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Resenha Crítica à Obra Os Estabelecidos E Os Outsiders

Artigo: Resenha Crítica à Obra Os Estabelecidos E Os Outsiders. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  1/11/2014  •  767 Palavras (4 Páginas)  •  3.325 Visualizações

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Resenha crítica à obra: ELIAS, N. SCOTSON, J. L. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2000

Tem-se por objetivo aqui realizar uma análise de partes selecionadas da obra Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade, obra escrita em parceria por Norbert Elias e John L. Scotson. Os pontos a serem resenhados criticamente são a introdução, ensaios teórico sobre as relações estabelecidos-outsiders, e a conclusão. O texto que será resenhado foi editado no ano 2000 pela Jorge Zahar editora e contou com a tradução de Vera Ribeiro.

Em Os estabelecidos e os outsiders, Elias e Scotson exploram a relação existente entre um grupo de residentes, estabelecidos de longa data e um grupo de residentes mais novos na comunidade de Winston Parva, na Inglaterra. Mediante este tema, os autores apresentam algumas questões importantes para entender o processo de divisão entre os dois grupos, algumas destas questões são: como se desenvolveu o processo de divisão entre o grupo estabelecido e os outsiders? Quais os mecanismo utilizados pelos estabelecidos para impor uma condição de superioridade sobre os outsiders? E como se desenvolveu esta crença de superioridade?

Elias e Scotson mostram que a divisão entre os dois grupos se dá da seguinte forma, os estabelecidos são pessoas que estavam instalados na região há mais de duas gerações e os outsiders são os indivíduos recém chegados a Winston Parva. As técnicas utilizadas para a realização da pesquisa consistiram na divisão da comunidade em zonas, a fim de identificar em quais áreas residiam os grupos estabelecidos e os recém-chegados, houve como instrumentos de coleta de dados, pesquisa em documentos oficiais; observação participante e entrevistas.

Os autores dão grande importância a relação de poder existente entre os grupos, eles mostram que os estabelecidos estigmatizavam os outsiders, tratando estes como pessoas de menor valor humano, neste caso como mostra os autores, os estabelecidos se vêm como pessoas melhores, dotadas de um carisma grupal, características compartilhadas por todos os membros de seu grupo, e ausentes no outro grupo.

Ao estudar a pequena comunidade de Winston Parva, Elias e Scotson apontam que há limitações obvias em estudar os aspectos universais em uma pequena comunidade, porém os autores salientam que também há vantagens neste procedimento, para eles

O uso de uma pequena unidade social como foco da investigação de problemas igualmente encontráveis numa grande variedade de unidades sociais, maiores e mais diferenciadas, possibilita a exploração desses problemas com uma minúcia considerável – microscopicamente, por assim dizer. (ELIAS E SCOTSON, 2000, p.20)

Ainda enfatizando a importância do uso de uma pequena unidade social como foco de investigação, os autores apontam que o modelo de uma figuração estabelecidos-outsiders encontrados em uma pequena comunidade, pode funcionar como uma espécie de “paradigma empírico”, e continuam ao mostrar que este “paradigma empírico” pode ser aplicado como gabarito a outras configurações mais complexas do mesmo tipo, desse modo tornando-se possível uma melhor compreensão das características estruturais que os fenômenos estudados têm em comum e

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