Sociologia da Educação e Pierre Bourdieu: Algumas considerações

Resumo:Sociologia da Educação e Pierre Bourdieu: Algumas considerações

Kênia Hilda Moreira

Há no início a intenção de esclarecer que o objetivo do artigo é discutir o rótulo “reprodutivista” dado por alguns educadores a Pierre Bourdieu. Segundo Bourdieu, a escola é um instrumento de reprodução das desigualdades, não podendo transformar essa realidade, e sendo rotulado, portanto, como reprodutivista. A autora, Kênia Hilda, entretanto, é contraria a visão do sociólogo.

Outrossim, a autora diz que está presente na obra: “A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino”, o objetivo de fazer uma crítica a escola francesa, a fim de perceber que ela reproduz as desigualdades sociais, perpetuando-as através de um discurso de igualdade: a escola é para todos e proporciona a realização das potencialidades humanas.

Em primeiras circunstâncias, a autora defende que Pierre Bourdieufoi pioneiro docorpus de teoria e pesquisa sociológica mais férteis do pós-guerra. Além disso, a teoria praxiológica surgiu após a incorporação heterodoxa de uma multiplicidade de fontes teóricas. Essa relação entre teoria e pratica permitiu a produção de vários conceitos. Bourdieu procura romper a dicotomia, buscando enxergar o espaço social de uma forma mais complexa. Bourdieu também se tornou mais engajado e critico participativo na vida política, com o avanço da mundialização. A sua importância se justifica no fato de ter conseguido captar elementos teóricos dos três clássicos da sociologia: Durkheim, Marx e Weber. Posteriormente, o sociólogo afirma que os sistemas de ensino asseguram a continuidade dos privilégios culturais ao reproduzir as relações de classes presentes na sociedade. O ponto de partida é a afirmação de que toda ação pedagógica é uma violência simbólica, uma ação objetivamente estruturada, impondo o arbitrário cultural e de que a chance de cada indivíduo é determinada pela sua posição dentro do sistema de estratificação. Outro elemento notório é o conceito de capital cultural: cada indivíduo recebe um quantum social de informações, e este quantum determinara a posição do indivíduo na sociedade. A autora defende que Bourdieu apresenta uma visão inovadora ao problematizar a escola, pois é esta sua função enquanto sociólogo da educação.

Ao final, a autora defende que Bourdieu faz-se essencial e relevante, enquanto sociólogo, na explicaçãoda existência da violência e da imposiçãoarbitraria na escola, mantendo uma estrutura de classes. Portanto, pressupor que Bourdieu é pessimista mostra-se um equívoco, pois ele mostra uma visão histórica da sociedade e do ser humano, através de uma análisecrítica do sistema de produção capitalista, elucidando para a autora que, apesar de os problemas sociais serem históricos, as soluções também são.

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