulo buscando compreender o sentimento oceânico, que segundo seu amigo, seria um sentimento religioso. Ele tenta compreender tal sentimento por meio científicos, mas constata a inexistência de sinais fisiológicos, o que o leva a buscar compreensão por meio da psicanalise, Freud conclui que o sentimento oceânico, embora ele não o sentisse, não era um sentimento criado pela religião e sim apropriado pela mesma que o canalizava, remetendo ao sentimento de desamparo infantil em busca da figura paterna de segurança.
Afinal de contas, um sentimento só poderá ser fonte de energia se ele próprio for expressão de uma necessidade intensa. A derivação das necessidades religiosas, a partir do desamparo do bebê e do anseio pelo pai que aquela necessidade desperta, parece-me incontrovertível, desde que, em particular, o sentimento não seja simplesmente prolongado a partir dos dias da infância, mas permanentemente sustentado pelo medo do poder superior do Destino. Não consigo pensar em nenhuma necessidade da infância tão intensa quanto a da proteção de um pai. Dessa maneira, o papel desempenhado pelo sentimento oceânico, que poderia buscar algo como a restauração do narcisismo ilimitado, é deslocado de um lugar em primeiro plano. A origem da atitude religiosa pode ser remontada, em linhas muito claras, até o sentimento de desamparo infantil. (FREUD, 1927, p. 80)
Já em seu segundo capitulo Freud percebe a religião como “patentemente infantil”. Assim Freud cita outros métodos de fuga do desprazer, criando um esquema com as formas nas quais os seres humanos enfrentam os sofrimentos: 1 isolamento voluntário; 2 torna-se membro de uma comunidade humana; 3 substâncias entorpecentes; 4 satisfações substitutivas (substituição da realidade por arte).
Não admira que, sob a pressão de todas essas possibilidades de sofrimento, os homens se tenham acostumado a moderar suas reivindicações de felicidade - tal como, na verdade, o próprio princípio do prazer, sob a influência do mundo externo, se transformou no mais modesto princípio da realidade -, que um homem pense ser ele próprio feliz, simplesmente porque escapou à infelicidade ou sobreviveu ao sofrimento, e que, em geral, a tarefa de evitar o sofrimento coloque a de obter prazer em segundo plano. (FREUD, 1927, p. 85)
Sendo os principais limitadores do pleno gozo: o nosso próprio corpo, condenado a degradação; o mundo externo “que podem voltar-se contra nós com forças de destruição esmagadoras e impiedosas”; e nossos relacionamentos com o outro.
Em seu terceiro capitulo Freud aponta a civilização como causadora do desprazer nos seres humanos, na medida em que existe um antagonismo entre os desejos do indivíduo e as determinações da civilização. Sendo assim para o funcionamento da sociedade e bem comum, a pulsão do indivíduo é reprimida, para que a civilização possa prosseguir o indivíduo nega a satisfação de seus desejos tanto sexuais quanto de agressividade, sendo as mesmas profundamente afetadas.
Desse modo o indivíduo sendo inimigo da civilização pelo seu caráter de tendências destrutivas e antissociais, tende a canalizar sua energia para outras atividades como forma de satisfazer tais pulsões.
Uma satisfação irrestrita de todas as necessidades apresenta-se como o método mais tentador de conduzir nossas vidas; isso, porém, significa colocar o gozo antes da cautela, acarretando logo o seu próprio castigo. (FREUD, 1927, p. 85)
No quarto capitulo Freud, analisa que a vida em sociedade leva ao redirecionamento da energia sexual para outras atividades, como forma de restringir a vida sexual, para “ampliar a unidade cultural”, de modo a restringir e mutilar as vidas eróticas desde a infância.
O temor a uma revolta por
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