SERVIÇO SOCIAL E SEU SURGIMENTO
Por: Amanda Fieto • 13/3/2016 • Resenha • 2.606 Palavras (11 Páginas) • 229 Visualizações
Com o surgimento do capitalismo houve o crescimento da classe trabalhadora e também o tamanho de suas famílias. A insatisfação que vinha por consequência das condições em que se encontravam na sociedade capitalista fez com que o Estado e a Igreja promovessem algumas concessões e modificações, que tinham na verdade o objetivo de controlar as massas.
A Questão Social é fruto da desigualdade entre as classes e este é um dos principais motivos pelo qual o Serviço Social foi criado. A emergência da profissão encontra-se relacionada à articulação dos poderes dominantes (burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, Igreja Católica e Estado varguista) presentes na época.
Com o Estado Novo instituído no ano 1930 se teve duas demandas emergentes: absorver e controlar os setores urbanos emergentes e buscar nesses, legitimação política. Para isso adota-se a política de massa onde atendia parte das reinvindicações da população. Porem controlando a autonomia dos movimentos de reinvindicações do proletariado, por meio de canais institucionais que observavam nas estruturas corporativas pertencentes ao Estado.
Nessa época o Serviço Social é um projeto embrionário, com suas ações no controle da Igreja Católica, que crescia por meio de suas caridades feitas para os mais necessitados. O objetivo era atender ao imperativo da justiça e da caridade em cumprimento da missão política do apostolado social e também na cristianização da sociedade, cujo os fundamentos são encontrados na Doutrina Social da Igreja.
Então, as intervenções dos Assistentes Sociais estava relacionada a situações de pobreza e aos “pobres ou desajustados”. Sua função era ajustar estas pessoas a ordem social vigente, pois no ver destes profissionais a pobreza é um caso para a polícia. Portanto a intervenção do Serviço Social acontece de preferência individualmente, trabalhando sobre as “características individuais” das pessoas que aparentavam ter “desajustes sociais”. Foi implantado o trabalho de agentes sociais para atuarem no controle social dos que só tinham sua força de trabalho para vender.
Aspectos históricos e sociais para a implantação do Serviço Social
A institucionalização do Serviço Social como profissão tem sua origem onde processos sociais, políticos e econômicos marcam a evolução das relações sociais no processo de consolidação do capitalismo monopolista.
O modelo econômico no Brasil em 1920 e 1930 era agroexportador, que tinha como objetivo abastecer o mercado europeu, sendo um dos principais produtos exportados o café, a borracha, o açúcar e o algodão. Porem no período da Segunda Guerra Mundial houve um grande crescimento das industrias nacionais, pois não havia mais produtos exportados do exterior fora o crescimento da concorrência, para a exportação de produtos agrícolas.
A repressão policial que era muito forte na época da Primeira Republica representa o fracasso da Burguesia em conter o avanço do movimento operário, era necessário outros mecanismos para combater as contradições sociais. E então fica evidente a necessidade da intervenção do Estado.
A economia brasileira então passou de agroexportadora para industrial. Essa mudança de sistema produziu grandes alterações sociais, principalmente com relação ao estilo de vida, que antes era rural e agora passara para uma urbano-industrial, levando a crescente urbanização, fenômeno que só faz agravar os problemas e conflitos sociais.
Houve então o crescimento de centros urbanos em torno das industrias, formando então a classe operária. A população pobre passou a ocupar as periferias, sem as condições mínimas de vida, onde faltavam todas as políticas estruturais e sociais. Essa situação contribuiu para a aparição de movimentos sociais, que contestam a ordem estabelecida.
O cenário internacional nesse mesmo período era uma crise no comércio, com a Crise da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, o que ocasionou para o Brasil mudanças na sua estrutura econômica, pois devido as falências bancárias e industriais na Europa, os investimentos foram paralisados, o que significou o fim da entrada de capitais e a queda em suas exportações. Isso proporcionou um caos na economia cafeeira, já que o controle político e econômico ainda pertencia aos fazendeiros.
Devido ao desenvolvimento da industrialização, a classe operária exibe um crescimento exorbitante. Eles se aglomeraram no centro vivento em péssimas condições, próximos as industrias e sujeitos a excessivas horas de trabalho. Um momento de excessiva miséria e exploração de homens , mulheres e crianças.
O trabalho era na Republica Velha uma questão delicada, devido aos avanços da industrialização, ás condições de trabalho, bastante precárias, pois não haviam leis que regulassem a relação patrão-empregado. As jornadas de trabalho eram longas, não havia proteção no trabalho e muitas fabricas tinham um ambiente insalubre.
Questão Social
A questão social surge com a generalização do trabalho livre, que tornou a força de trabalho mercadoria. Com os operários e suas famílias vendem sua força de trabalho as classes dominantes, o que resultou em uma grande exploração do capital, o que impulsionou a luta do proletariado por melhores condições de vida, já que as condições do trabalho eram péssimas. Trabalhavam várias horas, de acordo com a necessidade das empresas, além de não possuírem auxílio doença, e nem férias.
Com a crise econômica o Estado é obrigado a ter um novo posicionamento frente a sociedade e se mostra mais presente na mediação da relação capital/trabalho. Com sua entrada na relação do capital/trabalho o fez assumir responsabilidades pela manutenção, reprodução, qualificação e controle das classes trabalhadoras.
O Estado passa a necessitar de uma nova técnica social e do Serviço Social para que tenha a operacionalização da politica de assistência social. A origem do Serviço Social é muito atrelada ao processo de responsabilização do Estado no campo assistencial.
Os efeitos da exploração capitalista do trabalho assalariado são reconhecidos pela sociedade como problemas sociais, e são esses problemas que vão justificar a ação profissional do assistente social.
A implantação e o desenvolvimento das grandes instituições sociais e assistenciais criarão as condições para a existência de um crescente mercado de trabalho para o campo das profissões de cunho social, permitindo um desenvolvimento rápido do ensino especializado do Serviço Social
Relação do Estado, Igreja, e o surgimento do Serviço Social como profissão
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