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O Povo Tchambuli

Por:   •  16/10/2015  •  Resenha  •  856 Palavras (4 Páginas)  •  1.432 Visualizações

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O povo Tchambuli vive num lago que situa-se em uma região pantanosa, com pequenas e abruptas colinas ocasionais. Seus lineamentos são irregulares e seus contornos mudam continuamente, à medida que as grandes e flutuantes ilhas de vegetação são empurradas de um lado para o outro pelos ventos inconstantes.

O povo Tchambuli é uma pequena tribo, apenas quinhentos ao todo falam a língua. Vivem em três aldeias ao longo da borda do Monte Tchambuli, com suas casas cerimoniais, onde ficam os homens, erguidas sobre altas estacas ao longo das encharcadas praias do lago. Entre as casas cerimoniais, corre uma estrada, chamada de caminho dos homens, onde as mulheres e meninas honram somente nas ocasiões de festa.

De cada casa cerimonial sai um caminho, pela encosta acima da montanha íngreme, ao nível onde as grandes casas das mulheres se escondem entre as árvores. Cada casa abriga de duas a quatro famílias e sempre há um grupo de mulheres ocupadas nas tarefas de cozinhar, trançar, remendar o equipamento de pesca. Reina, nessas casas, um ar de solidariedade, de firme cooperação e de finalidade grupal, que falta nas casas cerimoniais, onde cada homem senta com afetação em seu próprio lugar e observa os companheiros minuciosamente.

De manhã bem cedo, o povo já está de pé. As mulheres descem as encostas rumo a suas esguias canoas para inspecionar ou recolocar as grandes pesqueiras de vime. Enquanto isso, pode soar um gongo de tiras com batidas características da casa, convocando os homens para alguma tarefa cerimonial, como o corte de um novo teto de palmeira, ou no trançado de máscaras para uma dança.

Nos dias de feira, as canoas partem para pontos distantes nos pântanos, onde encontram os habitantes do mato a fim de trocar objetos e alimentos. A moeda corrente do mercado são conchas verdes de caracóis, que recebe o nome de talibun. Essas conchas são polidas e ornamentadas pelos povos do norte do Sepik e já chegam aos Tchambuli cada uma com sua individualidade de tamanho, forma, peso, cor, brilho e ornamentação e os Tchambuli consideram cada uma dotada de personalidade e sexo. Além disso, existe um grande exercício de escolha sobre os valores dessas conchas e assim de barganha com o dono do alimento/objeto, o dono do talibun deve advogar o valor dessa moeda.

A vida cotidiano dos Tchambuli segue um ritmo sossegado da pesca e do trançado das mulheres e das atividades cerimoniais dos homens. Para um acontecimento como uma festa, ou uma dança de máscaras, toda a comunidade para de trabalhar e os homens e as crianças se vestem com adornos festivos. Um acontecimento como uma morte ou a escarificação (produzir cicatrizes no corpo através de objetos cortantes) de um menino ou menina, exige uma festa.

Para os Tchambuli quase sempre há abundância de comida. As pessoas não dependem de uma produção agrícola que deva ser cultivada e colhida. Não há necessidade de trabalho diário, o sagu é comprado e armazenado, o peixe é defumado, não há feira todos os dias e sempre é possível interromper todo o trabalho por vários dias e assistir cordialmente a um ritual ou a uma festa. Entretanto, esse povo habituado à hospitalidade fácil, a uma alegre e firme ostentação de abundância, não tem código para lidar com a fome, exceto uma impiedosa intolerância com o roubo. O ladrão de alimento era entregue sem piedade a outra aldeia, onde era executado e sua cabeça

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