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O PETRÓLEO COMO OBJETO DE MUDANÇA DA VIDA DO CIDADÃO MACAENSE

Por:   •  28/11/2018  •  Dissertação  •  2.305 Palavras (10 Páginas)  •  104 Visualizações

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O PETRÓLEO COMO OBJETO DE MUDANÇA DA VIDA DO CIDADÃO MACAENSE

Alex Wallace Vasconcelos de Oliveira

Débora Morais Matias

Matheus Moraes Ferreira[1]

RESUMO

        Esta pesquisa, consiste na apresentação de dados de forma a corroborar com a ideia de que os investimentos decorridos do mercado petrolífero, trouxeram resultados significativamente positivos, tanto para cidade de Macaé, como para seus cidadãos e a Região Norte-Fluminense, como um todo.

        Apresenta-se estes dados através de tabelas e gráficos de maneira a facilitar a compreensão do leitor acerca da expansão dos recursos financeiros macaenses, oriundos do ramo do petróleo, e ainda, expõe-se dados do desenvolvimento populacional na cidade de Macaé e as consequências que estas ocorrências acarretaram para a cidade.

        Foi utilizado a pesquisa bibliográfica, através de artigos disponibilizados na grande rede, e em livros que foram consultados no Museu Solar dos Melos, localizado no município de Macaé.

Palavras-Chaves: Petróleo. Macaé. Desenvolvimento Econômico. Desenvolvimento Populacional.

INTRODUÇÃO

        No século XX, mais precisamente na primeira metade, Macaé, cidade localizada na região norte-fluminense do estado do Rio de Janeiro, era ainda, uma cidade calma. Bem localizada, devido ao seu extenso litoral e seu porto que era utilizado para escoamento de recursos oriundos de cidades vizinhas, como alega FRANCO (2009), Macaé concentrava suas atividades econômicas em seu próprio comércio. Anos mais tarde, no período da II grande guerra, Macaé considerada um local estratégico, foi alvo de diversos atos militares, todos objetivados à garantia da segurança do território nacional, o que culminou em mudanças nos hábitos cotidianos na vida do cidadão.

        No período pós-guerra Macaé passa a concentrar suas atividades comerciais na extração de álcool e açúcar a partir da cana-de-açúcar, e na pesca. Apesar destes serem mercados rentáveis, foi em decorrência do mercado petrolífero que a cidade obteve seus maiores avanços econômicos e sociais. Mais precisamente a partir da década de 1970, época em que foi descoberto o petróleo em território Macaense e instalada a primeira sede da Petrobrás na cidade, foi que se iniciou um período de grande desenvolvimento econômico e social, gerando então, consequências positivas para os residentes macaenses. Concentrou-se no município, cidadãos de diversas regiões do Brasil, que vieram em busca de emprego, em decorrência disso, deu-se enorme expansão demográfica, dessa forma desenvolvendo, o comércio local, que anteriormente tinha enfoque no segmento pesqueiros e produtos artesanais, agora oferece um vasto ramo de produtos e serviços, de forma a atender ao elevado crescimento populacional. Outra consequência que o mercado petrolífero trouxe a Macaé o desenvolvimento econômico.  

MACAÉ PRÉ-PETRÓLEO

        A economia de Macaé é tão fortemente baseada no petróleo que é difícil imaginar como era antes. Mas o município tem grandes raízes históricas principalmente na área da pesca, que está até na letra do hino da cidade.

        Macaé sobreviveu por muitos anos de suas riquezas naturais, tanto vindas da serra como dos rios e do mar. Sua economia foi composta por diversas atividades que vão da coleta de recursos naturais até às instalações de alta tecnologia.  Algumas atividades como o extrativismo, por exemplo, ainda tem um papel importante economicamente para a cidade, mas na atualidade é feito de forma mais sofisticada. A criação de gado também é uma atividade que ainda é muito comum na cidade. A pecuária e o cultivo de alguns produtos como o milho, mandioca e feijão serviram para abastecimento local e das regiões vizinhas. Porém, o cultivo da cana de açúcar destacou-se principalmente depois da criação do porto de Imbetiba, possibilitando a exportação desse e de outros produtos. Na época, a cana de açúcar tornou-se símbolo da riqueza local.

        Os serviços de transportes marítimos e rodoviários possibilitaram à economia de Macaé muitas oportunidades de expansão. Junto a isso outra atividade produtiva se desenvolveu, as fábricas locais. De móveis, vassouras, papelão, fósforo entre outras. Algumas se destacaram mais como a Cooperativa Agropecuária e a fábrica de bebidas Lynce que está atuando até hoje.

        No início da década de 80 começam atividades ligadas a exploração do petróleo e do gás natural. Com o cenário todo transformado, Macaé vira polo econômico estadual, atraindo diversas empresas, populações e investimentos e nunca mais foi a mesma. Hoje a cidade é conhecida e vive em função da área industrial e offshore.

EXPANSÃO POPULACIONAL

        Nos anos 70, Macaé, ainda pouco desenvolvida, com sua economia voltada para o segmento da pesca, ainda não contava com o desenvolvimento de um mercado tão farto e próspero como o da exploração do petróleo. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 1974, com a recém-chegada Petrobrás, Macaé contava com apenas 47.000 habitantes, decorridos apenas 06 anos, a cidade já contava com cerca de 75.800 habitantes, já sendo notável o impacto demográfico gerado pela descoberta do petróleo.

        Especialmente a partir de 1997, com a quebra da estatização da Petrobrás, Macaé tornou-se referência nacional no segmento petrolífero, sendo eleita pela empresa como sua principal base operacional da Bacia de Campos. Segundo o site da cidade, atualmente 80% do petróleo e cerca de 50% do gás natural produzido no Brasil passam pelo município. Das 52 empresas que integram a ABESPetro (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo), 44 estão em Macaé. Com o mercado petrolífero em constante crescimento e a economia cada vez mais forte, houve um aumento significativo no crescimento populacional, conforme o gráfico 1, a seguir:

[pic 1]

Gráfico 1 Fonte: IBGE

        Pode-se observar no gráfico, um crescimento moderado até 1996, ano localizado no segundo ponto demarcado na linha de crescimento, neste ano existiam 120.009 habitantes, e posteriormente é possível observar uma elevação na taxa de crescimento anual, devido a privatização de parte da estatal nacional.

        Ao calcular-se a média de crescimento anual, de 1974 até 1999, encontra-se uma taxa de crescimento de 3.698,4 habitantes por ano, já a partir de 1999 até 2016, ano em que foi realizada a última estimativa de residentes no município, na data da elaboração deste estudo, conclui-se que a taxa de crescimento médio é de 6.294,7 habitantes por ano, ou seja, Macaé, em um intervalo de 17 anos (1999 a 2016) cresceu em termos populacionais, o que cresceu em um período de 25 anos (1974 a 1999), com acréscimo de 13%.

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