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Enchentes em pernambuco

Por:   •  20/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.759 Palavras (8 Páginas)  •  174 Visualizações

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ENCHENTES EM PERNAMBUCO

         

Um olhar distante da realidade

                                   

1° Tópico

Introdução

Este artigo tem o objetivo de analisar como a imprensa pernambucana cobriu as enchentes ocorridas nos anos de 2017 nos municípios da mata sul do estado e outras cidades do interior, tendo em vista seu método de seleção para elaboração e construção das matérias, e mais especificamente, busca-se identificar o enquadramento construído sobre determinados aspectos e informações, de forma a compor perspectivas através dos acontecimentos e situações do dia a dia. Neste momento foram selecionadas duas matérias, onde fica evidente a subjetivação dos autores nos métodos de seleção, ênfase ou exclusão do processo de formação e caracterização do texto, que tenta delinear aspectos de triagem baseados nas supostas causas e consequências apontadas pelas matérias, bem como os motivos que os levaram para as escolhas das fontes prioritárias.

De uma maneira simplificada, às reportagens foram escolhidas observando a grande quantidade de chuvas que caíram entre os meses de maio e junho sobre todo o estado, de modo a atingirem níveis expressivos no aumento das barragens, trazendo outra vez à tona, o despreparo que há nas cidades em relação a sua estrutura física e governamental no enfrentamento e combate aos desastres comumente na região. Por esta razão, os índices de enchentes decorrentes estimulam a observar o comportamento e a linha editorial dos veículos de mídia ao transmitir o assunto à população, sejam de uma forma naturalista e comum, ou obedecendo a padrões de questionamento e historicidade dos eventos em questão.

A exclusão ou ênfase em determinados aspectos, compõem a narrativa de um acontecimento, portanto, é significativo elaborar um cruzamento de dados sobre o tema abordado, e a problemática a partir do levantamento e da análise de conteúdo. Então, será proposto o método qualitativo, e iremos reconstruir representações e posicionamentos, bem como, os elementos textuais produzidos. Segundo Christofoletti (2010, pág. 21) “quando se produz crítica de mídia com o objetivo de apontar insuficiências do jornalismo comercial, geralmente são adotados, como referências, padrões normativos advindos dos campos da ética e da deontologia profissional. Com freqüência, se indicam problemas próprios da investigação necessária a uma matéria: ausência de fontes, a falta de exatidão, de pluralidade e equilíbrio entre as diferentes perspectivas ali em jogo são fatores indicados a fim de sustentar determinada avaliação. No entanto, nem sempre estão claras as exigências feitas a uma abordagem jornalística, ou seja, pouco se explicita a respeito de qual é sua contribuição esperada para o público, em termos de formação para o exercício da cidadania”.

Enchentes em Pernambuco

A primeira enchente registrada no Recife oficialmente aconteceu em 1632; Um século depois, em 1966, uma grande enchente atingiu o estado; pontes e barreiras foram destruídas pela força das águas, na capital e no interior, 175 pessoas morreram e mais de 10 mil ficaram desabrigadas; diversas cidades decretaram estado de calamidade pública.

Em 1975, uma cheia histórica ocorrida nos dias 17 e 18 de julho deixaram o interior, principalmente na mata sul, arrasadas; pontes foram destruídas e casas arrastadas pela força da água; em Recife 104 pessoas morreram e 350 mil ficaram desalojados, 31 bairros ficaram submersos e 70% da energia elétrica foram cortadas em toda cidade. O prejuízo estimado à época foi de 1,5 bilhões de Cruzeiros (cerca de R$2,8 bilhões de reais). O pânico tomou conta quando um boato se espalhou de que a barragem de tapacurá havia estourado, a correria foi intensa, as pessoas foram para suas casas desesperadas no intuito de salvar suas vidas e posteriormente seus pertences. Tudo não passou de um boato que resultou em prejuízos para a sociedade, trazendo transtornos e muita confusão. Depois disso algumas barragens foram construídas para conter a água e atender a Região Metropolitana do Recife.

Em 2010, entre os dias 17 e 19 de junho, uma enchente atingiu 67 cidades pernambucanas, principalmente na mata sul e agreste do estado, deixando um rastro de destruição, sendo uma das maiores tragédias já ocorridas no interior do estado; 21 pessoas morreram, 26.970 ficaram desabrigadas, 14.136 casas foram destruídas e 142 duas pontes ficaram danificadas, sendo que, muitas foram levadas pela força da água. Nesta ocasião, 12 municípios decretaram estado de calamidade pública, incluindo Barreiros e Palmares, e 27 ficaram em estado de emergência.

Em 2011 a Zona da Mata Sul, voltou a viver o pesadelo das enchentes. Quase 45 mil pessoas foram atingidas pelas cheias, 42.145 desalojadas, 2656 desabrigadas, que perderam suas casas.

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Foto: site zona de risco

O governo do estado quando questionado, ressaltou por meio de sua assessoria, que já investiu cerca de R$ 400 milhões de 2011 até o presente, e o governo federal cerca de R$ 350 milhões; considerando os investimentos em ações de controle de cheias, não somente nas construções das barragens, mas em obras complementares, como dragagens dos rios, desapropriações, projetos e compensações ambientais. Considerando que o investimento maior ocorreu na conclusão de serro azul em Palmares, ressaltou que a mesma reteve até 80 milhões de metros cúbicos de água, percentual estimado em 40% do volume que chegou às cidades atingidas, e evitou que se repetisse a catástrofe de 2010.

O arquiteto e urbanista José Luiz de Menezes, explicou que as razões para as cheias no Recife e no interior são distintas. Na capital pernambucana, o acumulo de água nas ruas e avenidas se dão principalmente por razões naturais, que se soma a fatores humanos.
No interior do estado, fatores sociais são mais decisivos que os físicos para as tragédias. “Naturalmente, os rios alargam para crescer, mas as construções foram erguidas muito próximas às áreas que os mananciais precisam para expandir, e as enchentes acabam afetando as pessoas. Os rios têm por tendência natural ao acumularem água, alargar; eles expandem como se fosse uma onda marítima, com velocidade da gravidade. Isso não é novidade e pode ser controlado com a construção de barragens, mas, infelizmente, os reservatórios programados para essas regiões frequentemente atingidas não ficaram prontos”.

As consequências causadas pelas fortes chuvas nas cidades da mata sul e agreste do estado de Pernambuco, são motivos para dor, tristeza e revolta; famílias que perderam tudo o que conquistaram ao longo de suas vidas com trabalho, suor, força e determinação, têm seus sonhos interrompidos e se apegam à esperança e a fé para superar tantas destruições e, o sentimento humano da perda dos entes queridos é compartilhado entre os desabrigados, moradores e pela sociedade.

2° Tópico

Enquadramentos

Em 2017 tudo voltou a acontecer, quase 45 mil pessoas atingidas pela cheia, sendo 42.145 desalojados que deixaram as residências, e 2.656 desabrigados que perderam as casas. Em alusão aos fatos ocorridos, separamos duas matérias que foram publicadas pelo jornal do comércio e diário de Pernambuco nos meses de maio e junho, respectivamente, e apresentaremos o processo de enquadramento das noticias.

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