Violência Contra A Mulher

O drama da violência contra a mulher é uma questão importante a ser estudada, pois à medida que permite a construção de novos conhecimentos e melhor compreensão de suas causas e efeitos, também pode orientar intervenções profissionais mais seguras e apoiadas em conhecimentos teóricos mais atualizados.

As políticas sociais são de fundamental importância nas sociedades contemporâneas porque atende reivindicações em nome da ampliação da cidadania. Porém, políticas significam o corpo dos serviços como forma de atender às reproduções das forças de trabalho, geralmente distribuídas na forma de benefícios e atendimento das necessidades pela assistência social.

Portando, faz parte da luta política ir além da denúncia da existência da violência contra as mulheres. É necessário criar condições para a mudança de mentalidade, para o reconhecimento e superação das condições sociais, culturais, institucionais e políticas que mantêm a mulher no lugar subalterno.

A constituição de 1988 assinala importantes direitos individuais e sociais para a mulher. Do ponto de vista legal, representa um inegável avanço comparado aos períodos anteriores da constituição vigente. No entanto, há ainda, muito por fazer, principalmente no que diz respeito a mudanças culturais na sociedade, pois percebemos que persistem diferenças hierárquicas entre o masculino e o feminino em benefício do homem.

Considerando que grande parte de mulheres brasileiras vivem em condição de pobreza, a política de assistência social pode servir para colocar as mulheres em condições sociais minimamente adequadas para a vida social.

É importante entre outras iniciativas, programas de apoio nutricional a gestantes, de programas para a qualificação de mão-de-obra feminina, programas de creches que permitam à mulher participar do mundo do trabalho, de atividades cultura Acredito que o profissional de Serviço Social pode, a partir do seu local de trabalho, direcionar suas ações para proteger e orientar estas mulheres, vítimas de violência, a buscarem seus direitos.

Os desafios para os assistentes sociais contribuírem com a construção da cidadania das mulheres, vítimas de violência, não é tarefa simples. Se olharmos a situação da saúde no Brasil, perceberemos um caos, constatado pela falta de uma política séria e de investimentos na área. Tratando-se da saúde da mulher, a desatenção é maior ainda, principalmente se levarmos em

conta que ela é agravada pela discriminação e opressão a que historicamente as mulheres estão submetidas.

Por isso, a prática do assistente social deve assegurar à essas mulheres acesso aos direitos, mobilizando meios e recursos ao seu alcance, tanto junto ao próprio Hospital, quanto fora dele, pois a universalização de direitos é uma conquista política que precisa acontecer à partir dos espaços de ação profissional no ambiente institucional.

Nesta perspectiva, o Serviço Social deve estar capacitado e compromissado com as classes subalternas, para assim, na aplicação de seus conhecimentos teóricos e operativos, voltar-se para um melhor direcionamento das políticas sociais, de forma a torná-las em medidas concretas de promoção social e de construção de cidadania.