Émilie Durkhein e Max Weber

ÉMILE DURKHEIM

O principal objetivo da obra de Émilie Durkheim era conferir a sociologia uma reputação verdadeiramente cientifica, seguidor de Augusto Comte, toda obra de Durkheim é voltada a dar para a sociologia um método de análise. Ele foi pioneiro em estudos da sociologia em religião e do conhecimento, e em estudos empíricos sobre o suicídio, e foi também um grande analista do mundo moderno com a tese de divisão social do trabalho. Ele partiu para a complexidade da sociedade contemporânea, cuja a característica é a diferenciação social e especialização das funções, com as consequências que traz para a vida do homem, suas relações sociais e na organização da sociedade.

VIDA E OBRAS

Émile Durkheim, sociólogo francês, nascido em 15 de abril de 1858 na cidade de Épinal, Alsácia. Iniciou seus estudos primários naquela cidade e lhes deu continuidade em Paris, formando-se em 1882, em filosofia sendo nomeado professor em Sens, Saint Quentin e Troyes, e então iniciou seu interesse pelas questões sociais. Durkheim fez uma importante viagem de estudos para a Alemanha para estudar ciências sociais, retornando dessa viagem com a intenção de desenvolver a sociologia na França, tornando-a uma ciência autônoma. Em 1887 é nomeado professor de pedagogia e de ciência social na faculdade de Bordeaux, sendo o primeiro curso de sociologia em uma universidade, foi nesta fase que Durkheim escreveu suas principais obras e formou a base de seu pensamento social. Em 1893, defendeu sua tese de doutorado “A Divisão Social do Trabalho” e fundou a revista “L’Anné Sociologique”, onde foram publicados grande parte de seus trabalhos iniciais.

Adquiriu tamanha notoriedade em 1902, quando foi convidado para ser professor suplente de pedagogia na Universidade de Sorbonne, já em 1906 tornou-se professor titular e passa a lecionar paralelamente sociologia, que foi transformada em cátedra em 1913. Após Durkheim perder seu filho na primeira guerra mundial, ele vem a óbito em Paris em 1917. Durkheim é responsável pela introdução da sociologia no ensino universitário e por se firmar definitivamente como ciência, e também era um dos maiores clássicos da sociologia.

As principais obras de Émile Durkheim são:

• 1893 – A divisão social do trabalho
• 1895 – As regras do método sociológico
• 1897 – O suicídio
• 1912 – As formas elementares da vida religiosa

Além destes textos, pode-se mencionar ainda as seguintes obras póstumas do autor:

• 1922 – Educação e sociologia
• 1924 – Sociologia e filosofia
• 1928 – O socialismo

CONTEXTO SOCIAL E INTELECTUAL

O período em que Durkheim viveu costuma ser chamado pelos historiadores de “belle époque”, foi um período de progresso e otimismo, marcado por grandes invenções, apesar do otimismo os problemas típicos da sociedade moderna, já começavam a aparecer, e eram chamados de questão social. Este contexto exerce grande marca no pensamento de Durkheim, que compartilha do objetivo de consolidar as conquistas da sociedade moderna, eliminando os “problemas passageiros”. Entre as influencias fundamentais para entender a formação do seu pensamento, se destacavam três correntes:

- Positivismo: partindo de Comte, Durkheim retomou a ênfase no poder da razão e na superioridade da ciência, seu objetivo era fundar uma sociologia cientifica verdadeiramente, que pudesse descrever leis de funcionamento da sociedade e orientar seu comportamento.

- Evolucionismo: tinha a ideia de aplicar a noção da evolução da natureza, de Darwin, para o estudo da sociedade, porem Herbert Spencer, já havia tentado. A principal contribuição de Spencer, segundo Lakatos, consiste no argumento de que a evolução dos corpos parte de um estágio primitivo, que se caracteriza pela simplicidade e homogeneidade da estrutura, para estágios de complexidade crescente, caracterizados por uma heterogeneidade progressiva das partes.

- Conservadorismo: Edmund Burke, Joseph de Maistre e Louis de Bonald criticavam o racionalismo e agitação do mundo moderno, pediam o retorno para os ideais de estabilidade da idade média e ênfase na religião, Durkheim não rejeitava o progresso, porem a ênfase conservadora influência as posições políticas do mesmo.

TEORIA SOCIOLÓGICA FUNCIONALISTA

Durkheim afirmou em sua principal obra, “As regras do método sociológico”, que os sociólogos, se preocupavam pouco com a questão do método em sociologia. Segundo ele, chegou o momento da sociologia elaborar um método mais definido e adaptado à natureza particular dos fenômenos sociais. A partir disto, Durkheim se torna responsável pela elaboração de uma das principais teorias sociológicas da ciência social moderna: a teoria sociológica funcionalista.

Epistemologia

Antes de criar seu método sociológico, Durkheim enfrentava duas questões chaves da epistemologia sociológica: como ele concebia a relação entre indivíduo e sociedade, e como ele entendia o papel do método científico na explicação dos fenômenos sociais. Para resolver essas questões, percebe-se claramente a influência do positivismo para a teoria durkheimiana.

A sociedade é superior ao indivíduo

Conforme o positivismo, a explicação da realidade é condicionada pelo objeto, seria natural que Durkheim chegasse a mesma conclusão sobre a relação entre indivíduo e sociedade:  a sociedade (objeto) tem prioridade sobre o indivíduo (sujeito). Durkheim afirma que a explicação da vida social fundamenta-se na sociedade, não no indivíduo, porém ele não dizia que a sociedade existiria sem indivíduos, ele ressaltava que uma vez criada pelo homem, estruturas passam a funcionar independentemente dos indivíduos, o que condiciona suas ações. Para Durkheim a sociedade é muito mais do que a somatória dos indivíduos que a compõem, pois os homens passam e a sociedade fica, então a missão da sociologia é encaminhar na explicação de como o todo condiciona suas partes, ou seja, como o objeto explica o sujeito. Em todas obras de Durkheim este pressuposto está presente, colocando total ênfase na força social sobre nossas vidas.

O método científico

Principal preocupação de Durkheim era retomar a intenção de fazer da sociologia uma ciência “madura”, assim como a física, química, astronomia e outras ciências da natureza. Para tornar a sociologia uma ciência madura, seria necessário dotar a sociologia das mesmas características das ciências da natureza, sendo assim, ele afirmava que a primeira regra e mais fundamental é considerar os fatos sociais como coisas. Equiparando fenômenos sociais a coisas, Durkheim seguia do princípio que a realidade social é igual a realidade da natureza, e assim se equiparava os fenômenos estudados. Durkheim aconselhava que ao tratar fatos sociais como coisas, evitasse pré-noções já existentes, e observasse fenômenos de acordo com características exteriores, de forma objetiva. A semelhança entre os objetos de estudo, permitiu a ele pleiteia que seus métodos de estudo também devem ser semelhantes.