ONDE A MULHER TRABALHA
Tese: ONDE A MULHER TRABALHA. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: 1jacintolanas • 31/3/2014 • Tese • 2.249 Palavras (9 Páginas) • 211 Visualizações
INTRODUÇÃO
A divisão sexual do trabalho inicia-se dentro de casa e se torna estruturante em todas as esferas do mundo do trabalho. Se reflete de tal forma, que, por exemplo, mesmo que elas possuam maior escolaridade não conseguem salários iguais ou postos de direção no âmbito interno de suas carreiras, comparativamente aos homens.
O trabalho da mulher não depende exclusivamente das demandas do mercado e de suas qualificações profissionais, mas também de complexa articulação de valores pessoais e familiares: filhos, posição na família, sustento do lar, convivência com o cônjuge, etc.
Múltiplas são as atividades realizadas por mulheres, mas grande parte de seu trabalho, em todas as sociedades, é invisível, desvalorizada, e até pouco tempo, sequer considerada como atividade econômica.
Grandes transformações ocorreram no mercado de trabalho brasileiro, com inserção da mulher no sistema produtivo. Ainda assim, em pleno século XXI é necessária implementação de leis e dispositivos que garantam seu acesso ao trabalho para que não exista ou diminua a discriminação e as diferenças de gênero e raça.
Atualmente, comitês são realizados para que as empresas se adaptem às mulheres, adequação de equipamentos, garantia de seus empregos após a licença maternidade... É um paradigma cultural, pois, ainda hoje, ela sofre com a violência doméstica, assédio sexual e moral, preconceito pela maternidade x carreira, dentre outras.
1 ONDE A MULHER ESTÁ EMPREGADA
Dentro e fora de suas casas, as mulheres estão empregadas nos mais diversos campos e tipos de trabalho – transformando assim o Brasil e o mundo, apesar de toda diferença e discriminação que há em relação a elas. Atuam na área de tecnologia, serviços, comércio, grandes e pequenas empresas, construção civil, na política, no campo ou na cidade.
Por sua determinação e muito trabalho, a mulher vem conquistando todos os espaços econômicos e de negócios. Todo esse contexto faz surgir, cada vez mais, leis e políticas públicas que otimizam esse processo. Exemplos de regulamentações: criação da Secretaria de Políticas para Mulheres, ligada à Presidência; percentual feminino para partidos políticos e candidaturas; extensão da licença maternidade, documentações para a trabalhadora rural; empregadas domésticas; e qualificações específicas para profissões onde o sexo masculino era “dominante”.
Atualmente ainda pode-se observar que é recorrente a concentração de mulheres no serviço doméstico remunerado, em sua maioria, negras, com nível de escolaridade e rendimentos baixos. O total das mulheres no trabalho precário e informal é de 61%, sendo 13% superior à presença dos homens (54%). A mulher negra tem uma taxa 71% superior à dos homens brancos e 23% delas são empregadas domésticas.
Necessariamente, a análise da situação da presença feminina no mundo do trabalho passa por uma revisão das funções sociais da mulher, pela crítica ao entendimento convencional do que seja o trabalho e as formas de mensuração deste, que são efetivadas no mercado. O trabalho não remunerado da mulher, principalmente o realizado no âmbito familiar, como cuidar da casa e educar os filhos, não é contabilizado por nosso sistema estatístico e não possui valor social.
A Pnad 2011 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostra “as brasileiras em números”: segundo o IBGE, 51% da população são de mulheres e mais de 24 milhões delas são chefes de família. O trabalho doméstico não é mais a atividade que mais emprega mulheres, de 2009 a 2011, esse percentual diminuiu 15,6%. O comércio passou a ser o principal emprego delas, após ele, atividades de educação, saúde e serviços sociais.
Abaixo são apresentados gráficos com a participação de mulheres, comparativamente aos homens, nos diversos tipos de atividade, entre 2003 e 2011.
2 QUANTO GANHA EM RELAÇÃO AOS HOMENS
De acordo com os dados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), podemos observar que os homens ainda ganham mais do que as mulheres, tal resultado independe de faixas de idade, níveis de instrução, tipo de emprego ou de empresa, em pleno século XXI, ainda existem uma diferença significativa entre os salários. Por exemplo, no ano de 2012, o rendimento salarial das mulheres correspondia a 72,9% da renda mensal dos homens, ou seja, os homens recebem em torno de 27,1 % a mais queas mulheres.
Tal pesquisa definitivamente não pode ser explicada pelo grau de estudo, isso por que as mulheres são maioria entre os brasileiros com ensino médio e superior. No ensino médio as mulheres chegam a ser 15 % mais presentes que os homens, já no ensino superior tal diferença chega a 36 %. Pode ser observado ainda de acordo com a pesquisa, que nos últimos dez anos, houve uma diminuição de apenas dez pontos percentuais na diferença salarial entre homens e mulheres, ou seja, a diferença vem diminuindo cerca de 1% ao ano.
Ainda de acordo com dados do IBGE, até 2012 o Norte do país é a região que possui menor desigualdade entre os salários de homens e mulheres, correspondendo a 84,42%, tal resultado se manteve em relação a 2011. A frase da pesquisadora do IBGE, Maria Lucia Vieira, relata acerca da disparidade salarial entre homens e mulheres, segue abaixo transcrito:
“Historicamente, o rendimento das mulheres é inferior ao dos homens, mas as condições de trabalho, que antes eram mais distintas, começam a ficar parecidas, dando mais chances de as diferenças entre os salários diminuírem. Hoje, as mulheres têm menos filhos, passam mais tempo no trabalho, ocupam cargos de chefia. Se cruzarmos os salários de homens de 2004 até 2011, vemos que as curvas convergem”.
Sendo assim, podemos perceber que até mesmo no discurso da pesquisadora do IBGE, há preconceito, pois qual o motivo do rendimento das mulheres ser menor que o rendimento dos homens, por esta razão, a desigualdade de gênero no rendimento salarial é uma das principais bandeiras dos movimentos sociais que
defendem os direitos das mulheres.
Não pode deixar de ser ressaltado que a diferença salarial é menor nas áreas rurais, onde as mulheres ganham, em média, o mesmo que os homens. O menor rendimento salarial relacionado a questão de gênero encontra-se na faixa mais jovem da população, a qual possui nível universitário. Algumas políticas, foram implementadas pelo governo, no intuito de diminuir a disparidade salarial entre homens e
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