Resenha sobre o documentário "A negação do Brasil"
Por: Adna Rodrigues • 5/6/2019 • Trabalho acadêmico • 303 Palavras (2 Páginas) • 363 Visualizações
Tanto o Documentário “A negação do Brasil” quanto a reportagem da Carta Capital tratam de assuntos delicados e que merecem total atenção. De um lado a misoginia, patriarcado e cultura do estupro que é totalmente naturalizada, sendo sempre culpa da vítima. O Médico Espiritual João de Deus, que se aproveitou da vulnerabilidade de mulheres que procuram, cura e acolhimento no espiritismo só mostra que esse discurso é passado por gerações, e foi utilizando disso que a repórter, materializou a discussão se posicionando a favor das vítimas deste criminoso, diferente de muitos meios de comunicação que até dão a entender que 500 mulheres estão mentindo e 1 único homem está dizendo a verdade. Mesmo tendo 18 anos, o Documentário é atemporal, trazendo para a discursão questões como as importantes aparições negras, não aparições e a subalternidade em papeis para atores negros, na televisão brasileira. O diretor e roteirista Joel Zito faz questão de demostrar a sua inquietação, passando para o público situações onde atores muito talentosos não são notados nem contratados, chegando ao ponto de pintar de negro um galã branco, de olhos claros para protagonizar uma novela que contava a história de um líder negro (A Cabana do Pai Tomás – 1969/1970), ter três gravações para o final de uma novela onde a terceira foi considerada “transgressora demais” por cogitar a hipótese de uma das protagonistas iniciar um romance com um empregado, que era interpretado por Toni Tornado. Com esses exemplos o autor questiona pensamentos de “não existi racismo no Brasil”, “não foi por preconceito”, “é mimimi” e que o sol está ai para todos, mas as pessoas negras só são – ainda são – chamadas para papeis de escravizados, domesticas, porteiros e muito mais. Os autores se posicionam fielmente as suas convicções, e passam exatamente o que pensam para o público alvo.
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