A Natureza do Signo
Por: raybgon • 11/1/2022 • Resenha • 520 Palavras (3 Páginas) • 94 Visualizações
O estruturalismo é um conteúdo bem explorado (vimos ele em mais de uma das disciplinas desse semestre) e um dos maiores legados do Saussure, mesmo que ele nunca tenha atribuído esse nome, é o que separa também a linguística pré científica da científica. Não vou dizer que acho 100% maravilhosa a teoria de nunca pensar no contexto, só na estrutura, mas quando a professora citou a rixa entre a linguística e a literatura, eu iria preferir estar do lado da linguística, porque acho muito complicado estudar algo que “não tem a materialidade que o estruturalismo te permite”, tudo muito abstrato, tudo “depende”, praticamente adivinhar o que se passava pela cabeça do autor; como arte eu acho lindo, mas para dar respostas objetivas eu acho péssimo.
Por outro lado, a ideia de excluir as relações entre língua, sociedade e cultura não me parece muito boa, já que as formas de se comunicar foram surgindo por necessidades sociais e não com o objetivo de ser estudada um dia, em algumas áreas o contexto em que X coisa está inserida pode até contribuir para uma abordagem de análise.
A parte de signo, significado e significante penou para entrar na minha cabeça. Foi simples entender que uma palavra vai ter mais de um signo = conceito + imagem acústica, que conceito é o que a gente define de cada palavra.
O complicado foi o vilão Significante. O texto dizia que mesmo sem mexer os lábios e a língua nós conseguíamos falar com a nossa cabeça e até recitar um poema, então eu tive certeza que imagem acústica fosse literalmente a imagem que nós temas de alguma coisa, como se o significante de copo fosse imaginar o objeto em si, o físico, mas mais para o final, no tópico Caráter linear do significante, ele deixa claro que “o significante é de natureza auditiva” e me deixou totalmente confusa. O que me fez entender de vez o que era a imagem acústica foi o exemplo dos diferentes idiomas. Se o significado é sempre o mesmo e só o significante muda, então imagem acústica é, realmente, ter a imagem de um som, reconhecer a sequência de sons que monta o que queremos escrever, na escrita abreviada da internet, por exemplo, muitas pessoas usam o “kd” e por mais que a gente saiba que está escrito errado, nós ligamos as duas letras à sonoridade de “cadê”.
A arbitrariedade do signo diz que a ideia de Março, por exemplo, poderia estar ligada a qualquer outro sequência de sons e letras, a ideia não tem relação com o nome que dão para ela, então quando a gente está aprendendo a falar e fica perguntando porquê a coisa de madeira que fecha um buraco na parede se chama Porta, a maioria esmagadora das vezes não teremos uma resposta porque o significante não é motivado.
Diferente dos símbolos, que nunca vão ser completamente arbitrários, como no exemplo do símbolo da justiça, com a balança, que não poderia ser substituído, ele tem um motivo para ser definido dessa forma, assim como as onomatopeias que são uma “imitação aproximada de um ruído já existente” nas palavras do autor.
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