Resenha - Urbanização

A sociedade industrial produz metrópoles, conurbações, cidades industriais, grandes conjuntos habitacionais, mas acaba por fracassar na ordenação desses locais. As obras do urbanismo ao surgirem são motivos de discussão e na maioria das vezes são questionadas.

O Urbanismo tem por objetivo resolver o planejamento das cidades industriais, que ao se expandirem vão ficando desordenadas e gerando problemas. A própria sociedade industrial percebeu esses problemas gerados por suas realizações e o grande crescimento demográfico da época.

O PRÉ-URBANISMO

        A revolução industrial foi marcada por um grande crescimento demográfico e um êxodo rural. Londres, por exemplo, praticamente quintuplicou sua população em menos de um século, passando de 864.845 para 4.232.118 habitantes. Nesse mesmo tempo, o número de cidades inglesas com mais de 100 mil habitantes passou de duas para trinta.

        As cidades tiveram que ir se adequando à nova sociedade e novas funções urbanas que foram surgindo. Haussman foi o responsável por adaptar Paris às exigências sociais e econômicas da época. As mudanças propostas por ele acabaram por prejudicar a classe operária e os pequenos burgueses, mas foi muito favorável aos capitães de indústria e aos financistas, que formavam a parte mais ativa da sociedade.

OS MODELOS

        Com os inúmeros problemas gerados nesse período, com a sociedade de menor renda vivendo em condições insalubres, surge um conjunto de filosofias políticas e sociais ou de verdadeiras utopias da cidade futura.

O MODELO PROGRESSISTA

Robert Owen

Robert Owen viveu pessoalmente os problemas da sociedade industrial. Desde os dez anos de idade, trabalhava numa fábrica de algodão. Em 1798 tornou-se co-proprietário de uma fábrica de New Lanark e colocou em prática reformas sociais que resultaram em uma redução de horas de trabalho, no melhoramento da habitação e a prática da escolaridade obrigatória.

Em suas obras descreve o modelo ideal e higiênico, ordenado e criador: Pequenas comunidades semi-rurais de 500 a 3.000 habitantes, federadas entre si.

O estabelecimento modelo: Owen descreve em suas obras o modelo ideal e higiênico, ordenado e criador: pequenas comunidades semi-rurais de 500 a 3000 habitantes, federadas entre si.

O plano quadradriculado: Um plano quadriculado com prédios onde cada quadrado recebe 1.2000 pessoas e está rodeado de 1000 a 1500 acres de terreno. No interior ficam os edifícios públicos com um edifício central que comporta a cozinha comunitária. A educação é primordial, crianças com 3 anos passam o dia inteiro nas escolas.

CHARLES FOURIER

François Marie Charles Fourier foi um socialista francês da primeira parte do século XIX. Foi também um crítico ferino do economicismo e do capitalismo de sua época, e adversário da industrialização, da civilização urbana, do liberalismo e da família baseada no matrimônio e na monogamia.

Fourier propôs a criação de unidades de produção e consumo - as falanges ou falanstérios - baseadas em uma forma de cooperativismo integral e auto-suficiente. Defendia também a igualdade de gênero entre homens e mulheres.

O modelo

O Falanstério visava a felicidade de cada um, a harmonia e a reconciliação de todos. Era uma organização social de 2.000 a 3.000 pessoas bem equipadas para a vida e o trabalho. Essas pessoas eram abrigadas em grandes prédios denominada Falanstério, com a intenção de restaurar a sociedade. Essas grandes comunas deveriam abrigar cerca de 1,6 mil pessoas e não só dedicar-se à produção agrícola e industrial local, mas também dar conta das atividades lúdicas e de aprendizado intelectual.

Os Falanstérios de Charles Fourier eram construções simétricas de seis andares, com forma de U, ocupando um pedaço de terra de 2.300 hectares. Semelhantes aos hotéis, contendo apartamentos privados alugados a diferentes preços, cômodos de uso geral e uma grande sala de jantar. Eles funcionariam como sociedades anônimas capitalistas e seus membros dividiriam os lucros de acordo com o dinheiro que haviam investido, suas qualificações e seu trabalho.