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SINTESE DA OBRA DE HENRY JUNEUD

Por:   •  30/5/2017  •  Ensaio  •  7.241 Palavras (29 Páginas)  •  309 Visualizações

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VIDA RELIGIOSA E SUPERSTIÇÕES

Nesta parte o Juneud afirma que nos povos não civilizados, a Religião, e a Magia, a Moralidade e o Tabu não se distinguem claramente. Afirma também que esta raça é tão pouco filósofa que é capaz de admitir, sem pestanejar, ideias contraditórias em face das quais espíritos mais racionais, mais desenvolvidos intelectualmente se recusariam.

Ideias dos Tsongas sobre a Natureza e o Homem

A – ideias sobre a Natureza

  1. Origem do mundo

“Quem fez o Céu e a Terra? – A Natureza, este provérbio ou enigma, que já citamos é, talvez, a única resposta dada pelos Tsongas à questão da criação. Ntumbuluko palavra que Juneud traduziu para Natureza, vem do verbo kutumbuluka que significa «produzir-se» «acontecer» ”. O termo não contém claramente a noção de criação. O sentido de causalidade e muito pouco desenvolvido na maioria dos Tsongas. Contentam-se, por isso, essa explicação bastante panteísta, além da qual muitos sábios ilustres do nosso tempo recusam ir, a saber: que foi a Natureza que criou o mundo. Alguns afirmam que o criador do Céu e da Terra é Rivimbi, ou Khudjwana, ou Nʼwari. Os dois primeiros são nomes dados pelos Vendas ou os Pedi aos primeiros seres humanos; Nʼwari ou Myaly e uma divindade dos Nyas e cuja lenda se espalhou pelos clame setentrionais dos Tsongas, sobretudo entre os Hlengweles e os Malulekes. É possível que as tribos de que estes nomes foram recebidos acreditem, de verdade, ter o mundo sido criado por essas personagens. Assim, na história de Nʼwari diz-se que, quando ele vivia, as pedras não estavam duras e que os utensílios dos primeiros homens deixaram marcas nas rochas. Henry Junod crê que a origem do homem preocupa o espírito banto muito mais que a origem do mundo.

  1. O mundo celeste (astronomia tsonga)

O céu para (tilo) é para eles, uma grande abóbada sólida que assenta na terra. O ponto em que o céu toca a terra chama-se vugimamusi, curiosa palavra da classe  bu-ma; o prefixo designa o lugar – o lugar onde as mulheres podem apoiar os seus pilões contra a abobada do céu, ao passo que por toda a outra parte tem de o encostar a um muro ou uma árvore. Esta expressão e muitas vezes substituída pela seguinte: “lá onde as mulheres pilam os seus grãos de joelhos” ( lã viandara na vakhisamiei); elas não poderiam estar de pé, porque maço bateria, durante a operação, contra a abobada. Esta assenta na terra, que e, muitas vezes, chamada livala, ou seja a planície, a grande planície.

O sol (dambu) não é personificado nem adorado. A palavra e talvez nyambe, dos Barotse, nzambi, dos Bavili e de um certo numero de palavras semelhantes, que são nomes dados noutras tribos bantus, a divindade. A beira-mar, nas terras de Maçaneta, crê-se (segundo Mboza) que o sol emerge do mar. A reverberação que fica na agua, após a órfico do sol e considerada uma fonte de luz da qual sai o sol e que se renova todas as manhas.

A aurora chama-se pondero; a seguir, vem khudlanvela sana, o momento em que os raios (sana) do sol se tornam penetrantes; depois kuhisa sana, quando se tornam ardentes nhlekanni, quando o sol esta ao meio do céu, ou xitakataka; momento em que o calor atinge o máximo ndzhenga (Dzo.), lihungo (Ro), a tarde, quando o sol desce (renga); pupila ou kuhlwa a hora em que o sol atinge o horizonte, também chamada mpimabayeni, o crepúsculo – literalmente: o momento em que já não se pode reconhecer os estranhos que se aproximam da aldeia, porque esta escuro. Tais são as divisões do dia (siku). Depois vem a noite ( vusuko).

A luz em si própria e chamada kuvonekisa (Ro.) ou kuvonkala (Dz.), literalmente aquilo que faz aparecer as coisas. Naturalmente, os indígenas não dão qualquer explicação dela. O luar e designado por outro termo nʼweti, em relação com n’weti, nome da lua. As cores são muito imperfeitamente são conhecidas – pelo menos se julgarmos pelo dicionário: ntima significa tanto negro como azul-escuro; ligumbo e caemim, encarnado, púrpura e também, amarelo (que não e percebido como cor distinta); pshuka indica tonalidade do céu na aurora e a do sol nascente, nkuxe, que e o nome de algas, serve para designar a cor azul do céus nkwalala e cinzento; lihlaza (Ro) o verde da erva nova na primavera e o termo correspondente em tsonga e  rilambzana – literalmente: aquilo que faz ladrar os cães. A erva verde tem este efeito nos cães indígenas.

A lua (hweti (Ro.); nʼhweti(Dzo.) era, provavelmente personificada nos tempos antigos, pois a palavra tem um fluxo feminino eti  que se encontra também nyeleti, a estrela, e no nome de alguns rios. Actualmente, não se distingue qualquer traço de adoração nem concepção mitológica a propósito da lua. Os indignas percebem, nas manchas da lua a imagem de uma mulher levando a cabeça um cesto cónico ou um feixe de ramos, mas já não lhe atribuem importância.

As estrelas são chamadas  tinyelete e nas ideias da tribo o seu papel e extremamente apagado. A teoria moderna segundo a qual todas as religiões derivaram do culto das estrelas, de modo algum e confirmada pelas tribos do sul de África.

As Pleades são a única constelação com nome próprio em tsonga. Chamam-lhes xirimelo, aquela que anunciam o tempo da lavra, com o efeito, nas regiões situadas no tópico de Cansei, as Pleiades aparecem em Julho ou Agosto, época de começar a lavrar os campos. Os indígenas não têm nenhuma noção de constelações. O seu espírito parece ao ter nunca sonhado agrupar as estrelas nem sem procurar no deu figuras de animais ou de objectos. A sua imaginação é bem pobre neste domínio e este estão muito para atrás dos orientais a tal respeito.

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