OS CONTOS DE SÃO PETERSBURGO
Por: dulceamarante • 23/5/2018 • Trabalho acadêmico • 706 Palavras (3 Páginas) • 666 Visualizações
CONTOS DE SÃO PETERSBURGO
DIÁRIO DE UM LOUCO
- AUTOR
O autor desta obra é Nikolai Gógol, um clássico da literatura russa. Nasceu na Ucrânia, a 20 de março de 1809 e mais tarde mudou-se para Petersburgo. Exerceu a profissão de ministro e professor e, ao mesmo tempo, escrevia e publicava os seus textos em revistas. Morreu, mais tarde, devido a uma doença nervosa, a 21 de fevereiro de 1852.
- OBRA
A obra é baseada no diário de Aksenty Ivanovic e permite a nós, leitores, acompanhar um pouco da sua vida e a forma como, rapidamente, este passa da sanidade para a loucura.
«É verdade que de há algum tempo para cá tenho ouvido e visto coisas que nunca ninguém ouviu nem viu.»
- Aksenty é um funcionário público cuja função é afiar as penas de escrever do seu chefe = PERSONIFICAÇÃO DA SUA INSIGNIFICÂNCIA E EXISTÊNCIA POBRE E SOLITÁRIA
- A caminho do trabalho, passa numa carruagem a filha do seu chefe, Sophie, acompanhada pela sua cadela Medji, e Aksenty apaixona-se de forma imediata. É também neste episódio que Ivanovic fica com a ideia de que conseguiu ouvir as duas cadelas, Medji e Fidéle, a comunicarem e a falarem sobre escreverem cartas uma à outra.
- Para que conseguisse conquistar Sophie e saber mais sobre ela, Aksenty resolveu ir procurar essas correspondências e descobriu que Sophie se ia casar.
- Aksenty fica devastado e é a partir deste momento que os seus episódios de delírio começam a ser mais frequentes: devido a uma notícia que leu num jornal sobre a crise monárquica espanhola e com o desejo de subir de classe social para impressionar Sophie, Aksenty começa a acreditar que é o rei de Espanha, começando a assinar documentos com “Fernando VIII” e a faltar ao emprego.
«Ano 2000, 43 de abril: Espanha já tem rei. Ele foi encontrado, afinal. Este rei sou eu. Somente hoje é que soube.»
- Eventualmente, é transferido para um manicómio, sem se aperceber de ínicio, porque pensava que seguia rumo a Espanha, chegando mesmo a delirar que os maus tratos que lá sofre eram provenientes de hábitos nacionais e que estavam apenas a testar o seu poder ao trono.
«E o chanceler, para meu espanto, bateu-me com o pau e enxutou-me para o meu quarto. É esta a grande força dos costumes tradicionais em Espanha!»
- Desta forma acaba o conto, de forma imediata e inesperada, deixando a entender, talvez, que Aksenty irá passar o resto dos seus dias num hospício.
EXCERTO PREFERIDO: «Às sete horas da manhã produzir-se-á um fenómenos dos mais singulares: a Terra há de sentar-se na Lua.»
Prossegue depois à descrição da Lua: «Ela é feita regularmente em Hamburgo e fazem-na muito mal. (...) Quem a faz é um tanoeiro coxo e, ao que parece, louco (...). Assim põe-lhe uma corda com piché e óleo vegetal, e eis por que há em toda a Terra um tal fedor que a gente tem de tapar o nariz. Pela mesma razão a Lua é um globo tão pouco sólido que nela não pode viver gente, quem vive lá são apenas os narizes. Nós justamente não vemos os próprios narizes porque eles se encontram todos na Lua.»
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