Resenha - A Imaginação Sociológica
Por: Contatos com CABN Ciências Sociais • 10/9/2019 • Resenha • 377 Palavras (2 Páginas) • 284 Visualizações
MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1975.
RESENHA
Daniel Lucas Folguedo Araújo
A fim de tentar descrever e sistematizar o processo pelo qual o sujeito se conecta com as instituições sociais sob as quais convive e com seu próprio lugar na história da humanidade, Charles Wright Mills - sociólogo norte-americano e professor de sociologia na Universidade de Columbia por quase duas décadas – cunhou o termo imaginação sociológica em 1959, ano em que publicou o livro The Sociological Imagination pela Oxford University Press em Nova York.
A imaginação sociológica, para o autor, é definida como a capacidade humana de concatenar história e biografia às relações entre elas na sociedade. Além disso, vemos que essa habilidade “capacita seu possuidor a compreender o cenário histórico mais amplo, em termos de seu significado para a vida íntima e para a carreira exterior de numerosos indivíduos” (p. 11).
Destacamos que com o advento dessa imaginação podemos entender que o sujeito só pode compreender sua própria experiência e avaliar seu próprio destino situando-se dentro de seu período cronológico, isto é, só conseguimos compreender as possibilidades de nossas vidas a medido em que tornamo-nos cientes das possibilidades de todas as pessoas, nas mesmas circunstâncias que eles.
A imaginação sociológica permite superarmos dicotomias e fragmentações inerentes ao real, como este está colocado, pois conectamos o particular com o universal, bem como a teoria e a prática. Também adquirimos a capacidade de distinguimos as perturbações pessoais originadas no meio mais próximo e as questão públicas da estrutura social, com isso o conhecimento sociológico é dotado de maior rigor acadêmico e objetividade científica, além de ganhar uma abrangência e uma escala maiores.
Mills indica que o papel da sociologia seria permitir a compreensão das relações entre a história e a biografia dentro da sociedade moderna, ou seja, esse é um dos objetivos do ensino da sociologia para os jovens, adolescentes e adultos nas escolas. Nesse aspecto podemos associar o pensamento do sociólogo norte-americano com o do pedagogo pernambucano Paulo Freire, o qual, em sua pedagogia do oprimido, propõe quebrar as distinções entre educandos e educadores. Podemos ainda estabelecer uma correlação teórica entre o pensamento do filósofo marxista Antonio Gramsci e a imaginação sociológica, haja vista que o italiano propõe que todo ser humano é um intelectual em potencial.
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