O Projeto de Grafite
Por: Américo Neto • 10/5/2015 • Projeto de pesquisa • 910 Palavras (4 Páginas) • 472 Visualizações
Justificativa
Um tipo muito atual e difundido de arte urbana, o grafite é a forma de expressar a opressão que se vive, principalmente os menos favorecidos, ou seja, o grafite reflete a realidade das ruas. No entanto, o grafite não se ocupa apenas em expressar opiniões e inquietações, mas vai além na busca de conscientização coletiva, contribuindo com soluções práticas para os problemas sociais. Muitas vezes, confundida com pichações, essa arte se torna, representativa dos sentidos da cidade, de seus contextos histórico, social e cultural e do imaginário de seus sujeitos. Os grafiteiros, como são conhecidos seus praticantes, usam o espaço público para expor ou manifestar sua arte através de um desenho feito à mão livre, ou com estêncil, e com tinta spray.
A relação entre o grafite e educação, pensando também em temas transversais, passa pela arte como cultura e expressão espalhada pela cidade. O grafite é expressão que se manifesta visualmente e revela realidades, opiniões, discursos, anseios e identidades. Segundo Perrenoud, a escola não é o ponto de partida do saber, e que o aluno não é uma tábula rasa em que seriam depositados os conhecimentos. Ele traz consigo conhecimentos e questionamentos muito importantes que são trazidos através do grafite para a sala de aula. Estes são elementos para a construção da cidadania.
Como afirma Gadotti a cidade pode ser educadora, promovendo o protagonismo de todo o cidadão. O grafite, então, escrita de cidadãos, inclusive de grafiteiros alunos de escolas públicas, como proposta de ensino, pode possibilitar essa construção de narrativas próprias, considerando o aluno como sujeito histórico, ao mesmo tempo em que pode proporcionar a leitura de seus interlocutores tornando a cidade e a escola num texto a ser lido e interpretado, gerando crítica, diálogo e interação em sala de aula.
O grafite tem sido usado como forma de conscientização e combate ao vandalismo e degradação dos ambientes urbanos, uma vez que a revitalização com uma obra de arte que reflita a comunidade proporciona a inclusão e a sensação de pertencimento.
A partir do Currículo Oficial do Estado de São Paulo, contido no Caderno São Paulo Faz Escola (Material de Apoio ao Currículo de Educação Física, Geografia, Filosofia, Matemática e Sociologia) cujo temas a serem estudados são “Manifestações rítmicas ligadas à cultura jovem”, “Espaço e lugar vivido”, “O que é Arte? - Cidadania”, “Figuras tridimensionais” e “Construção da identidade pelos jovens”, respectivamente, através do Hip Hop (que inclui o Rap, a Dança e o Grafite), procuramos, diante do potencial discursivo e educativo do grafite, despertar um olhar voltado ao contexto sócio-histórico-cultural da comunidade, revitalizar e preservar os espaços da escola.
Tal ação visa à prevenção às pichações; diminuição da violência; diminuição do preconceito; Educação Ambiental; valorização da cultura local; incentivo à prática de esportes e conhecer o movimento hip hop. Essas respostas levam-nos a resgatar os temas transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que contemplam a Cidadania, o Meio Ambiente e os Direitos Humanos, elementos importantes para uma educação pautada em princípios pedagógicos mais democráticos e emancipatórios.
Objetivos
-Debater a diferença entre pichação e grafite. Vandalismo x Arte.
-Conscientização e integração.
-Reduzir evasão escolar.
-Confecção de um grafite na escola, envolvendo alunos, pais e comunidade.
Meta
Trabalhar integrando as dez salas de Ensino Médio da Escola Estadual Irene Caporali de Souza, num universo de cerca de trezentos alunos.
Procedimentos
1º.Articular com professores de Artes, Filosofia, Matemática, Geografia e Língua Portuguesa, Educação Física, História e Sociologia a contextualização do grafite para os alunos.
2º. Exibição do filme Graffiti Pichação Brasil (disponível em: http://br.youtube.com/watch?v=gmeUDjDWANA&feature=related)
3º. Debate: a diferença entre grafite e pichação.
4º Apreciação de trabalhos famosos, contextualização e produção de esboços. Cada grupo se dedicará a estudar diferentes aspectos: a dimensão coletiva da manifestação, o suporte em espaços públicos, as características das marcas pessoais características etc. Esses estudos serão divulgados entre os grupos por meio do jornal da escola.
5º Confecção do mural.
Ações
Março – Abordagem em sala de aula sobre o Hip Hop
Abril – Apresentação de Dança na escola
Julho – Debates em sala de aula sobre cidadania e movimentos sociais
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