Resenha Critica Os Crimes na Rua Morgue
Por: Mayara Caldeira • 31/5/2022 • Resenha • 462 Palavras (2 Páginas) • 210 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE SEGURANÇA PUBLICA
OFICINA DE TEXTO I
ALUNA: MAYARA SUELY CALDEIRA MARINHO
Resenha crítica sobre o conto “Os Crimes da Rua Morgue”, de Edgar Allan Poe (1809-1849)
No conto “Os Crimes da Rua Morgue”, Edgar Allan Poe redige sobre um duplo assassinato, de extrema violência e sem razão aparente, de uma mãe e uma filha que ocorre na Rua Morgue, uma viela sem constante movimento de Paris no século XIX. Tal crime ocorre em paralelo a mudança do narrador, juntamente ao desafortunado Monsieur C. Auguste Dupin, amigo que ele conhece durante a rotineira visita a livraria, para uma casa peculiar, velha e grotesca, que carrega uma fama assustadora.
A história de gênero suspense-policial é narrada na terceira pessoa e não conta com grandes detalhes do narrador, começando a ser desenrolada a partir do encontro dos corpos dentro da casa em que as vítimas habitavam sozinhas. Desde o primórdio, o autor implanta uma grande dúvida no leitor, que se da ao fato de a porta estar trancada com as chaves por dentro do quarto em que os corpos –diga-se de passagem, estavam sozinhos- foram encontrados. Pouco após o encontro dos corpos, a polícia iniciou o interrogatório, quando uma boa parte das testemunhas afirmam ter ouvido gritos de duas vozes grossas, uma francesa e outra sem língua identificada de dentro da casa, o que seria incomum levando em consideração a falta de uma presença masculina dentro da residência. O narrador e o Monsieur C. A. Dupin após zombarem da falta de capacidade da polícia parisiense decidem então dar início a uma investigação pessoal acerca do que realmente aconteceu aquela noite, mesmo sem serem detetives ou algo parecido.
Ao fim do conto, o narrador e o Monsieur Dupin percebem que a bizarrice real por trás do crime é maior do que eles esperavam, com a confissão de um marinheiro, eles descobrem que o real responsável pelo crime, é nada mais nada menos que um orangotango trazido pelos mares para ser comercializado. Entretanto, após uma falha dos responsáveis o primata consegue fugir indo até a Rua Morgue, se escondendo na residência das assassinadas, local em que o caos sanguinário se inicia com o animal se empolgando e partindo para a violência irracional.
Edgar Poe acaba dando mais atenção sobre o desenvolvimento do Dupin e sobre sua imperiosa capacidade de observação, do que sobre os responsáveis pelo crime em si. A leitura é de linguagem pouco fácil de entender e pode ser considerada entediante em alguns momentos. É um tanto cômico pensar que esse conto é o percursor do gênero suspense policial e serviu de inspiração para grades detetives literários como Hercule Poirot dos romances policiais de Agatha Christie e o próprio Sherlock Holmes, quando na verdade, não existe um alguém designado como detetive profissional responsável pela resolução do mistério.
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