Rousseau
Por: brunadchaves • 14/4/2015 • Resenha • 660 Palavras (3 Páginas) • 406 Visualizações
História Social e Política Geral – turma D
Bruna de Matos Chaves
Matrícula: 140132457
Controle de leitura nº 3
Pergunta: De acordo com Rousseau, qual a visão da guerra na sociedade? Seria ela cotidiana no relacionamento entre os povos ou mais uma aspiração de poder dos governantes?
O pensamento de Rousseau é exposto em fragmentos da obra, Rousseau e as Relações Internacionais. Neste texto, é nítida sua preocupação com a guerra, e principalmente a importância que o autor eleva a diferenciação entre o Estado de Guerra e o Estado de Natureza. A fim de sustentar sua argumentação, Rousseau busca em outros autores o conceito de guerra e como a mesma se encontra inserida na vida e cotidiano do homem, realizando críticas severas às ideias do contratualista Thomas Hobbes e sua concepção do Estado Natural e também ao pensamento de Hugo Grotius.
Rousseau inicia seu pensamento afirmando que a guerra não é inerente ao homem, como custava insistir Hobbes, que classificava “o homem como o lobo do próprio homem”, necessitando assim de um Estado, Leviatã para garantir a vida, a segurança e a paz tendo em troca a redução das liberdades individuais. De acordo com o pensamento rousseauniano, em seu pleno estado de natureza o homem não é inimigo de seus companheiros. Ou seja, o que se conhece e classifica como guerra ou estado de guerra nada mais é que uma criação do estado social.
A guerra é inevitável considerando apenas conflitos entre indivíduos, pois no estado social a vida dos cidadãos está submetida ao Soberano e seu poderio e é ele o responsável por praticar o dano da guerra, sendo o Estado a maior vítima (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Rousseau e as Relações Internacionais, 2003, pp. 54). Esse soberano pode ter sua vida vinculada ao Estado assim como a de todos os cidadãos, mas este, também, pode viver em total estado de natureza, ou seja, o Soberano pode estar acima das leis, não possuindo responsabilidade por suas ações. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Rousseau e as Relações Internacionais, 2003, pp. 48)
A guerra, então, representa uma relação de Estado para Estado, que acaba por envolver os particulares quando estes deixam seu papel de homem e cidadão e assumem o papel de defensores da pátria, logo cada Estado só pode ter como inimigo outro Estado, pois a guerra como já dito acima não é natural ao homem. O principal objetivo de um Estado durante uma guerra, como expões Rousseau, é destruir ou ao menos debilitar o Estado inimigo, utilizando de todos os meios possíveis. Se este objetivo se torna ação, há uma guerra, no entanto, se não se da à transformação, tem- se assim o chamado estado de guerra.
A partir do momento em que ocorre a transição do estado de natureza para o estado social, a independência antes propriedade inerente dos indivíduos passa a se refugiar nas sociedades, que levadas por seus impulsos, produzem choques que se tornam desprezíveis à medida que o seu peso majora em proporção ao dos particulares. (ROUSSEAU, Jean-Jacques. Rousseau e as Relações Internacionais, 2003, pp. 50).
O homem em seu estado natural é pacífico e medroso e tende a fugir diante de situações perigosas. Este não coloca sua vida em risco em detrimento de suas paixões, como o homem no estado social é capaz de fazer. A afeição e disposição do homem pela guerra não é algo natural ou cotidiana. Por este motivo em completo estado de natureza é inviável a ocorrência de guerra ou mesmo de estado de guerra ROUSSEAU, Jean-Jacques. Rousseau e as Relações Internacionais, 2003, pp. 52).
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