MEDIAÇAO TECNOLOGICA, TABLET
Por: jessicamp24 • 22/8/2017 • Projeto de pesquisa • 3.631 Palavras (15 Páginas) • 225 Visualizações
TELECURSO 2000: A EDUCOMUNICAÇÃO NA PERSPECTIVA DAS TELEAULAS DA TV ABERTA.
ANNE GABRIELE DE BARROS SILVA[1]
JÉSSICA MAIARA PEREIRA[2]
RESUMO
Este artigo propõe uma reflexão sobre o programa televisivo “Telecurso 2000”, passado na rede de TV aberta Globo até os anos 2000 e que ainda está em exibição na TV Cultura, Futura e Aparecida. O programa de TV que ajudou a formar muitos brasileiros que faziam o supletivo ou que precisavam terminar a educação básica já na fase adulta faz parte do conceito de educação à distância e essa se encaixa dentro de uma das áreas da Educomunicação: a Mediação tecnológica na educação. Usando como bibliografia Saraiva (1996) e Soares (2006), o trabalho aqui descrito é de caráter descritivo e bibliográfico aonde se alcança a reflexão sobre os temas descritos acima.
Palavras-chave: Telecurso 2000; Educação à distância; Educomunicação
1 INTRODUÇÃO
A educação nunca foi tão valorizada como nos dias atuais, há uma busca pelo conhecimento de forma incessante e com o surgimento de novas tecnologias da informação essa necessidade de informação foi intensificada. A tecnologia trouxe consigo mudança de hábitos, com a facilidade de informação e de forma massiva através de rádios, jornais e televisores, houve uma procura maior por conteúdos informativos e de caráter massivo. A comunicação chegara a um patamar de fácil assimilação nunca vista antes.
A democratização da comunicação e a presença das TICS (tecnologia de informação e comunicação) no cotidiano das pessoas permitiu que a educação também fosse no mesmo caminho, andando junto nos programas de TV e noticiários.
Após LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) formalizar o reconhecimento dos processo de educação a distância, como as transformações que a EAD trouxe para a educação brasileiro, a educação à distância passou a ser usada amplamente no Brasil. Segundo o site do MEC (Ministério da Educação) e no regimento brasileiro, a Educação à Distância é conceituada como “A modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”. A partir desse conceito tornou-se possível termos acessos a cursos, supletivos, profissionalizantes e até mesmo faculdades em diversas áreas e a distância, barateando os custos, rompendo os muros invisíveis da desigualdade educacional e principalmente elevando o nível de escolaridade da nação.
Na década de 50 a TV chegava ao Brasil com a criação do canal TUPI, mas somente nos anos 70 a televisão em cores chegou ao país fazendo da tv, que já estava consolidada nos lares brasileiros, se tornar a “queridinha” com transmissão ao vivo e a cores.
A televisão que já estava se consolidando, sempre teve total liberdade de criação e vinculação de conteúdo, sem se preocupar com o conteúdo vinculado, não tendo como preocupação a faixa etária do publico alvo. O Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT) foi criado em 1962, porém apenas em 2002 determina que as emissoras de radiodifusão destinem ao menos 5% de sua programação para a transmissão de notícias e reservem 5 horas semanais para programas educacionais. A partir dessa ementa, as emissoras tiveram a obrigação de vincular conteúdos educativos e que essa prática se torne mais comum. Antes da ementa ser criada, a televisão brasileira já continha alguns conteúdos educativos em sua programação e até canais inteiros apenas para essa função. A TV Futura é um exemplo desses canais educacionais, investimento da Fundação Roberto Marinho e que desde sua fundação, em 1997, vem trazendo conteúdo exclusivamente educativos. Ainda nos anos 90, com a educação brasileira bastante defasada, foram firmados pactos entre ONGS, empresas privadas e órgãos públicos e afins, com o intuito de unir forças para contribuir com o desenvolvimento do país a partir da educação. Nessa perspectiva nasce o programa Telecurso 2000, que a partir de uma Iniciativa da Fundação Roberto Marinho, qual é vinculada com a maior TV do Brasil, Rede Globo, se propuseram a usar os artifícios da teledramaturgia, muito apreciada pelo público alvo do projeto, afim de massificar o conhecimento, tornar a educação acessível a todos. O telecurso criado ainda nos anos 70 passou por diversas mudanças até chegar ao telecurso 2000, famoso entre os anos 90 e 2000 e que hoje leva o nome de novo telecurso, tendo sido reformulado conforme o conteúdo de educação básica.
A metodologia do curso, segundo o próprio site da rede globo[3] é pautada na teoria de Paulo Freire, que é a mesma metodologia usada por pesquisadores da educomunicação.
A Educomunicação é uma área dentro da comunicação que interliga a Educação com a comunicação, ou seja, ela propõe o uso das TICS na aprendizagem através dos meios de mídia. Sendo assim, a Educação a distância é uma parte importante da educomunicação.
Passando por metodologia como Ismar Soares (2006) e Teresinha Saraiva (1996), o presente trabalho tem como finalidade saber se o Telecurso 2000, como programa educativo que se encaixa no conceito de educação à distância, pode contribuir para o estudo da Educomunicação.
2 ASPECTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS SOBRE EDUCAÇÂO A DISTÂNCIA E EDUCOMUNICAÇÃO
Após introduzir sobre a histórica da televisão e do telecurso 2000 na TV aberta, esse capítulo do presente trabalho pretende fazer uma conceituação sobre os principais temas aqui explorados, como educação a distância, a educomunicação e uma das suas principais áreas de intervenção: mediação tecnológica na educação, e como essas duas referências podem ter ligação com o curso de ensino “telecurso 2000”.
2.1 EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A educação a distância é uma modalidade da educação que se caracteriza pela necessidade da mediação de aparatos tecnológicos para se fazer a comunicação entre o professor e o aluno.
Não se sabe ao certo quando a educação à distância foi criado, mas a partir do século XIX ela já era reconhecida, apesar de não ser utilizada ainda de forma pedagógica. É importante lembrar que a educação à distância tem um grande diferencial da educação formal que conhecemos pela autonomia que ela dá ao aluno para que o professor possua um papel secundário, pois orienta o aluno para que o ritmo de estudo e maneira seja escolhida pelo próprio aluno, de acordo com suas necessidades pessoais.
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