TCC CINTURÃO VERDE

Se você tem uma alimentação equilibrada, com certeza deve consumir bastante frutas, legumes e verduras. E é bem possível, que alguma coisa que esteja ai na sua geladeira, tenha vindo da região do Cinturão Verde.  As cidades de Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Suzano, Salesópolis e Santa Isabel são responsáveis por abastecer, em média, 35% do Estado de São Paulo. Atualmente, a região possui aproximadamente 5 mil  produtores e 580 mil toneladas de hortaliças/ano, afirma Renato Abdo, secretário de Agricultura de Mogi das Cruzes.

Glauber Scungisqui Napoli, 36, comanda o Sítio Pé Vermeio, zona rural de Mogi, que produz mandioca, caqui, banana, limão cravo, couve roxa, mostarda, espinafre, peixinho, capuxinha, tomate, cebolinha e ora pro nobis, todos sem o uso de agrotóxicos. “Em nossas duas roças estamos trabalhando em ritmo leve, o que dá no máximo 500 kg mensais de alimentos em que aplicamos manejo agroecológico. No entanto, ainda não podemos chamá-los de orgânicos, já que faltam algumas certificações”.

Napoli trabalha com agricultura há 6 anos, sempre nesse esquema. E ele diz que é uma área cheia de desafios. “Ser agricultor exige muito conhecimento sobre os recursos naturais e sobre o manejo correto da agricultura, como consórcio e rotação de culturas, época de pousio, meteorologia, ações contra riscos e ações contra intempéries da natureza, além de saber vender também”. Segundo ele, que pensa no fortalecimento da economia solidária e vende os produtos com valores abaixo do mercado, “aos poucos as pessoas estão tomando consciência de que alimentos limpos são melhores para a saúde”.

A agricultura do Alto Tietê, no entanto, não é toda concentrada em Mogi das Cruzes. Existem produtores em outras cidades, como em Suzano, onde, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, existam mais de 405 Unidades de Produção Agropecuárias (UPAS), nas quais se destacam o cultivo de Alface, couve crespa, frutas variadas, eucalipto, repolho e ervas medicinais.

Para que as hortaliças cheguem ai na sua casa com qualidade, e para que o agricultor, ao mesmo tempo tenha lucro, ele depende de uma boa produtividade na área de cultivo, e é pensando nisso que muitos agricultores da região, optam pelo processo hidropônico de produção.

De acordo com o secretário André Loducca, a hidroponia está entre as principais técnicas usadas pelos produtores da cidade. O manejo consiste no crescimento das raízes das plantas submersas em reservatório de água com nutrientes.  “A hidroponia é a técnica de cultivar plantas sem solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contém água e todos os nutrientes necessários. Isso é bem comum na região, pois diminui alguns riscos de prejuízo ao produtor”, afirma.

Outra família que vive da agricultura é a Hoçoya, que se instalou em Guarulhos, na década de 1960, depois em Biritiba Mirim e mais tarde em Mogi das Cruzes. Quem conta a história é o mogiano Ercílio Massahito Hoçoya, 35, técnico em agronegócios pela Fatec de Mogi. “Fazíamos parte da coperativa Sul Brasil. Com muita dedicação ganhamos prêmios como melhor produtor de limão, nêspera, batata doce e caqui, sendo que com esta última fruta fomos premiados por 30 anos consecutivos. Infelizmente a cooperativa faliu, mas até hoje participamos de festas e eventos regionais”.