O QUE É UM POVO

A priori, inicia-se a análise sobre os estudos de Giorgio Agambem (2015), o qual expõe o conceito de povo partindo da ideia balizada em duas vertentes: de um lado, enquanto sujeito político constitutivo, de outro, classe excluída da política

É traçado definições históricas atribuídas ao conceito de povo. Nos deslindes da Revolução Francesa e nas definições dadas por Hannah Arendt, povo é visto enquanto classe excluída, sinônimo de infelicidade. Mas Bodin já retoma o conceito duplo: povo enquanto corpo político e; pessoas comuns, o povão, que a sabedoria aconselha excluir do poder político.

A ideia é reforçada ao longo da exposição e advertida que, não existe um referente único e compacto do termo povo, povo é um conceito polar, o qual indica um duplo movimento e uma complexa relação entre dois extremos.

Já o conceito de biopolítica reflete questões voltadas para lógica de poder, onde a conceituação centra-se na politização da vida biológica. A partir da ideia, pode-se pensar através de um olhar crítico acerca do processo de racionalidade política nas próprias sociedades atuais.

No próprio conceito tratado no texto, há menção à fratura biopolítica fundamental destrinchada através da estrutura política definida através dos pares categoriais: vida nua e existência política; exclusão e inclusão; zoé e bíos.

Ao longo dos variados períodos históricos, é clara a polaridade atribuída ao povo. Entretanto, a idade moderna já contempla uma faceta de produzir um povo uno e indivisível, a qual coincide com o projeto biopolítico de produzir um povo sem fratura, a qual perpassa a ideia de um modo de vida sem indiferenciação entre a vida do próprio homem como ser vivo e sua vida política.